Bispos exorcizam retrocessos de Temer

Após vários anos de omissão e até de cumplicidade com as forças reacionárias e golpistas, arcebispos, bispos e padres voltaram a clamar pelos fracos e oprimidos – o que prova a influência redentora do Papa Francisco

Após vários anos de omissão e até de cumplicidade com as forças reacionárias e golpistas, arcebispos, bispos e padres voltaram a clamar pelos fracos e oprimidos – o que prova a influência redentora do Papa Francisco
Após vários anos de omissão e até de cumplicidade com as forças reacionárias e golpistas, arcebispos, bispos e padres voltaram a clamar pelos fracos e oprimidos – o que prova a influência redentora do Papa Francisco (Foto: Altamiro Borges)


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Na histórica greve geral de 28 de abril, que teve a adesão de mais de 40 milhões de trabalhadores em todo o país, a Igreja Católica cumpriu um papel de relevo. Após vários anos de omissão e até de cumplicidade com as forças reacionárias e golpistas, arcebispos, bispos e padres voltaram a clamar pelos fracos e oprimidos – o que prova a influência redentora do Papa Francisco. Vídeos dos sermões criticando as "reformas" trabalhista e previdenciária do "satanás" Michel Temer bombaram nas redes sociais. A presença dos religiosos nos atos e passeatas de sexta-feira emocionou as pessoas – crentes ou não – que aprenderam a admirar a Teologia da Libertação e seus corajosos difusores. A mensagem aprovada neste final de semana na Assembleia Ordinária da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), realizada no Santuário de Aparecida (SP), só confirma esta mudança de postura da cúpula da Igreja. Vale conferir:

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Mensagem da CNBB aos trabalhadores (as) do Brasil:

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"Meu Pai trabalha sempre, portanto também eu trabalho" (Jo 5,17)

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, reunida, no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida – SP, em sua 55ª Assembleia Geral Ordinária, se une aos trabalhadores e às trabalhadoras, da cidade e do campo, por ocasião do dia 1º de maio. Brota do nosso coração de pastores um grito de solidariedade em defesa de seus direitos, particularmente dos 13 milhões de desempregados.

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O trabalho é fundamental para a dignidade da pessoa, constitui uma dimensão da existência humana sobre a terra. Pelo trabalho, a pessoa participa da obra da criação, contribui para a construção de uma sociedade justa, tornando-se, assim, semelhante a Deus que trabalha sempre. O trabalhador não é mercadoria, por isso, não pode ser coisificado. Ele é sujeito e tem direito à justa remuneração, que não se mede apenas pelo custo da força de trabalho, mas também pelo direito à qualidade de vida digna.

Ao longo da nossa história, as lutas dos trabalhadores e trabalhadoras pela conquista de direitos contribuíram para a construção de uma nação com ideais republicanos e democráticos.

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O dia do trabalhador e da trabalhadora é celebrado, neste ano de 2017, em meio a um ataque sistemático e ostensivo aos direitos conquistados, precarizando as condições de vida, enfraquecendo o Estado e absolutizando o Mercado. Diante disso, dizemos não ao "conceito economicista da sociedade, que procura o lucro egoísta, fora dos parâmetros da justiça social" (Papa Francisco, Audiência Geral, 1º. de maio de 2013).

Nessa lógica perversa do mercado, os Poderes Executivo e Legislativo reduzem o dever do Estado de mediar a relação entre capital e trabalho, e de garantir a proteção social. Exemplos disso são os Projetos de Lei 4302/98 (Lei das Terceirizações) e 6787/16 (Reforma Trabalhista), bem como a Proposta de Emenda à Constituição 287/16 (Reforma da Previdência).

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É inaceitável que decisões de tamanha incidência na vida das pessoas e que retiram direitos já conquistados, sejam aprovadas no Congresso Nacional, sem um amplo diálogo com a sociedade.

Irmãos e irmãs, trabalhadores e trabalhadoras, diante da precarização, flexibilização das leis do trabalho e demais perdas oriundas das "reformas", nossa palavra é de esperança e de fé: nenhum trabalhador sem direitos! Juntamente com a Terra e o Teto, o Trabalho é um direito sagrado, pelo qual vale a pena lutar (Cf. Papa Francisco, Discurso aos Movimentos Populares, 9 de julho de 2015).

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Encorajamos a organização democrática e mobilizações pacíficas, em defesa da dignidade e dos direitos de todos os trabalhadores e trabalhadoras, com especial atenção aos mais pobres.

Por intercessão de São José Operário, invocamos a benção de Deus para cada trabalhador e trabalhadora e suas famílias.

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Dom Sergio da Rocha

Arcebispo de Brasília

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Presidente da CNBB

Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, SCJ

Arcebispo São Salvador da Bahia

Vice-Presidente da CNBB

Dom Leonardo Ulrich Steiner

Bispo Auxiliar de Brasília

Secretário-Geral da CNBB

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