Balança comercial e commodities
O Brasil é extremamente dependente dos preços das commodities, e a baixa sucessiva acontecida nos últimos tempos coloca em xeque e mostra a vulnerabilidade da balança comercial nacional
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O Brasil é extremamente dependente dos preços das commodities, e a baixa sucessiva acontecida nos últimos tempos coloca em xeque e mostra a vulnerabilidade da balança comercial nacional.
Preços do minério, ferro, soja, milho, e todos os demais das mercadorias plantadas e produzidas em solo pátrio revelam a preocupação e inquietação do agronegócio, cuja alternativa única é a de manter tudo armazenado até que suceda uma mudança.
No entanto, para tanto seria fundamental que o Brasil ingressasse em mercados internacionais, passasse a fazer parte da OCDE, estreitasse seus contatos com a China, Europa e EUA, além do que trouxesse, para a maioria dos países produtores, o status de gerar uma precificação condizente com os aspectos fundamentais, observando consumo, quebra da safra, importância, geração de empregos e a defasagem no circuito internacional.
O agronegócio vem dando saltos de qualidade e tem sido o principal instrumento de fortalecimento, baixo crescimento e o retrato do produto interno bruto, nada obstante as restrições existentes e o mecanismo de preços das commodities nos desanima, e bastante.
Quanto mais se produz menos se ganha, é a ilusão da globalização, cuja área jurídica deve estar envolvida para que o Brasil saia do marasmo e avance na proteção da produção, com objetivos intimamente relacionados com o mercado externo.
Ao contrário das Nações desenvolvidas, que passam a faturar quanto querem com os bens acabados de ponta e tecnologia, ficamos na dependência de coisas com pouco valor agregado, já perdendo espaço para os manufaturados.
E, nesse momento, cuja indústria nacional dá sinais visíveis de um profundo desaquecimento, o prejuízo com a queda das commodities será uma questão complexa para o próximo governo resolver.
Toneladas de mercadorias estão armazenadas em silos à espera de um aumento significativo, as grandes empresas nacionais sofrem o barateamento, a exemplo do minério, e também ferro, encerrando grandes produtores nacionais, que não conseguem se livrar dessa incógnita.
As bolsas de mercadorias ditam essas regras com olhos fixos no exterior, donde se produz o raio x da valorização rara e da desvalorização constantes dos produtos, sem que tenhamos qualquer papel ou a mínima influência, na derrubada dessa escalada que nos compromete e insere os países emergentes num caminho de produção a preço reduzido.
E o aquecimento do campo, do agronegócio é fundamental para máquinas e implementos, mão-de-obra, portos e aeroportos, sendo que o Brasil precisará dobrar na próxima década a sua produção para amparar o crescimento populacional e abastecer a maioria dos mercados asiáticos e africanos.
Enquanto se cogita que em 2050 a China terá metade do PIB globalizado, com uma população recorde, o Brasil não pode continuar nesse ciclo vicioso de produzir boa qualidade e vender as suas commodities por preços defasados.
A América Latina deve se unir, formar blocos, e espargir sua integralidade, a fim de que os países desenvolvidos também recuem de seus prognósticos para aceitar as reivindicações das Nações produtoras.
Sem uma reviravolta do mercado de commodities a curto prazo, o fator agronegócio tem uma perspectiva menos otimista, mas as políticas públicas são essenciais e a integração dos mercados inadiável.
Quem olhar para o setor com um novo horizonte, concentrará nesse concerto a plausibilidade de manter o homem no campo e lhe dar uma retribuição à altura de sua capacidade de produzir com as séries intempéries que marcam a dificultosa jornada, sempre árida em todos os sentidos.
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