Banco Central, saia de cima do crescimento do País

Um conjunto de pessoas sem um voto da população não pode ter este poder imperial de submeter o Brasil a esta agiotagem. Senado não pode fingir que não é com ele

Composição atual do Copom: (da esquerda para a direita) Bruno Serra Fernandes, Diretor de Política Monetária; Otavio Ribeiro Damaso, Diretor de Regulação; Paulo Souza, Diretor de Fiscalização; Carolina de Assis Barros, Diretora de Administração; Mauricio Moura, Diretor de Relacionamento; Roberto Campos Neto, Presidente; Fernanda Guardado, Diretora de Assuntos Internacionais; Renato Dias de Brito Gomes, Diretor de Organização do Sistema Financeiro; e Diogo Abry Guillen, Diretor de Política Econômica.
Composição atual do Copom: (da esquerda para a direita) Bruno Serra Fernandes, Diretor de Política Monetária; Otavio Ribeiro Damaso, Diretor de Regulação; Paulo Souza, Diretor de Fiscalização; Carolina de Assis Barros, Diretora de Administração; Mauricio Moura, Diretor de Relacionamento; Roberto Campos Neto, Presidente; Fernanda Guardado, Diretora de Assuntos Internacionais; Renato Dias de Brito Gomes, Diretor de Organização do Sistema Financeiro; e Diogo Abry Guillen, Diretor de Política Econômica. (Foto: Divulgação/Banco Central)


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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nessa quarta-feira (3) manter a taxa básica de juros em escorchantes 13,75%. Contra tudo e contra todos. Como um poder imperial incrustado dentro de uma democracia, ignorando a ampla parcela das vozes do campo político e econômico que apontam a taxa Selic neste patamar como impeditiva para a retomada do crescimento. O Brasil tem atualmente a maior taxa de juros real do planeta.

É inadmissível e inaceitável que uma autoridade monetária acumule tanto poder institucional como o Banco Central brasileiro, ao ponto de travar o desenvolvimento do país que vem sendo executado pelo governo Lula, eleita e soberanamente. A canetada absolutista de Campo Neto impede que o empresário invista no país, pois torna o crédito praticamente inacessível. A decisão dos sete integrantes do Copom também encarece o serviço da dívida brasileira. 

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A manutenção da taxa Selic em 13,75% gerou revolta dentro do Partido dos Trabalhadores. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, classificou a medida como "negacionismo econômico" de Campos Neto. Cresce a pressão dentro do partido para que o governo submeta a exoneração de Campos Neto ao Senado, já que ele tem mandato independente até 2024. Na mídia independente não há quem aceite a agiotagem do BC. “A ata do Copom chega ao ridículo de ameaçar com novas altas na Selic, se o mundo não se comportar conforme seu desejo”, observou o jornalista Luís Nassif em artigo. 

Nesta quinta-feira (4), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar a taxa de juros do país. “Todo mundo tem que ter cuidado, ninguém fala de juros, como se um homem sozinho pudesse saber mais do que a cabeça de 215 milhões de pessoas”, disse Lula durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o Conselhão. 

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, externou apreensão. "Eu fiquei bastante preocupado com decisão de ontem do nosso Copom de manter pela terceira vez maior taxa de juros do mundo numa economia que tem hoje uma das mais baixas taxas de inflação", afirmou Haddad no Conselhão.

O Congresso Nacional não pode continuar fingindo que este problema colossal que impede a retomada do crescimento do país não é com ele. O presidente da Câmara, Arthur Lira, exibiu uma reação indignada em defesa da soberania do país ao criticar a pressão das big techs pela rejeição do PL 2630, de combate às fakes news. Disse que as plataformas tentaram impedir o funcionamento do Poder Legislativo. Como um verdadeiro tigrão, Lira rugiu medidas judiciais contra as plataformas. No entanto, o presidente da Câmara se cala diante da interferência política do Banco Central na política de desenvolvimento econômico e social implantada pelo governo Lula. Provavelmente porque Lira foi o patrono da lei de ‘independência’ do Banco Central, que hoje mantém o país sob cárcere privado econômico. 

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Banco Central, desocupe a via do crescimento do Brasil. Saia de cima da retomada do país, sua conduta não tem a legitimidade das urnas. 

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