Até quando o Brasil vai aguentar a chibata de Campos Neto?
Com a taxa de juros a 13,75%, o indicado de Bolsonaro sabota o governo Lula e o crescimento do país com uma política rentista derrotada nas urnas
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
O país assistiu nesta quarta-feira (22) ao Banco Central desafiar o governo Lula, o setor produtivo, agentes econômicos e a população e manter a taxa básica de juros (Selic) em 13,75%, a segunda maior do mundo. A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), sob a égide do bolsonarista Roberto Campos Neto, é uma agressão frontal à tentativa de retomada do crescimento econômico do país, que foi devastado pelo golpe de 2016 e pelos governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro.
Roberto Campos Neto usa a justificativa de que é preciso controlar a inflação, atualmente em 5,63% no acumulado de 12 meses, para agir politicamente contra o governo Lula, se insurgindo contra a decisão soberana da população brasileira nas urnas que derrotou esta política econômica voltada para o rentismo. E ainda desafiou ao afirmar que não descartou aumentar a taxa básica de juros.
Além do governo, Campos Neto também sabota quem quer produzir no Brasil. Porque este patamar de taxa de juros deixa o crédito mais caro e reduz a oferta de dinheiro à atividade produtiva, sendo muito mais vantajosa a rentabilidade de investimentos financeiros, como os títulos públicos, do que investir em uma atividade econômica que gere empregos. O professor da Universidade de Columbia (EUA) e vencedor do prêmio Nobel de economia em 2001, Joseph Stiglitz qualificou a taxa de juros no Brasil como uma "pena de morte" para a economia.
A desaceleração da economia em 2022, com a retração de 0,2% do PIB no último trimestre, atesta que os juros neste patamar são abusivos e impeditivos para o crescimento do país. E seguirá em 2023 sendo um entrave para a atividade econômica. A previsão do próprio BC, por meio do Boletim Focus, é de uma alta do PIB de apenas 0,88% no primeiro ano do governo Lula.
Sentado no trono do Banco Central “independente”, Roberto Campos Neto mantém governo, empresários e a população asfixiados, respirando por aparelhos sob a agiotagem do mercado financeiro com esta taxa de juros a 13,75%. Enquanto isso, o Senado Federal, que tem a prerrogativa de destituir do cargo o indicado de Jair Bolsonaro, até o momento só observa a tragédia se desenrolar.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247