Bolsonaro confessa que potencializou incêndios na Amazônia

Ao dizer que “potencializou” as queimadas na Amazônia nos últimos meses, Bolsonaro se coaduna com o que vem defendendo desde que tomou posse na Presidência, onde manifestou interesse em fazer parceria com os Estados Unidos para transformar a maior floresta tropical do planeta em gigantescos campos de soja, de gado e de mineração



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Em viagem ao Oriente Médio, o presidente tentou atrair investimentos para transformar Amazônia em gigantescos campos de soja, gado e mineração.

Em sua viagem de negócios ao Oriente Médio, o presidente Jair Bolsonaro confessou a investidores da Arábia Saudita que mandou tocar fogo na Amazônia este ano porque não se identificou com políticas anteriores adotadas para a região, que sofreu nos últimos meses um grande desastre ambiental, com desmatamentos e queimadas recordes nos últimos anos.

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Ao dizer que “potencializou” as queimadas na Amazônia nos últimos meses por discordar da política ambiental de governos anteriores e porque “a Amazônia é do Brasil”, Bolsonaro se coaduna com o que vem defendendo desde que tomou posse na Presidência, onde manifestou interesse em fazer parceria com os Estados Unidos para transformar a maior floresta tropical do planeta em gigantescos campos de soja, de gado e de mineração.

“Há poucas semanas o Brasil foi duramente atacado por um chefe de Estado europeu sobre as questões da Amazônia. Problemas que acontecem anos após anos, que é da cultura por parte do povo nativo queimar e depois derrubar parte de sua propriedade para o plantio para sobrevivência. Mas foi potencializado por mim exatamente porque não me identifiquei com políticas anteriores adotadas no tocante à Amazônia. A Amazônia é nossa. A Amazônia é do Brasil”, declarou Bolsonaro.

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O chefe de Estado europeu citado por Jair Bolsonaro é o presidente da França, Emmanuel Macron, por aventar a discussão de internacionalização da Amazônia, entre outras farpas trocadas por ambos os mandatários. Na Arábia Saudita, Bolsonaro afirmou que, “às vezes, alguns países usam a agenda de direitos humanos para atacar ou tentar interferir na política de outro país e, por vezes, usam a política ambiental”. 

A briga de Bolsonaro com o presidente francês e outros mandatários europeus, também contrários aos desmatamentos e queimadas na floresta considerada essencial para o equilíbrio climático do planeta, entre outros ativos ambientais favoráveis ao bem-estar da humanidade, já travou a aprovação do acordo comercial celebrado recentemente entre a União Europeia e o Mercosul. O que vai impedir o crescimento econômico e comercial tanto do Brasil quanto da Argentina, Uruguai e Paraguai, parceiros do Mercosul. 

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Como ocorreu em outras oportunidades, na Arábia Saudita, o presidente brasileiro, segundo publicou o site da UOL, fez questão de agradecer novamente ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por ter, segundo ele, defendido a soberania brasileira na Amazônia durante a reunião de cúpula do G7, grupo formado pelos sete países de maiores economias do mundo, que foi realizada na França, em agosto deste ano.

Na avaliação de Bolsonaro, é preciso saber explorar a biodiversidade da Amazônia com o apoio dos indígenas para que todos possam progredir. Mas os povos indígenas da Amazônia jamais foram consultados sobre tal objetivo Sem citar a fonte de informação, Bolsonaro ainda ousou dizer na Arábia Saudita que o Brasil encerrará 2019 com a menor média de “focos de incêndio, de calor”, na história do país. E classificou de mentira a declaração de que a “Amazônia está pegando fogo”. O presidente brasileiro sempre chutando, tanto internamente quanto lá fora.

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