Banco Central independente de quem?
No Brasil, o neoliberalismo fomentou três balelas, a do estado mínimo, a do Banco Central independente e a do teto de gastos
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Um dos maiores equívocos da ortodoxia monetária tem sido os métodos de combate à inflação.
Roberto Campos, apelidado pela esquerda de Bob Fields, avô do atual presidente do BC, usou o método da indexação e foi um dos fatores, senão o principal, que jogou o país na hiperinflação.
O sistema econômico se desenvolve pelo consumo e investimento, ambos necessitam de crédito. E o crédito depende dos juros. Com juros altos, quem pode ter crédito?
As pequenas e médias empresas não conseguem e quando se arriscam é quase certo a falência mais adiante.
As classes médias reduzem o consumo e as compras a prazo, e quando não o fazem, acabam se endividando além de suas possibilidades e ficam inadimplentes, vão para a negociação de suas dívidas e lá novamente encontram os juros elevadíssimos.
Política econômica e política monetária não podem andar separadas. Essa invenção só teve um propósito: o de proteger e garantir os ganhos do capital financeiro e atravancar o desenvolvimento econômico com resultados sociais benéficos ao povo.
O capital financeiro não tem compromisso com o desenvolvimento da economia, muito menos com o bem-estar social, seu vetor é a sua rentabilidade a qualquer custo.
Com essa divisão entre política monetária e política econômica, o governo ficou com o motor de partida e o BC com as marchas. E como não passa da primeira marcha, o carro vai esquentar e parar, ou seja: o futuro é a recessão, em permanecendo esse divórcio.
A tarefa de gerenciar um sistema irracional, como é o capitalista, não é simples, é complexa e depende de muitos fatores, particularmente quando o país não é ainda desenvolvido com sustentabilidade.
A convergência dos atores institucionais e econômicos é o desafio para um planejamento que evite por um lado a recessão e por outro a inflação desenfreada.
E tudo é minado, subvertido e piora, quando “esse cidadão” que está na presidência do BC é adepto do bolsonarismo, compadre ideológico do genocida golpista, que, econômica, social e politicamente destroçou o país.
A trinca, Bolsonaro, Guedes e “esse cidadão”, é responsável pelos 33 milhões de brasileiros na miséria, pelo desemprego de mais de 12 milhões, por metade da população na insegurança alimentar, pelas mortes culposas de 400 mil pela covid-19 e pelo genocídio doloso dos yanomamis.
A independência do BC significa a dependência ao mercado financeiro!
Essa briga não é só do Lula, é nossa, pois os prejuízos são de toda a sociedade.
Movimentos sociais, sindicais, partidários, devem assumir essa bandeira. E fazer como o movimento nos EUA, Occupy Wall Street, que foi um protesto contra a desigualdade econômico-social, a cobiça, a corrupção no mercado e a sua desregulamentação, cujo resultado não foi o desejado, mas produziu algumas regras na selva dominada pelo capital financeiro.
No Brasil, o neoliberalismo fomentou três balelas, a do estado mínimo, a do Banco Central independente e a do teto de gastos.
Estado mínimo significa o domínio máximo do mercado, quanto menor, maior será o comando do mercado.
O estado, como mediador dos interesses das classes, tem que ser o máximo necessário para gerar o bem-estar da sociedade, razão pétrea estabelecida pela Carta Magna.
Banco Central independente do governo, dos poderes e instituições democráticas, da sociedade organizada, em última análise, do sufrágio universal, direto ou indireto, é como uma célula estranha ao organismo democrático-social, e pode gerar doenças de raquitismo ao crescimento econômico com justiça social.
O teto de gastos não pode funcionar sem o teto de juros, sob pena de impedir o cumprimento do artigo terceiro do ordenamento constitucional.
Se o BC não entrar em harmonia com o governo Lula, as promessas eleitorais ficarão muito difíceis de serem realizadas.
É o que desejam os golpistas!
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