Biu de Lira cobra de Moraes lealdade no STF

Entre bebidas e comidas finas, coube a Benedito de Lira perguntar se Moraes iria esnobar os parlamentares, caso fosse aprovado o seu nome pelo Senado. Dizem que Biu de Lira ficou satisfeito com a resposta dada. Imagino leitor que, se rolou esse diálogo, o que mais não teria sido acordado?



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A crise brasileira chega ao fundo do poço. Mas não é o seu fim. É sim a sua continuidade. Só que agora com um precipício imenso que virá com a insatisfação e revolta de diversas categorias. No caso mais emblemático, a perigosa probabilidade de que a crise institucional vivida no Espírito Santo entre policiais e o Executivo se espalhe por outros estados, casos do Rio de Janeiro, Pernambuco, entre outros.

Alagoas também está nessa lista. Foram claras as palavras de representantes de Associações Militares nesta quinta-feira (9) ao afirmarem que estavam negociando a reposição da inflação de 2015 e 2016 e que ainda não haviam discutido (entre os militares), caso não sejam atendidos, "paralisação" e as consequências que o motim causa, tendo o Espírito Santo como exemplo. Convenhamos, essas palavras foram uma "clara ameaça".

Pois bem, esse é o precipício. A generalização das insatisfações somada à falta de credibilidade das autoridades dos poderes Judiciário, Executivo e Legislativo. E não poderia ser diferente. Com centenas de ex e atuais deputados, senadores e ministros suspeitos de corrupção a partir de delações no âmbito da Lava Jato, a sociedade parte para o perigoso "cada um por si", algo que os políticos já vêm fazendo organizadamente.

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Que o digam alguns senadores – entre eles Benedito de Lira (PP-AL). Nesta terça-feira (7) Biu e outros companheiros de ofício participaram de um jantar no barco do senador Wilder Morais (PP-GO), ancorado no Lago Sul do Paranoá, em Brasília. O encontro ocorreu para recepcionar o ministro licenciado da Justiça, Alexandre de Moraes, indicado por Michel Temer para o STF.

Entre bebidas e comidas finas, coube a Benedito de Lira, segundo o jornalista Luís Costa Pinto, perguntar se Moraes iria esnobar os parlamentares, caso fosse aprovado o seu nome pelo senado, "como outros fazem na Corte". Dizem que Biu de Lira ficou satisfeito com a resposta dada. Imagino leitor que, se rolou esse diálogo, o que mais não teria sido acordado?

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Entre os senadores que participaram do encontro, vários respondem a processos diversos que vão além da Lava Jato. São eles que vão aprovar o nome de Moraes para a mais alta Corte. E precisam de mais alguém que os entenda e atenda, afinal de contas, Alexandre de Moraes é da confiança de Temer, de Aécio, de Padilha, e agora de Sarney, de Renan, de Biu, de Perrela.

Ou seja, é da confiança do PIB da política brasileira enrascada nas delações das construtoras que revelaram como funciona a troca de obras por financiamento de campanhas, de partidos e de políticos.

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Com o grau de credibilidade da classe política em frangalhos, o precipício está bem ali. Só que alguém pode jogar gasolina e acender o fósforo.

E bbbbuuuuummm!

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