Bolsonaro chama para um autogolpe
"Falar em crime de responsabilidade e impeachment é pouco; em outros tempos, como os que sucederam ao suicídio de Getúlio, em 1954, quem conspirasse contra a democracia iria em cana", escreve o jornalista Alex Solnik, sobre o vídeo compartilhado por Jair Bolsonaro
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Por Alex Solnik, para o Jornalistas pela Democracia
O vídeo compartilhado ontem pelo presidente da República é o mais eloquente libelo contra a democracia desde a redemocratização. Ao misturar pretextos de 1937 e de 1964, tais como ameaça comunista, família, mais poderes para governar, culto à personalidade não deixa dúvidas de que prega um autogolpe, à la Getúlio, já mencionado pelo vice Mourão, ao qual se seguiria uma ditadura bolsonarista.
Jamais um presidente da República fez coisa parecida. Jamais ousou tanto. Jamais desafiou de modo tão desabrido o edifício democrático inaugurado em 1985.
Getúlio tramou seu golpe do Estado Novo em sigilo. E até o antecipou quando suas intenções vazaram para a imprensa. Os generais de 64 botaram seu bloco na rua antes dos tanques através da Marcha da Família com Deus pela Liberdade.
Bolsonaro, sempre o mais radocal, fez seu ataque às instituições do Guarujá, vestindo short e camiseta, acompanhado dos filhos Flávio, Carlos e Jair Renan. À luz do dia. Sem pompa nem circunstância. Como quem joga videogame.
Atentar contra as instituições democráticas é uma evidente violação da constituição, sobretudo quando praticada pelo mais alto governante da nação. Falar em crime de responsabilidade e impeachment é pouco; em outros tempos, como os que sucederam ao suicídio de Getúlio, em 1954, quem conspirasse contra a democracia iria em cana.
Se estivesse vivo, Marechal Lott teria mandado prender Bolsonaro ontem mesmo.
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