Barroso e a síndrome dos reféns dos militares
“Por que o atual presidente do TSE decidiu abrir exceção nos procedimentos institucionais justamente para a eleição de 2022?”, questiona Jeferson Miola. “Se for verdade que Barroso pediu um nome das Forças Armadas para ‘comissão de transparência eleitoral’, estamos diante de mais um grosseiro erro de conduta das instituições civis na relação com os militares”, diz
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Jeferson Miola em seu blog
Se for verdade que o ministro Luís Roberto Barroso [STF e TSE] pediu ao general Braga Netto a indicação de um “nome das Forças Armadas para comissão de transparência eleitoral”, então estamos diante de mais um grosseiro erro de conduta das instituições civis na relação com os militares.
Por que o atual presidente do TSE decidiu abrir exceção nos procedimentos institucionais justamente para a eleição de 2022?
E por que Barroso pediu justamente um nome das FFAA e não um nome da EMBRAPA, ou dos Correios, ou do INCRA, ou da FUNAI, ou do BB, ou da AGU, ou da Receita Federal, ou do SERPRO, ou da Casa Civil, ou – por que não? – um nome da associação de porteiros e porteiras da Esplanada dos ministérios para representar o Executivo em tal comissão?
Este gesto do ministro Barroso pode significar muita coisa – inclusive a legitimação da tutela dos militares sobre o principal momento de expressão da soberania popular, que é o processo eleitoral.
Tratar de eleição geral do Brasil com um general conspirador e intimidador e convidar as Forças Armadas para monitorar a “transparência eleitoral” também pode ser entendido como rendição aos caprichos de criminosos que ameaçam e atentam contra a democracia.
Com o convite, o ministro Barroso até pode ter tido outro objetivo, mas seu gesto produz exatamente o significado mencionado.
Será isso sintoma de uma espécie de síndrome de Estocolmo dos reféns dos militares?
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