Biden no Oriente Médio: apoio a Israel, hipocrisia com palestinos, provocação ao Irã e súplicas aos sauditas

O chefe da Casa Branca reafirma apoio incondicional aos sionistas israelenses, escreve o editor internacional José Reinaldo

Biden discursa em cerimônia de chegada a Israel, 13 de julho de 2022
Biden discursa em cerimônia de chegada a Israel, 13 de julho de 2022 (Foto: Reuters/Ammar Awad)


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José Reinaldo Carvalho, 247 - O presidente dos EUA, Joe Biden, iniciou na última quarta-feira (13) sua primeira viagem ao Oriente Médio desde que chegou ao poder em janeiro do ano passado.

Sua primeira escala foi Israel, em um giro que o leva também à Cisjordânia, onde se encontra com autoridades do povo palestino, martirizado e massacrado pelo Estado sionista. Israel é destinatário de volumosa ajuda financeira com a qual se arma para perpetrar crimes de lesa-humanidade. 

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“É uma honra para mim viajar para Israel [...] Nossas relações com Israel são mais fortes e profundas do que antes. Trabalharemos em conjunto com Israel para fortalecer seu sistema de defesa, incluindo o Iron Dome”, declarou o chefe da Casa Branca, ao chegar ao aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv, numa demonstração explícita de aliança com o Estado usurpador e colonialista. 

A aliança dos EUA com Israel, reafirmada por Biden, é mais uma prova do apoio total do imperialismo estadunidense à ocupação da terra palestina e um apoio indisfarçável aos crimes que os sionistas perpetram há mais de 70 anos contra os palestinos, o que revela quanto é vazia e hipócrita a retórica do líder norte-americano de apoio à “política de dois Estados”, jamais implementada devido às travas impostas por Israel, com o beneplácito da Casa Branca e do Departamento de Estado, tanto em gestões republicanas quanto nas democratas. 

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Biden visita a região também para pedir ajuda de países árabes para enfrentar a crise energética global, lidar com a crônica instabilidade política de Israel e fornecer mais ajuda para garantir sua segurança, como se esta fosse vulnerável e não fosse Israel um país agressor.

A visita a Israel visa também a ajudar o país que sempre se comportou como verdugo e fautor de guerra contra os países árabes a sair do isolamento. Biden prometeu ao governo sionista - por sinal atravessando também mais uma crise interna - apoximar Israel dos demais países da região, o que significa dar prosseguimento às gestões do seu antecessor Donald Trump, para pressionar os países árabes a reconhecerem Israel diplomaticamente. Até agora, países árabes como Emirados Árabes Unidos (EAU), Egito, Marrocos, Jordânia, Sudão e Bahrein normalizaram suas relações com Israel.

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A rigor, a demarche do governo Biden não tem finalidades diplomáticas nem pacíficas. O que o imperialismo estadunidense pretende é organizar uma aliança anti-iraniana, que, segundo os planos do governo norte-americano poderá se afigurar como uma iniciativa militar multilateral, que possa resultar em algo parecido com uma "Otan do Oriente Médio", ao estilo do que estão preparando na região do Indo-Pacífico, com funções antichinesas, a exemplo dos blocos Quad e Aukus. 

Conforme assinalamos em nossa edição desta quinta-feira (14), EUA e Israel assinaram uma declaração conjunta para  impedir que o Irã adquira uma arma nuclear. "Esta declaração é bastante significativa e inclui um compromisso de nunca permitir que o Irã adquira uma arma nuclear", conforme assinalou um alto funcionário do governo estadunidense. Em aberta provocação contra o país persa, EUA e Israel se dizem engajados para realizar ações conjuntas voltadas para "impedir atividades desestabilizadoras do Irã, particularmente as ameaças a Israel". 

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Com ajuda militar maciça a Israel, os Estados Unidos agridem o bom senso e o direito internacional e mesmo os direitos humanos que dizem defender, pois alimentam a máquina de guerra israelense e suas ações genocidas.  

Vale destacar também que o próprio Biden, ao explicar as razões da sua viagem ao Oriente Médio, apontou que deseja enfrentar os desafios globais mais importantes da sua gestão: o combate à Rússia e a contenção da China. Os EUA se mostram incomodados com o avanço do país socialista asiático em parcerias estratégicas cada vez mais consistentes com países da região, principalmente o Irã. 

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O giro de Biden pelo Oriente Médio é esclarecedor também quanto aos critérios dúplices do imperialismo estadunidense em suas escolhas de parcerias em confronto com afirmações em defesa dos direitos humanos. Afinal, durante a campaha eleitoral, há dois anos, referindo-se ao assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, no qual ficou comprovado o papel direto de Mohamed bin Salman, o príncipe herdeiro da monarquia absolutista saudita, rei de fato, Biden prometeu que transformaria o reino reacionário em "pária internacional". 

Agora, enredado em profunda crise econômica e investido dos poderes de chefe da superpotência americana, BIden terá precisamente na Arábia Saudita a mais importante etapa do seu giro, a se concluir no sábado (16). Em um tête-à-tête com os monarcas sauditas, o presidente da "maior democracia do mundo" vai suplicar que tomem medidas para baratear os preços do petróleo no mercado internacional. 

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