Bolsonaro amplia a pobreza e apela ao terror como saída

"A violência estatal aumenta em meio ao crescimento da extrema pobreza e da miséria no país", escreve o ativista social e militante do PT de Curitiba Milton Alves. "O custo do ajuste neoliberal, como nos demais países da América Latina, cobra a sua cota de sangue dos brasileiros mais pobres, apelando para o terror como solução para conter a inevitável explosão social"



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Em São Paulo, no fim de semana, uma nova matança de jovens, pobres, negros e periféricos envolvendo a ação de forças públicas de segurança. Uma realidade que invade o nosso cotidiano e parece se naturalizar nestes dias de ode à violência e a barbárie.

Ao mesmo tempo, o governo Bolsonaro promete endurecer o que chama de combate ao crime, implementando uma legislação autoritária, punitivista e permissiva. Uma diretiva de comando para as forças policiais e militares que funciona como uma deliberada licença para matar, reprimir e aterrorizar.

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A chegada da extrema-direita ao governo federal impulsionou a política de criminalização da pobreza e do extermínio como forma de um pretenso combate da criminalidade.

O discurso perigoso e fascista do governo Bolsonaro, cada vez mais, apela ao terror como saída para a profunda crise social que atravessa o pais de ponta a ponta.

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As últimas iniciativas do governo apontam para mais repressão e violência: Bolsonaro quer banalizar o uso da Lei da Garantia e da Ordem (GLO) e instituir o famigerado projeto de Excludente de Ilicitude. Por sua vez, o ministro da Justiça, Sergio Moro, continua uma verdadeira cruzada em defesa do nefasto e demogógico “pacote anticrime”, que inclui até adoção de pena antecipada em tribunal do júri.

A violência estatal aumenta em meio ao crescimento da extrema pobreza e da miséria no país. A concentração de renda bate recordes. No período de 2014 até 2019, a renda da metade mais pobre da população caiu. A perda foi de 17,1%. No mesmo período, a renda da parcela que compreende o 1% mais rico avançou 10,11%. Nos últimos dois anos, o contingente de pessoas em situação de pobreza passou a contar com mais de 6,2 milhões de brasileiros.

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O drama social no país é agravado ainda por um crônico e continuado desemprego de mais de 12 milhões de brasileiros e pelo desmonte da rede de proteção social construída durante os governos petistas, inclusive com o congelamento de novos ingressos ao programa Bolsa Família.

O custo do ajuste neoliberal, como nos demais países da América Latina, cobra a sua cota de sangue dos brasileiros mais pobres, apelando para o terror como solução para conter a inevitável explosão social que, mais cedo ou mais tarde, eclodirá como um gesto de reação pelo direito à vida.

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