Bolsa, mercado e empresas
A internacionalização dos mercados é um aspecto marcante da globalização. Pensando nisso, tempos atrás, um grande leque de empresas nacionais percorreu o caminho das bolsas
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A internacionalização dos mercados é um aspecto marcante da globalização. Pensando nisso, tempos atrás, um grande leque de empresas nacionais percorreu o caminho das bolsas.
Fizeram com o intuito de ganhar capilaridade e, ao mesmo tempo, ter projeção nos mercados.
Acertos ou erros são comuns nas perspectivas de planejamento, mas se for possível corrigir o defeito com revisão das metas e novas ações, tudo isso consolida uma empresa de qualidade.
Entretanto, no Brasil, o peculiar viés financeiro foi retirando cada vez mais as empresas do cenário produtivo e injetando a compulsiva obrigação de rentabilidade, o desejo de mais e mais lucros.
E quando vemos o governo não cerrar fileiras com progressos econômicos, mediante pactos e tratados internacionais, o gosto amargo da abertura de capital se ressente de uma componente, a variante do apagão empresarial.
As indústrias sentem na própria pele, ladeira abaixo, o frágil crescimento, e as empresas somente têm dois meios de sobrevivência.
A partida para o exterior e a conquista de novos nichos, ou o corte de custo e a precificação compatível com a renda da maior parte da população.
É bem certo que o empreendedorismo cresce vertiginosamente no País, mas diríamos que os startups podem e devem contribuir para a racionalidade da produção e menos visão dos lucros.
A competição e a concorrência hoje se fazem, ao contrário de ontem, em relação aos ganhos, quando observamos a divulgação dos balanços de muitas empresas, acirram-se os ânimos e todos traçam sua confiança na liquidez dos ganhos, o que não é muito preciso ou exato.
Na atualidade, as empresas que foram às Bolsas hoje trafegam numa dupla mão, a primeira da transparência, a outra da dificuldade emergencial de colocar produtos e serviços com a mesma velocidade desejada.
E notamos que os dividendos e juros sobre capital estão sendo, a cada ano, mais pulverizados no sentido de menor proporção e interesse do investidor - acionista.
Os fundos dominam todos os fatos e não estão muito preocupados com os valores das empresas e suas qualidades específicas, exceto no elemento lucro e, com isso, em todos os setores as perdas são grandes.
Escolas, faculdades, centros de treinamento e empresas de ponta hoje sofrem a escassez de capital e se socorrem dos fundos, os quais investem com o intuito de multiplicar ganhos, e assim acontece na área da educação, das escolas e dos múltiplos aspectos de trato societário.
O controlador não é mais o portador da ação votante, mas sim grandes fundos que, ao acumularem compras maciças de papeis, naturalmente surgem na frente com marcante posição dominante.
As empresas brasileiras, de maior ou médio porte, foram atraídas pelas aberturas de capital, da chegada à Bolsa, porém não tinham noção ou consciência do preço, pois que viraram presa fácil do capital estrangeiro e, com isso, para a manutenção no mercado, muitos sacrifícios se colocam.
Enquanto o governo não despertar para as grandes parcerias com os mercados americanos, europeu, asiático de uma forma geral, já que o Mercosul é para crescimento homeopático, as empresas brasileiras não encontrarão o rumo preciso de um gigantismo da própria economia, e assim o esmagador e totalizador capital de fora mostrará suas garras para a compra de controle das empresas brasileiras remanescentes.
Em resumo, para a entrada e permanência na Bolsa é fundamental uma economia forte, um mercado que funcione e sinais inequívocos de uma tributação capaz de manter concorrência e competição, eliminando a inflação interna, com a inserção de um câmbio praticado favorável nas duas pontas, de exportação e importação, quiçá o governo faça sua parte.
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