Até quando Lira e Pacheco vão engolir Bolsonaro?

"Pressionaram pela queda do ministro da Saúde. Conseguiram. Pressionaram pela queda do chanceler que provocava infantilmente a China. Derrubaram. Derrubaram, mas não fizeram os sucessores. Lira e Pacheco tiraram de cena duas enormes pedras. Bolsonaro colocou outras duas no lugar", escreve Alex Solnik

Presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), respectivamente
Presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), respectivamente (Foto: Marcos Corrêa/PR)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Por Alex Solnik

Ao assumirem seus elevados cargos de, respectivamente, presidentes da Câmara e do Senado, Lira e Pacheco prestaram solene juramento de colocar em primeiro lugar o combate à pandemia. Daí pra frente tudo seria diferente.

continua após o anúncio

Pressionaram pela queda do ministro da Saúde, um general que confundia Macapá com Manaus. Conseguiram.

Pressionaram pela queda do chanceler que provocava infantilmente a China. O que atravancava a vinda de insumos para vacinas. Derrubaram.

continua após o anúncio

Derrubaram, mas não fizeram os sucessores.

Nas Relaçṍes Exteriores, Bolsonaro colocou um aprendiz de embaixador que não tem nenhum estofo para ir atrás de vacina porque é um ilustre desconhecido na diplomacia internacional.

continua após o anúncio

Na Saúde, um patético Pazuello 2, que treme de medo do capitão e faz tudo o que ele mandar. Deu prova disso ainda hoje, ao afirmar que “evitar lockdown é a ordem” ao mesmo tempo em que o “bombardeiro de vírus” (“virusbomber” em alemão) dizia a mesma coisa na periferia de Brasília, ao lado do novo ministro da Defesa.

Pois é. Lira e Pacheco tiraram de cena duas enormes pedras. Bolsonaro colocou outras duas no lugar.

continua após o anúncio

Depois, o “virusbomber” arquitetou aquela fraude chamada união nacional, na qual Lira e Pacheco caíram feito patinhos. Fux quase caiu. Se Lira e Pacheco não pularem fora dessa armadilha vão se dar mal.

Eu me lembro muito bem que naquele dia ficou decidido que a última palavra sobre a pandemia seria do novo ministro da Saúde. Agora já se vê que é a penúltima. A última é do ministro de fato, que é Bolsonaro.

continua após o anúncio

Também ficou acordado que Pacheco coordenaria as coisas com os governadores. Outra cilada em que caiu. Ainda hoje Bolsonaro voltou a criticar o que ele chama de “política do fecha tudo dos governadores”, com a qual “a maioria dos prefeitos não concorda”, segundo ele.

Mais ou menos na mesma hora, no Rio de Janeiro, o prefeito Eduardo Paes praticamente implorava à população para aguentar mais uma semana de “fecha tudo” porque só assim evitam-se mortes enquanto 70% da população não está vacinada.

continua após o anúncio

E não está vacinada porque Bolsonaro não comprou vacinas no ano passado, quando a Pfizer ofereceu 70 milhões de doses. Refugou com os argumentos mais estapafúrdios. As cláusulas eram leoninas. Quem tomasse podia virar jacaré. Hoje voltou a mentir dizendo que comprou vacinas no ano passado.

A cena de Bolsonaro e Braga Netto na Associação Beneficente Cristã Casa de Maria Beth Myrian lembrou filme de Sacha Baron Cohen.

continua após o anúncio

Bolsonaro foi lá, onde almas caridosas distribuem sopa em sacos plásticos aos miseráveis, provar que os brasileiros estavam passando fome, como se fosse o líder da oposição e não o presidente da República.

A fome é culpa dos governadores, não dele.

Nessas horas não passa pela sua cabeça que ele é o manda-chuva.

Só na hora de humilhar generais.

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247