Bancada de trabalhadores(as). Um desafio urgente
Nosso Congresso Nacional é hoje um ambiente hostil aos interesses dos trabalhadores e trabalhadoras
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A aproximação das eleições de outubro traz esperança para quem sonha com um país mais justo. Porém também representa preocupação. Motivos não faltam. Além da ameaça de golpe que paira no ar, temos o desafio não só de eleger Lula presidente e governadores progressistas, mas também de virar a página deprimente da história atual do Congresso Nacional. A boiada que passa por cima dos direitos, entrega o patrimônio público, causa destruição e morte não teria caminho livre caso os deputados federais e senadores tivessem compromisso com o povo brasileiro.
Nosso Congresso Nacional é hoje um ambiente hostil aos interesses dos trabalhadores e trabalhadoras. Não à toa ganham espaço as chamadas bancadas do boi, da bala e da bíblia, informalmente chamada de BBB. São muitos os deputados e senadores empresários, latifundiários, representantes das grandes corporações, das igrejas e dos conglomerados de comunicação. Como era de se esperar, eles votam sistematicamente contra os direitos da maior parte da população brasileira. Assim foi na reforma Trabalhista, na reforma da Previdência e na PEC do Teto de Gastos.
Mudar esse quadro é tarefa de cada um de nós. O presidente Lula tem sido o primeiro a fazer esse alerta e a incentivar os sindicatos e os movimentos sociais - como MST, MTST - a enfrentar o desafio de garantir representatividade do povo brasileiro no Congresso. Não teremos avanço sem que estejamos lá, propondo iniciativas parlamentares, fazendo o debate no plenário, votando de acordo com o que esperam os nosso eleitores e eleitoras.
Com a eleição de Lula, que é nossa meta maior para salvar o país do caos atual, teremos a oportunidade de batalhar pela revogação da reforma Trabalhista e da Emenda Constitucional do Teto de Gastos (EC95). Mas essas medidas, que são prioridades de Lula, só se tornarão realidade se o futuro governo possuir base forte no Congresso Nacional, sobretudo na Câmara dos Deputados.
Mais do que isso, o passado nos ensina que a governabilidade depende de uma base sólida, de no mínimo 172 deputados federais de apoio ao presidente, número mínimo para impedir o impeachment. Só assim para evitar, no futuro, que um novo golpe abale a democracia, como aconteceu com a presidenta Dilma Rousseff.
Atender ao chamado do presidente Lula, como foi minha decisão e de outros companheiros sindicalistas, não é simples. Fazer campanha eleitoral requer dedicação e disposição para enfrentar máquinas poderosas e o ódio que tomou conta do país. Exige também que missões que cumprimos fiquem suspensas, como pra mim é o caso da presidência da CUT-Rio, de onde me licenciei no início do mês para assumir a pré-candidatura a deputado federal pelo PT. Mas o que nos anima e traz energia para enfrentar os próximos meses é a consciência de que estamos vivendo um momento histórico. Não há dúvida de que a democracia está em risco, que essas eleições são decisivas para o futuro de todos nós e das gerações que virão. E também não há dúvida de que a esperança nos move e que podemos construir um país mais justo e solidário. A vida nos pede coragem. E isso nós temos de sobra.
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