Bolsonaro acabou e Globo prepara Huck
"Teremos, as próximas semanas duas possibilidades: ou Bolsonaro pede desculpas falsas e públicas à Globo - como fez com o STF - ou toda a imprensa nativa alinhada à Globo (revistas semanais, jornais convencionais, sites de direita) irão despejar uma quantidade inimaginável de podres da familícia", diz o linguista Gustavo Conde sobre os últimos lances de xadrez entre Globo e Bolsonaro
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Só para constar: não existe mais governo Bolsonaro. O show descontrolado do rei dos animais no Facebook foi uma espécie de renúncia não assumida, coisa de criança.
O problema, parceiro, é o mesmo problema que os milicianos enfrentam no Rio de Janeiro: o que fazer com o cadáver?
Cá entre nós? O Brasil merece um drama bandido desse tamanho. Talvez, só assim para a gente sair do jardim da infância dos berços esplêndidos e entender de uma vez por todas que democracia não se ostenta, se constrói.
A vergonha Bolsonaro vai demorar muitas décadas - talvez séculos - para passar. Gerações futuras perguntar-se-ão: como isso foi possível?
Eu já posso explicar hoje: foi possível porque no Brasil havia uma emissora de televisão tão fascista quanto o seu Jair.
Porque é disso que se trata: o consórcio que garantiu a eleição de Bolsonaro começa a se estilhaçar.
A Globo só é mais um passo lógico na sequência autodestrutiva do governo. Assim como um deputado bivarista contrariado, a emissora do Jardim Botânico quer a manutenção de suas operações no país, ameaçada por uma indomesticável hiena no cio.
Não nos iludamos: a reportagem da Globo é a resposta dos grandes mafiosos - como a cabeça de um cavalo de estimação colocada na cama de quem não se comportou direito.
É briga de hiena grande.
Senão, vejamos.
Bolsonaro ameaçou a Globo no Twitter para garantir a manutenção da imagem antissistema que o elegeu, na tentativa de forjar uma rixa que só existe, de fato, na superfície e na forma (pois no conteúdo, Globo e Bolsonaro são irmãos siameses).
A resposta veio no formato reportagem, embrulhada ao gosto do brasileiro domesticado, já carente de uma bom cafuné nas orelhas grandes de expectador televisivo.
Alguns poderiam perguntar: mas você não acredita na reportagem da Globo? Está do lado do Bolsonaro?
A minha resposta é: essa á a pergunta domesticada que Globo e Bolsonaro querem que se faça.
Vamos colocar da seguinte forma: Até o mundo mineral no país sabe que Bolsonaro é um corrupto assassino ligado a milicianos.
É óbvio que a matéria procede, mas é preciso perguntar aonde a Globo e o sistema de poder em seu entorno querem chegar com ela.
A reposta desesperada de Bolsonaro no Facebook mostra que ele acusou o golpe. E que vai despejar munição pesada, até porque a briga com a Globo lhe é vantajosa na instrumentalização das redes sociais.
A temporada de revelações bombásticas está aberta e a Globo está por trás dessa estratégia. Bolsonaro é idiota, mas em briga de hiena grande, as partes sabem muito bem aonde pisam.
O ressurgimento de Queiroz entra nessa ciranda. É o cerco que se fecha ao mafioso intermediário que não seguiu corretamente as ordens do poderoso chefão, os Marinho.
Teremos, as próximas semanas duas possibilidades: ou Bolsonaro pede desculpas falsas e públicas à Globo - como fez com o STF - ou toda a imprensa nativa alinhada à Globo (revistas semanais, jornais convencionais, sites de direita) irão despejar uma quantidade inimaginável de podres da familícia.
Seria a queda de presidente mais anunciada da história.
De fato, entrou-se num caminho sem volta. Bolsonaro acabou. Ele mexeu no vespeiro errado, por excesso de autoconfiança.
A queda de Bolsonaro, no entanto, não resolve o problema dos brasileiros. Ele será usado pela Globo, como Collor foi: depois de amigo, passa a ser inimigo e implanta-se um governo de "segurança".
O golpe, pois, caros leitores, prossegue a todo vapor. Bolsonaro foi só um soluço, um espasmo. A elite financeira do país não quer ter de enfrentar o povo soberano (leia-se PT) mais uma vez.
O nome do preposto a ser colocado no lugar de Bolsonaro, Mourão e Maia atende pelo nome de Luciano Huck.
As cartas marcadas já estão na mesa e o país pode sair do fascismo para entrar no bom e velho marasmo do tucanismo 4.0 que, comparativamente, será melhor que a catástrofe Bolsonaro.
Por isso Lula ainda está preso e vai permanecer preso por mais um tempo - Toffoli que o diga. Solto e com seu magnetismo e inteligência, ele pode atrapalhar a mobilização de bastidor que se acelera agora para discutir o day after de Bolsonaro.
Porque, não há mais como negar: o governo Bolsonaro acabou.
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