Bolsonaro apoia grupos de extermínio
"Nada faz crer que de 2003 para cá ele tenha mudado de ideia. Nunca se viu dele alguma autocrítica a respeito e a respeito de nada, aliás. O que apoiou então ele continua apoiando agora. Grupos de extermínio e pena de morte", diz o colunista Alex Solnik. "Um cidadão que passou toda a sua vida pública elogiando a ditadura militar não vai hesitar em implantar seus métodos e práticas em todas as esferas. Haddad nos livre disso"
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Às 14h53 do dia 12 de agosto de 2003 o deputado federal Jair Bolsonaro pronunciou o seguinte discurso na Câmara dos Deputados, em Brasília, devidamente gravado e inscrito nos anais do Congresso e que dá uma pista a respeito de como ele pretende “acabar com a violência” se chegar ao Palácio do Planalto:
“Quero dizer aos companheiros da Bahia — há pouco ouvi um parlamentar criticar os grupos de extermínio — que enquanto o Estado não tiver coragem de adotar a pena de morte, o crime de extermínio, no meu entender, será muito bem-vindo. Se não houver espaço para ele na Bahia, pode ir para o Rio de Janeiro. Se depender de mim, terão todo o meu apoio, porque no meu estado só as pessoas inocentes são dizimadas. Na Bahia, pelas informações que tenho — lógico que são grupos ilegais —, a marginalidade tem decrescido. Meus parabéns”!
Esses grupos de extermínio, os chamados milicianos, são herdeiros do tristemente célebre Esquadrão da Morte dos anos 70, comandado pelo delegado Sérgio Fleury, em São Paulo e integrado por policiais civis, financiado por industriais, que tinha esse objetivo explícito: matar a sangue frio aqueles que eles considerassem bandidos, a seu critério.
Ou seja: Fleury e seu bando clandestino introduziram a pena de morte no Brasil, por conta própria, à revelia da lei – mesmo na ditadura não existia pena de morte oficialmente, a não ser nos centros de tortura do Exército e da Aeronáutica.
Mataram dezenas de supostos criminosos “comuns”, e também aqueles que se opunham à ditadura, os chamados “subversivos”.
Era um grupo sanguinário de verdadeiros assassinos travestidos de policiais. Esse é um dos planos secretos que Bolsonaro pretende reeditar se vencer a eleição e que esconde a sete chaves. Mas não é difícil descobrir seu plano de governo relendo seus discursos na Câmara e suas declarações à imprensa nos 30 anos de mandato.
Nada faz crer que de 2003 para cá ele tenha mudado de ideia. Nunca se viu dele alguma autocrítica a respeito e a respeito de nada, aliás. O que apoiou então ele continua apoiando agora.
Grupos de extermínio e pena de morte.
É importante que os que pretendem votar nele tomem consciência de que ao apoiá-lo também estão apoiando as suas ideias, e essas são duas delas.
Tal como Fleury não fez distinção entre “bandidos” e “políticos” para apertar o gatilho, seus “longa manus” também não se importarão se alvejarem bandidos ou petistas.
Um cidadão que passou toda a sua vida pública elogiando a ditadura militar não vai hesitar em implantar seus métodos e práticas em todas as esferas.
Haddad nos livre disso.
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