Bolsonaro ameaça rasgar constituição
"Gravíssimo é um presidente da República hostilizar e intimidar a mais alta corte do país e reincidir nas mesmas práticas antidemocráticas pelas quais está sendo investigado", escreve Alex Solnik em referência aos ataques de Bolsonaro ao STF
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O mantra dos presidentes da República desde a redemocratização sempre foi “decisão da Justiça não se discute; se cumpre”. Quando acusados de algum ilícito, limitaram-se a defender-se na Justiça.
O atual inquilino do Palácio do Planalto, ao contestar e desacatar a decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes de investigá-lo no inquérito das fake news, produziu novas fake news e ameaças ao estado de direito numa entrevista, ontem, à rádio Jovem Pan.
Insuflou seus seguidores contra Moraes, mentiu e confessou que tenciona agir fora da constituição ao dizer:
“Ele está dentro das quatro linhas da constituição? Não está. Então o antídoto para isso também não está dentro das quatro linhas”.
É óbvio que Moraes agiu dentro da constituição; Bolsonaro fez e continua fazendo o oposto. Mas o que quis dizer com “o antídoto também não está dentro das quatro linhas”? Vai fechar o STF com um soldado e um cabo?
Depois, tentou transformar seus ataques à democracia em questão pessoal a ser resolvida no braço:
“Aqui ninguém é mais macho que ninguém”.
Disse, mais adiante, que Moraes o chamou de mentiroso - o que é mentira. Moraes abriu um inquérito que vai apurar se ele mentiu ou não ao denunciar fraudes nas eleições presidenciais de 2014 e 2018 e afirmar que as urnas eletrônicas não são confiáveis.
“Acusação gravíssima, sem nenhum fundamento jurídico; ele abriu, ele apura, ele pune” afirmou a seguir, sem ser contestado, apesar de mentir novamente: Moraes apenas abre o inquérito; a Polícia Federal apura e o Congresso pune, se a PGR permitir,
Gravíssimo é um presidente da República hostilizar e intimidar a mais alta corte do país e reincidir nas mesmas práticas antidemocráticas pelas quais está sendo investigado.
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