Balanço parcial do BBB democrático de 2014 – 1º turno
Viu-se uma Marina apática no debate de 28.9.14, um Aécio aceso e uma Dilma desafiante. Um cenário totalmente diferente da semana anterior. Agora é aguardar

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O arrependido equivale ao inocente útil. O arrependido é aquela criatura que ‘acredita’. Por exemplo acreditou em Collor. Já reparou que depois ninguém mais votou no impichado? Numa alusão mais elevada, é o ‘apolítico’ teorizado por Bertold Brecht. Neste caso o imbecil acredita ‘em si’ e depois reclama.
Isto quer dizer: escolha o seu candidato e faça para não se arrepender. Noutras palavras, não encha o saco depois pelo fato de ter escolhido mal. Simples assim. Informe-se, compare, estude e ouça gente que você confia.
Como fazer para não se arrepender? Primeiramente tenha o voto pela sua convicção responsável. Pode ser momentânea -o convencimento-, ou de ‘toda’ uma vida – a ideologia-. Equivale a casar apaixonado, deveria ser assim sempre. Não se deve votar por influências que não sejam internas, refletidas e seguras. Às vezes é difícil, dependendo da pessoa.
O ‘melhor’ voto continua sendo aquele consciente. Mas, melhor, o qualitativo: ideológico. Uma ex-aluna em conversa disparou: – voto tudo 45. Aí está, um pensamento funcionalmente correto. Horas depois, outra ex-aluna sentenciou: voto no 13 e ponto final, de cabo a rabo. São dois exemplos de fidelidade autoral, personalista.
Essas aí, certamente, se o voto se tornasse facultativo, coisa que a velha direita nunca quis no Brasil, não iriam para a praia ou para o shopping no dia da eleição no lugar de votar. Votariam. Com força e com vontade.
A uma semana do primeiro turno pode haver uma única surpresa: Aécio Neves. Não em vencer, mas em desbancar Marina Silva que resolveu se atrapalhar com suas ideias. Se é para falar em merecimento comparativo e não atrelamento a pautas radicais e autoritárias, Aécio merece estar em segundo.
Como ele disse [meio] acertadamente no último debate, [só] sua candidatura cresceu. Não só a dele, claro. Com o despencar de Marina, Dilma subiu vertiginosamente.
Dos nanicos, fora a lúcida Luciana Genro, ficam a verborragia-acaju-número-5 do senhorzinho-falação contra os homossexuais – um horror ambulante-; a caricatura do médico-atrapalhado do Pv, um verdadeiro América do futebol; e o pastor-quem?
Parece que grande parte do primeiro turno está resolvido, num desenho agora difícil de mudar. Dilma em primeiro e alguém em segundo com risco deste segundo ser cambiável, havendo quem cogite uma vitória da presidente até em primeiro turno. Realisticamente difícil a hipótese, mas como Dilma reagiu muito, teoricamente não ser-lhe-ia impossível.
Uma vitória de Dilma no primeiro turno não dependeria, paradoxalmente, de Marina, mas de Aécio. Como Marina entrou em processo de queda, Aécio mostrou sinais de reação. Mas se isto não se sustentar, ambos caem ainda mais, cada um por sua própria razão e aí Dilma subiria solta.
Parece ter ficado claro que a cada subida não sólida de um candidato, equivale um inverso – queda- em proporções pioradas. É como se o eleitor além de não mais apoiar passasse a contagiar outras pessoas.
Viu-se uma Marina apática no debate de 28.9.14, um Aécio aceso e uma Dilma desafiante. Um cenário totalmente diferente da semana anterior. Agora é aguardar. Isto sim é um Bbb. Só que da democracia.
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