Bolsonaro bombeia autogolpe de Mourão

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Profecia em marcha
Durante campanha eleitoral, o vice-presidente general Hamilton Mourão alertou, hipoteticamente, para o perigo de autogolpe.
Choveu saraivadas de chumbo sobre ele.
Explicou que a premissa básica para que tal situação de ruptura aconteça é a anarquia social econômica e política, que se combinam no processo de crise do capitalismo.
O caldo para a anarquia que leva ao autogolpe está posto, no plano econômico, pelo estrago produzido pela austeridade fiscal ultraneoliberal.
Há 20 semanas, a economia não anda.
As previsões, para o PIB/2019, estão abaixo de 1%.
As expectativas de curto e médio prazo espantam empresários, diante da paralisa do consumo.
A austeridade tem balanço trágico: 13 milhões de desempregados, 30 milhões de desalentados e 60 milhões de inadimplentes.
100 milhões de não-consumidores!
No plano político, as consequências dela surgem na radicalização ideológico-federativa de ataque presidencial ao Nordeste, em meio a luta parlamentar pela reforma da Previdência.
Explodem as contradições entre forças capitalistas da produção e da especulação.
Os especuladores querem o dinheiro do FGTS para quitar dívidas dos trabalhadores, multiplicadas pelos juros extorsivos.
Já os empresários da construção civil querem o FGTS para financiar construção de casas populares.
Sem demanda, dependentes de crédito bancário escasso e caro, entram em bancarrota.
Herança golpista
O acirramento ocorre desde o golpe neoliberal de 2016, com congelamento de gastos sociais, em nome da austeridade fiscal, a fim de priorizar pagamento de juros da dívida pública.
Esse é o foco central da disputa econômico-financeira nacional.
Os produtores não têm demanda nem dinheiro público para se movimentar.
As expectativas deles pioram com o acordo Mercosul-União Europeia.
Terão que abrir mercado para importados manufaturados e submeterem suas exportações de primários e semielaborados a cotas pelos importadores.
Mais: enfrentarão danosa abertura de capital financeiro especulativo.
No plano macroeconômico, o governo, pressionado pelos credores, enxuga o dinheiro na praça, para combater, supostamente, a inflação com aumento de juro, e remunera o dinheiro parado a custo especulativo, endividando-se.
A dívida se automultiplica sem dar retorno algum à economia em forma de desenvolvimento.
R$ 4 trilhões estancados
A economista Maria Lúcia Fattorelli, coordenadora do movimento Auditoria Cidadã da Dívida, denuncia, insistentemente, que o Banco Central recolhe sistematicamente sobras de caixas dos bancos privados, calculadas em R$ 1,4 trilhão, para manter a praça seca de dinheiro.
Se o dinheiro represado na banca privada fosse para o mercado, os juros despencariam, para movimentar negócios que estão parados.
Da mesma forma, o Tesouro Nacional, segundo Maria Lúcia, dispõe de reservas nacionais acima de R$ 1,3 trilhão, fruto do congelamento de gastos, previsto para durar 20 anos.
Finalmente, a desculpa de necessidade de escassez de dinheiro se desmonta diante da existência de reservas internacionais de 380 bilhões de dólares, acumuladas entre 2003-204, durante governos Lula e Dilma.
Sobra dinheiro, com população mais pobre caminhando para fome.
Haveria, portanto, em caixa, disponível para investimentos mais de R$ 4 trilhões.
Prisão ideológica neoliberal
A irracionalidade econômica, radicalizada pela total escassez da oferta de crédito à produção, para tocar o capitalismo tupiniquim, dependente de 80% do consumo de bens e de serviços, na formação do PIB, pode anarquizar a produção e o panorama social e político.
Estaria criada a premissa para agitação do autogolpe debatido, na campanha eleitoral, por Hamilton Mourão.
A semente dele vai se revelando intrínseca ao modelo econômico neoliberal de desarticulação geral do estado brasileiro, responsável por esvaziar e destruir soberania nacional.
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