Baile de favela: Hipocrisia ufanista da burguesia
Se dependesse dessa sociedade, Rebeca e João nunca sairiam de seus bailes funks nas favelas, estariam misturados aos traficantes nas pistas segurando um fuzil, não teriam a chance de dar show fora do espaço delimitado pela miséria
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Os jornais brasileiros têm destacado a belíssima apresentação da ginasta Rebeca Andrade na olimpíada de Tóquio, que conseguiu pontuação para participar de três finais da ginástica feminina. A menina de Guarulhos, de 22 anos, é um orgulho para o esporte olímpico brasileiro.
Outro destaque dado pela imprensa, foi a música Baile de Favela, do MC João, outro jovem da periferia de São Paulo, que embalou a performance de Rebeca no solo.
O contraditório é assistir a burguesia ufanista diante do fato de que baile e favela, na mesma frase, sempre teve outro significado dentro do quadradinho burguês. HIPÓCRITAS!
Quando a polícia militar invade uma favela para executar jovens sem os talentos de Rebeca e João, ou sem oportunidade de desenvolver algum talento, como aconteceu no Jacarezinho, a sociedade que aplaudiu a ginasta, aplaude a polícia.
Se dependesse dessa sociedade, Rebeca e João nunca sairiam de seus bailes funks nas favelas, estariam misturados aos traficantes nas pistas segurando um fuzil, não teriam a chance de dar show fora do espaço delimitado pela miséria.
A conquista de Rebeca ao som da música de João é uma vitória das favelas, das periferias, da juventude discriminada desse país, de seus familiares, amigos, e de todos nós que nos sentimos verdadeiramente representados.
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