Autoconfiança na necropolítica

Temos um estado paralelo instituído e eleito por voto popular, que prima por uma gestão negacionista



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O senador Renan Calheiros ( que atua veementemente) como relator na CPI da Pandemia declarou que o Brasil virou um cemitério. Sim, 0,25 % da população do país, que já foi a sexta economia do mundo feneceu pelas "garras" daquela que já é considerada uma peste: a Covid-19.

Temos um estado paralelo instituído e eleito por voto popular, que prima por uma gestão negacionista.

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E no poder central temos ministros com falas reformistas e neoliberal, como mostra o detalhe da notícia a seguir: "(...) O ministro ainda criticou que servidores tenham, segundo ele, direito a 20 carros. “Vejam como os servidores nas democracias avançadas atuam. Vejam o servidor na Noruega, na Suécia, ele anda de metrô, às vezes de bicicleta. Ele não tem 20 automóveis, mais 50 servidores, mais 30 assessores. Não é assim. É algo sempre bem modesto (...).

Ei você aí, nobre professor público! já escolheu o carro que o levará amanhã ao seu trabalho? Você não acha que andar de metrô é bem melhor?

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A necropolítica é estudada e debatida da filosofia à antropologia, observe o fragmento ao lado: " A política só pode ser traçada como uma transgressão em espiral, como aquela diferença que desorienta a própria ideia do limite. Mais especificamente a política é a colocada em jogo pela violação do tabu. (p.16).O direito de matar está estreitamente relacionado às “relações de inimizade” elegendo de forma fi ccional grupos inimigos. Percebemos que esse mecanismo foi o primeiro a operar no governo bolsonarista que elegeu os povos indígenas para essa categoria, colocando-os como aqueles que impossibilitam o “progresso”. Os que devem viver e os que devem morrer são selecionados segundo grupos biológicos, apresentando o racismo como sua máxima expressão. No livro existe uma constatação completa de guerra, que se dá através da fusão entre um estado racista, assassino e suicida. A vida do outro – geralmente animalizado, historicamente destituído de humanidade – passa a encarnar o inimigo ficcional, gerando violência e morte como mecanismos de segurança, eliminando de forma impessoal esse que seria um atentado à existência dos demais. Sobre isso, Mbembe reafirma que hoje se mata mais em um curto prazo de tempo"

Tal análise reproduz as falas do filósofo Achille Mbembe e nos faz entender o motivo da nossa dor brasileira. E apesar do cenário ser de desmonte forjado em cruel "autoconfiança na necropolítica" vinda do chefe maior, que praticamente ri na cara da CPI da COVID - em sua sistemática saga de perpetuação desta forma de governar; as últimas pesquisas de intenção de votos (presidenciais) para 2022: indicam que Lula vem crescendo no ranking do favoritismo...

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