Até 2022, Lula vai perder dois votos no STF
Em setembro de 2020, Luiz Fux assumirá a presidência do STF, vencido o mandato de Dias Toffoli, "o que garante espaço à Lava Jato, da qual Fux é um dos principais entusiastas", destaca Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia. A 1º. de novembro do mesmo ano, Celso de Mello completa 75 anos e "deverá ser substituído por um ministro terrivelmente bolsonarista", diz
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Por Alex Solnik, para o Jornalistas pela Democracia
Lula recomeçou a sua caminhada política do ponto em que foi interrompida por sua prisão, a 7 de abril de 2018: fazendo campanha para presidente.
Está certíssimo. Mesmo estando preso ele percebeu que Bolsonaro está em campanha pela reeleição desde que assumiu. Deixou o governo para Paulo Guedes e Sérgio Moro. Está tentando, com isso, recuperar a popularidade perdida.
Alguém tinha que fazer campanha também para ser o seu contraponto. E só Lula tem cacife para isso. Se o incluírem em pesquisas vai retomar a pole position, como na eleição passada.
Mas há algumas pedras em seu caminho. Por enquanto ele tem maioria no STF, embora apertada, como mostrou o placar de 6 a 5 contra a prisão em segunda instância, o que foi uma derrota para os lavajatistas.
Ocorre que a partir do segundo semestre de 2020 a composição do STF começa a mudar. E as mudanças são desfavoráveis a Lula.
Em setembro de 2020, o ministro Luiz Fux vai assumir a presidência, vencido o mandato de Dias Toffoli, o que garante espaço à Lava Jato, da qual Fux é um dos principais entusiastas. E ser a favor da Lava Jato é ser contra Lula.
Mais adiante, a 1º. de novembro do mesmo ano, o decano Celso de Mello completa 75 anos e deverá ser substituído por um ministro terrivelmente bolsonarista, ou seja, alguém que vai votar sempre contra Lula. Esse é o estilo do governo Bolsonaro.
Em sendo assim, a partir da primeira sessão de 2021, Lula deverá perder qualquer julgamento por 6 a 5 ao menos.
No dia 12 de julho de 2021, outro ministro garantista – Marco Aurélio Mello – alcançado pelos 75 anos deverá deixar a corte e seu substituto será outro bolsonarista de quatro costados. Mais um voto contra Lula, seja qual for a questão.
A um ano da eleição de 2022, portanto, apenas quatro dos seis ministros que rejeitaram a prisão em segunda instância vão continuar na corte. E o outro lado terá sete votos em qualquer julgamento de Lula na última instância.
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