Às urnas, cidadãos!

Vote naquele cujo caráter é mais parecido com o seu. Às urnas, cidadãos, pois amanhã vai ser outro dia

(Foto: ABr)


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Abril é o mais cruel dos meses, nos diz o poeta. Outubro de 2022, por sua vez, não fica atrás, dando a impressão de que alberga em si semanas, meses e anos. E enquanto outubro rasteja até seu fim, boa parte do povo brasileiro torce para que tudo termine bem. Neste caso, o mês de 31 dias deverá terminar no dia 30, quando a população comparecerá às urnas para escolher o nome que governará o país pelos próximos quatro anos. Dependendo do eleito, o Brasil terá a oportunidade de voltar a ser visto como uma nação em desenvolvimento em consonância com o mundo civilizado, ou mergulhar definitivamente nas trevas que tomaram a nação de assalto a partir do golpe de 2016.

E lá se vão quatro anos de tudo de monstruoso que aconteceu com o Brasil. Do esgoto da imensa nação brasileira pulularam as figuras mais abjetas, que nem nos piores pesadelos costumam aparecer. E graças às vozes do caos e da morte, a escumalha que aí está ataca e fere de morte uma pátria até então tida como “cordial”. São gritos, urros, ameaças, agressões, assassinatos, queimas de arquivos e violência de todo tipo. Ao caminhar para o seu final, o atual governo deixa atrás de si um rastro de miséria, sangue, destruição das instituições e a triste constatação de que, se você não for pobre e preto, “o crime compensa”. 

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Na gestão do governo que já definha, as pessoas pobres foram abandonadas à própria sorte, uma vez que a atenção e olhos do atual governo estão voltados para os ricos. O interesse em executar políticas de inclusão social passaram longe. Enquanto o transatlântico Brasil era pilhado, colocou-se em prática a estratégia da “cortina de fumaça” aplicada contra toda e qualquer forma de crítica ou cobrança. Assim sendo, questionar era estar contra o governo, era ser “comunista”. É importante ressaltar que a escória que finge governar o país não brotou do nada, mas foi conscientemente alçada ao poder pela elite financeira mesquinha, retrógrada e escravocrata (estão aí os assédios eleitorais para provar), muitas vezes representada pelas vozes jornalísticas plantadas nas redações da mídia corporativa, que apoiou o golpe de 2016 e alçou ao nível de heroi um juiz ignorante, corrupto e tacanho. E assim, o Brasil deu no que deu! 

E se há algo de “positivo” trazido à baila pelo pior governo de toda a história do Brasil, seria a queda das máscaras dos fascistas com quem morávamos, comíamos, bebíamos e participávamos de reuniões de trabalho. Essas pessoas sempre foram assim, mas precisavam de um idiota que as liderassem. Então ele veio, e agora elas estão desnudas, mas ainda enroladas numa bandeira e vestidas com a estupidez e a crueldade que represaram por anos a fio. Os criminosos, membros da Ku Klux Klan, não atacam envoltos na bandeira do seu país, mas o fazem protegidos por um capuz. E se assim agem é porque quando acabam de cometer seus crimes voltam a ser aquela sua carismática professora universitária de línguas, seu médico, advogada, agentes de segurança, juízes, colegas de trabalho e líderes políticos. Para essa gente, o fascismo é fascinante.

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O fascismo só reconhece a linguagem da violência. A linguagem e a força da democracia, por sua vez, o ferem de morte. Assim, tendo em vista as manifestações públicas em apoio à restituição da democracia brasileira no próximo domingo, com missa, praia, céu de anil e eleições, tudo indica que o Brasil retomará seu curso. E se há uma dica quanto à escolha do seu candidato à Presidência da República, vote naquele cujo caráter é mais parecido com o seu. Às urnas, cidadãos, pois amanhã vai ser outro dia. 

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