Bolsonaro aponta para ditadura teocrática

Para Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia, "Bolsonaro deu mais dois sinais de que continua firme e forte em seu intento de destruir a já combalida democracia brasileira", ao colocar "um militar na Casa Civil. E mais um evangélico no primeiro escalão de um governo de um estado laico"; "Se ele tiver êxito em seu plano de nos transformar numa ditadura evangélica, que só se sustenta com decidido apoio militar, o Brasil fará companhia ao grupo de estados teocráticos", completa

(Foto: Carolina Antunes/PR)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Alex Solnik, para o Jornalistas pela Democracia - Ontem, Bolsonaro deu mais dois sinais de que continua firme e forte em seu intento de destruir a já combalida democracia brasileira fundada em 1985 sob o nome de Nova República. Em plena luz do dia.

  Seu discurso na cerimônia de troca de comando militar da Região Sudeste evocou o de Getúlio ao decretar o Estado Novo:

continua após o anúncio

  “Devo isso a vocês, povo brasileiro” começou Bolsonaro, agradecendo sua eleição. “Que são muito mais importantes que qualquer instituição nacional”. (Aqui ele atropelou o Congresso Nacional e o STF, que são as duas instituições garantidoras da democracia, atacadas permanentemente pelos bolsonaristas.)

  “Vocês conduzem nosso destino”, continuou o chefe da nação. (Aqui atropelou a constituição de 1988, que é quem conduz os destinos da nação.)

continua após o anúncio

  “A vocês, povo brasileiro, e somente a vocês eu devo lealdade absoluta”. (Mais uma afronta: ainda em janeiro passado ele jurou lealdade à constituição e não ao povo.)

  “Contem comigo que eu conto com vocês”. (Aqui ele imitou Getúlio que, ao proclamar sua ditadura afirmou que o país não precisava de intermediários – os políticos – entre ele e a população e a instava a fazer suas reivindicações diretamente a ele.)

continua após o anúncio

  Demagogia pura tanto em 1937 quanto agora.

  O outro sinal de seu desprezo à democracia diz respeito ao comandante que deixava o cargo, general Luiz Eduardo Ramos, seu próximo ministro.

continua após o anúncio

(Conheça e apoie o projeto Jornalistas pela Democracia)

  Ainda não assumiu, mas antes de tudo já se apresentou como evangélico. Por que o fez se o estado brasileiro é laico? Por ser conveniente na atual conjuntura política? O que evidencia privilégios repudiados pela constituição.

continua após o anúncio

  Mais grave: vai assumir as tarefas de articulação política com o Congresso, anteriormente atribuídas à Casa Civil, ainda sob a batuta de Ônix Lorenzoni, cada vez mais esvaziado.

  Na prática, Bolsonaro coloca um militar na Casa Civil. E mais um evangélico no primeiro escalão de um governo de um estado laico.

continua após o anúncio

  Se ele tiver êxito em seu plano de nos transformar numa ditadura evangélica, que só se sustenta com decidido apoio militar, o Brasil fará companhia ao grupo de estados teocráticos, atualmente formado por Afeganistão, Arábia Saudita, Irã, Mauritânia e Paquistão.

(Conheça e apoie o projeto Jornalistas pela Democracia)

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247