Bancarrota do individualismo
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A gente tá andando no breu.
Ninguém tem certeza de nada.
Os governos municipais, estaduais e federal , todos, em todo o mundo, estão com seus calendários arrombados.
Nenhum deles sabe dizer que dia voltam as aulas, e se a volta for autorizada, não há certeza de os pais soltarem os filhos numa hora dessa.
Os meninos e meninas poderão trazer para dentro de casa a morte.
Também, não se tem certeza alguma de quando o perigo vai passar.
O vírus é mutante no ambiente natural característico da diversidade ambiental, global.
Cada região é um habitat, com suas especificidades.
Não há verdade absoluta, como não há a vacina salvacionista.
O vírus demandará diversidade delas adequadas a cada ambiente em que ele estiver, produzindo infinitas mutações.
O ser humano está vendido.
Ele não comanda, é comandado pelo vírus.
NOVA CONSCIÊNCIA
A verdade passou a ser dada por ser exterior à realidade diante da qual o homem não tem poder para determiná-la, ainda.
A consciência dessa verdade produz nova realidade.
Vai para o saco a autosuficiência humana, arrogante, orgulhosa, ciumenta, mesquinha, vaidosa.
Cai em si em sua insignificância e impotência.
O Eu, diante dessa tomada de consciência, se desequilibra e desaba.
Desperta-se do pesadelo do Eu para se socorrer no Outro, ao qual nunca se ligou de forma verdadeiramente fraterna.
Nova consciência à vista ou não?
O Eu em si fragilizado percebe ser ele o ser outro em si mesmo, como diz Hegel.
Confinado, com os negócios em bancarrota e os empregos seguros se transformando em desemprego, o Eu inseguro e medroso passa a ver no outro possibilidade de salvação.
Ao descobrir o outro em si mesmo, o individual se abre ao coletivo.
SOLIDARIEDADE OU BARBÁRIE
A solidariedade se transforma em instinto de sobrevivência.
O interesse privado se vê incapaz.
Conscientiza-se da sua insignificância fora do interesse coletivo, que tende a se tornar prioridade.
O coletivo fala pela solidariedade.
O vírus mostrou a falência da individualidade.
Despertará a comunidade solidaria ou aprofundarão as características menos nobres do ser humano?
A barbárie em cena e a desigualdade social consequente serão ou não rompidas pela recomendação do vírus em favor de solidariedade com saída?
A solidariedade social ganhará raízes fortes ou expandirá o hábito egoísta de se distanciar, depois do corona?
Ampliarão ou não prisões mentais, valorizando homofobias e medos, rendidos à mesquinharia econômica da avidez individualista?
ESTADO NO MUNDO DA IMAGEM
A imagem prepondera nas relações sociais em tempos de redes virtuais
Nova colonização psicológica.
Imagem conversa com imagem e o distanciamento, exigido pelo novo coronavírus, vira nova convivência.
Essa nova realidade produz mais ou menos solidariedade social?
Com a proletarização que vem por ai com a bancarrota capitalista evidente a se aprofundar o que se evidencia é a necessidade de fortalecer o Estado social.
Ele vira visão coletiva da salvação frente ao interesse privado impotente para enfrentar a situação.
O novo coronavírus sinaliza proletarização social ampliada.
O socialista Zizek fala em vida mais modesta.
O excesso de riqueza produziu contrapolo que o ameaça: pobreza, subconsumismo, deflação, destruição do capital.
Nesse cenário, o que pinta como solução: solidariedade ou individualidade?
O ponto de vista coletivo é ou não a nova ordem?
Sua base é ou não a solidariedade?
Seu horizonte é ou não o socialismo?
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