Atos do 7 de Setembro oferecem a Bolsonaro a violência como última cartada
'Não se trata de esperar mais do mesmo em Bolsonaro, mas de algo fomentado por ele que venha do seu público', diz o colunista Moisés Mendes
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Por Moisés Mendes, para o 247
Nenhuma estratégia eleitoral com algum elemento de racionalidade salva Bolsonaro nas atuais circunstâncias, considerando-se o que se anuncia para o primeiro turno e o desfecho previsível para o segundo.
A única chance para o sujeito é investir no que sua base tem de irracional, ou então acreditar no imponderável, que seria algo de alto impacto e desconcertante, como foi a facada de 2018.
É difícil imaginar algum episódio com algum parentesco do que aconteceu em Juiz de Fora. Mas o irracional e o imponderável estarão juntos nos atos do 7 de Setembro. Andarão de mãos dadas.
Não se trata de esperar mais do mesmo em termos de agressão e virulência de Bolsonaro, mas de algo fomentado por ele que venha do seu público.
Bolsonaro pode atacar de novo o ministro Alexandre de Moraes. Pode anunciar o assassinato de inimigos na pontas da praia.
Os filhos do sujeito podem usar megafones e convocar milicianos e atiradores para que se unam ao pai com suas armas.
Bolsonaro pode dizer aos tios do zap que levem adiante o plano do golpe, porque os militares estarão dando cobertura.
Mas nada disso irá acrescentar novidade ao que já vem sendo dito e repetido. Bolsonaro é repetitivo.
O que o Brasil teme agora é o último estágio da cartada pelo caos, depois que até a Globo, com a série sobre a Constituição, pisoteou e triturou o blefe do golpe.
O 7 de Setembro pode ter o que ainda não tivemos. Um incidente que acione faíscas em ações pontuais que espalhem o terror nas capitais.
E pode acontecer também de o 7 de Setembro ser grandioso para a extrema direita, mas não apresentar os novos elementos que conduzam à esculhambação geral.
Mas terá sido, se for gigantesco, intenso e barulhento, o preparativo para o que virá mais adiante.
Na próxima sexta-feira teremos pesquisa do Datafolha, que sempre provoca mais impacto e orienta condutas.
Se o Datafolha confirmar o que o Ipec informou essa semana, que Bolsonaro não consegue reagir e que Lula se mantém no mesmo lugar, o impossível deixará de existir.
É improvável que, em meio ao desalento com as pesquisas, à potencialização dos ódios e das mentiras e à radicalização dos grupos de tios do zap, algo mais grave não ocorra.
Esculhambar com o ambiente político, e com violência, para que a eleição não aconteça ou seja deslegitimada, é a obsessão na cabeça do sujeito e do seu entorno.
O que virá depois do caos é outra história. Bolsonaro quer, antes, a degradação total do cenário político, para tentar escapar da eleição, não se sabe para onde.
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