Bolsonarismo: a seita assassina
"Basta analisarmos as declarações de Bolsonaro após o crime cometido por um sectário da sua ordem das trevas, para dirimirmos qualquer dúvida"
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As inúmeras vezes em que Jair Bolsonaro incitou o ódio e incentivou o comportamento violento dos seguidores da sua seita, precisam ser levadas em consideração no assassinato de Marcelo Arruda, Guarda Municipal e ex-tesoureiro do PT de Foz do Iguaçu, que comemorava junto com a sua família o seu aniversário de 50 anos de idade. Por ter organizado uma festa cujo tema era Lula e o PT, o agente de segurança foi vítima da fúria de um bolsonarista que invadiu o local da confraternização para tirar-lhe a vida. O desequilíbrio emocional e a maldade existencial, são características inerentes aos adoradores do mito. Não bastam a eles serem preconceituosos e intolerantes no discurso. Eles precisam ser criminosos no comportamento e nas atitudes.
Basta analisarmos as declarações de Bolsonaro e do seu vice, após o crime cometido por um sectário da sua ordem das trevas, para dirimirmos qualquer dúvida quanto à motivação do ato. O vice-presidente da república, General Hamilton Mourão, resumiu o caso a uma “briga de gente que bebe”, e concluiu com um “vamos fechar a tampa desse caixão”, mantendo a sua postura de minimizador de tragédias provocadas por bolsonaristas e mandando um protocolar “foda-se” como condolências à família de Marcelo. Em um primeiro momento, ao ser questionado sobre o ocorrido, Bolsonaro respondeu: “O que eu tenho a ver? “, numa tentativa de impedir que as suas falas odiosas fossem associadas à atitude delinquente do seu eleitor.
Porém, em se tratando de Jair Bolsonaro, tudo pode piorar ainda mais. E foi com o seu habitual desprezo à vida humana, que ele enviou o pastor evangélico e deputado federal Otoni de Paula, em uma missão sórdida e repugnante. Reunir-se com a esposa de Marcelo Arruda e com os irmãos da vítima, que, segundo informações da própria mulher de Marcelo, são simpatizantes de Bolsonaro, para tentar agendar um encontro com eles em Brasília, onde a “verdade” seria esclarecida e o seu nome deixaria de ser veiculado na imprensa como incentivador de ódio e violência. Tudo isso, dito pelo próprio presidente durante uma vídeo-chamada intermediada pelo deputado da bancada evangélica.
Aliás, o preposto de Bolsonaro, apesar de ser pastor evangélico, também costuma usar a tribuna do congresso nacional para propagar violência. Usando a linguagem de um miliciano, Otoni de Paula já ameaçou Lula do plenário da casa. Com o dedo em riste e chamando o ex-presidente de “vagabundo”, ele vocifera aos petistas: “não atravessem a escola dos meus filhos e nem pense em visitar a minha esposa. “, alertando que no Rio de Janeiro “a gente tem um método de tratar bandido. Lá no Rio de Janeiro é na bala. “ Como podemos ver, quem sai a um bolsonarista não degenera. Otoni de Paula é mais um que costuma marchar por cima de Jesus, naquele evento gospel organizado e liderado por “cristãos” abutres e famintos por poder.
Não satisfeito, Bolsonaro foi ao cercadinho ter com o seu gado e voltou a incentivar mais ódio contra o PT. Numa tentativa biltre de transformar o criminoso bolsonarista em vítima, ele cita que o seu adorador foi agredido quando já estava no chão e baleado, frisa que os seus “agressores” eram todos petistas e ironiza dizendo que a violência petista “que chuta a cara de quem está caído no chão” é do bem. Um contrassenso para quem costuma dizer que não se oferecesse flores a bandido. A verdade é que Bolsonaro enxerga como “bandidos” todos aqueles que não o apoiam, e, com isso, faz com que os seus seguidores percebam os seus opositores como inimigos a serem abatidos. Eis o porquê de o bolsonarismo não ser uma ideologia política, mas uma seita assassina.
Muito longe da disputa política no campo das ideias, até porque, bolsonarista não possui capacidade cognitiva para articulá-las, a ideia dessa caterva diabólica é apenas instituir a violência como imposição do respeito que eles não conseguem conquistar através dos, digamos, pensamentos que expressam. É a intelectualização da barbárie. É a reedição da lei do velho oeste. É a intimidação pura e simples. Não há inteligência, apenas estupidez. É o fanatismo no seu estado puro e mais perigoso. Chamar de polarização, o que vem acontecendo no Brasil desde a ascensão de Bolsonaro, é igualar os dois lados. Chega a ser desonesto intelectualmente. Como ele mesmo declarou durante a marcha para Jesus, diante de milhares de cristãos que ainda o enxergam como um messias, estamos numa guerra entre o bem contra o mal. O problema é que muitos estão cegos ou não querem ver de que lado dessa guerra Jair Bolsonaro está.
O bolsonarismo mata.
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