Auditoria do TCE-PB em escolas do Governo do Estado expõe grau de sucateamento da Educação na Paraíba
"De 94 escolas analisadas apenas em 51 existe internet funcionando de maneira satisfatória", escreve Amanda Rodrigues
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Por Amanda Rodrigues
Não é por acaso que estudantes da rede estadual de ensino da Paraíba estão realizando manifestações por melhorias na infraestrutura das unidades educacionais. O relatório de uma auditoria do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB) em 94 escolas estaduais, publicado nesta quarta-feira (8), comprovou que a maioria das escolas geridas pelo Governo do Estado sofrem com diversos problemas estruturais.
Em 80 delas, por exemplo, não há indícios da realização de reforma, recuperação e/ou pintura recente. Um fator que pode explicar o porquê de, neste período chuvoso, várias escolas terem sofrido com as goteiras, impedindo a realização corriqueira das aulas presenciais.
Outro ponto muito combatido pelos estudantes, a falta de espaços adequados para a realização de refeições, é comprovado no relatório do TCE-PB. Não há, em 55 das 94 escolas estaduais fiscalizadas, condições adequadas no espaço usado como refeitório. A falta de equipamentos de ventilação/climatização, também denunciada pelos discentes, foi observada em 18 das 94 unidades.
Porém, além disso, existem vários outros gargalos no que tange a infraestrutura da educação paraibana. Em 65 escolas das 94 não existem laboratórios de informáticas ou, se existem, não funcionam. Mesmo se funcionassem, não serviriam pois apenas em 51 escolas existe internet funcionando de maneira satisfatória, enquanto todas as outras não têm e, se têm, funciona de maneira precária. Em 38 destas escolas sequer existem bibliotecas.
O relatório do TCE-PB aponta, ainda, que os estudantes correm até riscos à sua integridade física, já que 64 escolas de um universo de 94 não possuem extintores de incêndio.
A acessibilidade também está comprometida em 55 escolas, que ou não possuem adaptação alguma para portadores de necessidades especiais - PNE ou possuem de maneira apenas parcial.
O relatório aponta ainda falta de quadras (37 das 94), banheiros sem a mínima condição estrutural (41 das 94), falta de iluminação adequada (22 das 94), cozinha sem condições de higiene aceitáveis (9 das 94), locais de armazenamento de gêneros alimentícios inadequados (15 das 94), alimentos fora do prazo de validade (4 das 94) e falta de bebedeiros e filtros (10 das 94).
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