As turbulências latino-americanas
'A América Latina continua sendo o continente de mais turbulências políticas no mundo, porque é o cenário das mais abertas disputas entre o neoliberalismo o antineoliberalismo. Porque foi o único continente em que surgiram governos antineoliberais, governos de grande sucesso, que diminuíram significativamente as desigualdades, no continente mais desigual do mundo, enquanto o neoliberalismo ampliava as desigualdades nas outras regiões do mundo', afirma o sociólogo e colunista do 247, Emir Sader; para ele, a criminalização de líderes políticos de esquerda como Lula, Rafael Correa e Cristina Kirchner, faz parte de uma guerra híbrida para que a direita volte ao poder; 'Como chegará o continente ao fim desta década é ainda uma via aberta, de disputa, de turbulências', observa
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
A América Latina continua sendo o continente de mais turbulências políticas no mundo, porque é o cenário das mais abertas disputas entre o neoliberalismo o antineoliberalismo. Porque foi o único continente em que surgiram governos antineoliberais, governos de grande sucesso, que diminuíram significativamente as desigualdades, no continente mais desigual do mundo, enquanto o neoliberalismo ampliava as desigualdades nas outras regiões do mundo.
Porque foi o continente em que surgiram os principais líderes da esquerda no século XXI, entre eles Hugo Chavez, Lula, Nestor y Cristina Kirchner, Pepe Mujica, Evo Morales, Rafael Correa. Porque é a única região que chegou a construir processos de integração regional alternativos aos tratados de livre comércio com os EUA.
Por essas razões, a América Latina foi e continua sendo o continente de mais enfrentamentos, em que vários dos próprios líderes que lideram os processos de luta antineoliberal são atacados furiosamente pela direita, não com a contraposição de propostas de governos, mas com sua criminalização como dirigentes políticos, com processos contra eles, com sua condenação, sua prisão e tentativas de sua exclusão da vida política dos seus países. Procedimentos que se tornaram condição para a que a direita volte ao governo e possa retomar o modelo neoliberal, modelo fracassado e que produziu tantos resultados negativos para nossos povos, nossos países, nossas democracias, nossa soberania.
É onde se concentra, por todas essas razoes, a nova estratégia imperialista, a guerra híbrida, que combina a judicializacão da política, com seus mecanismos de "lawfare", com a guerra midiática das "fakenews" difundidas por milhões de robôs, para bloquear a livre expressão da cidadania por meio dos processos eleitorais. Como resultado, a criminalização dos principais líderes populares do continente, entre eles Lula, Cristina, Rafael Correa, Jaime Petro.
Onde não há risco para o modelo neoliberal, há relativa estabilidade política, se sucedem diferentes partidos, que mantém esse modelo, mesmo com distintos matizes. Onde não há lideranças e partidos que desafiem os interesses do capital financeiro, onde não se coloca em prática políticas que enfrentam as desigualdades sociais, não há turbulências políticas.
Porque a América Latina, que teve os principais governos deste século, é também o continente em que se concentra a contraofensiva conservadora. Por isso o Lula está preso, se ameaça com condenar a Cristina, Rafael Correa teve que se asilar na Bélgica, querem tirar o mandato de senador de Petro e impedi-lo de ser candidato de novo à presidência da Colômbia.
Os governos de direita não conseguem estabilizar os países em que voltaram a governar, nem Macri na Argentina, nem Temer no Brasil. De Piñera a Duqye tampouco se pode esperar governos estáveis, com apoio popular e folêgo longo. O governo do Peru já é um governo instável, com a substituição do presidente eleito.
A América Latina é o continente em que a luta de classes se encontra no seu auge no mundo, porque, mesmo quando derrotada a esquerda, sua capacidade de resistência, de liderar o movimento popular na luta pelos seus interesses, se mantém. Por isso é que a América Latina seguirá sendo uma região de turbulências. É onde se seguem dando as maiores disputas entre direita e esquerda, entre forças neoliberais e antineoliberais.
Como será o Brasil, se o melhor presidente da sua história foi impedido de ser eleito no primeiro turno e, no seu lugar, está um político de extrema direita, que se valeu de todo tipo de ilegalidades para se eleger? Que tipo de legitimidade terá seu governo, que grau de estabilidade poderá ter um governo encabeçado por uma pessoa desequilibrada, que acha que pode mandar no país? O Brasil não será um país estável, nem de paz social, nem de prestígio internacional.
Como a Argentina poderá decidir democraticamente o seu futuro se pretende tirar a possibilidade de Cristina, líder nas pesquisas, ser candidata? Como o Equador poderá se recuperar da sua crise atual sem contar com Rafael Correa, o melhor presidente que o país já teve? O que será da democracia colombiana se o principal líder opositor ficar impedido de ser candidato?
O que será da América Latina se se mantém governos que aprofundam a recessão e o desemprego, ao mesmo temo que a guerra híbrida tenta impedir que governos que possam retomar o crescimento econômico com distribuição de renda, possam voltar a dirigir os seus países?
É um futuro aberto. O modelo neoliberal condena os governos da direita ao fracasso. As forças de esquerda terão que superar a nova estratégia do imperialismo, encontrar as formas de enfrentar a judicialização da política e o uso da internet como instrumento da mentira e do terror. Depois da primeira década do século XXI, positiva, a América Latina enfrenta a uma segunda década de duros enfrentamentos abertos entre direita e esquerda. Como chegará o continente ao fim desta década é ainda uma via aberta, de disputa, de turbulências.
AS TURBULENCIAS LATINOAMERICANAS
A América Latina continua sendo o continente de mais turbulências políticas no mundo, porque é o cenário das mais abertas disputas entre o neoliberalismo o antineoliberalismo. Porque foi o único continente em que surgiram governos antineoliberais, governos de grande sucesso, que diminuíram significativamente as desigualdades, no continente mais desigual do mundo, enquanto o neoliberalismo ampliava as desigualdades nas outras regiões do mundo.
Porque foi o continente em que surgiram os principais líderes da esquerda no século XXI, entre eles Hugo Chavez, Lula, Nestor y Cristina Kirchner, Pepe Mujica, Evo Morales, Rafael Correa. Porque é a única região que chegou a construir processos de integração regional alternativos aos tratados de livre comércio com os EUA.
Por essas razões, a América Latina foi e continua sendo o continente de mais enfrentamentos, em que vários dos próprios líderes que lideram os processos de luta antineoliberal são atacados furiosamente pela direita, não com a contraposição de propostas de governos, mas com sua criminalização como dirigentes políticos, com processos contra eles, com sua condenação, sua prisão e tentativas de sua exclusão da vida política dos seus países. Procedimentos que se tornaram condição para a que a direita volte ao governo e possa retomar o modelo neoliberal, modelo fracassado e que produziu tantos resultados negativos para nossos povos, nossos países, nossas democracias, nossa soberania.
É onde se concentra, por todas essas razoes, a nova estratégia imperialista, a guerra híbrida, que combina a judicializacão da política, com seus mecanismos de “lawfare”, com a guerra midiática das “fakenews” difundidas por milhões de robôs, para bloquear a livre expressão da cidadania por meio dos processos eleitorais. Como resultado, a criminalização dos principais líderes populares do continente, entre eles Lula, Cristina, Rafael Correa, Jaime Petro.
Onde não há risco para o modelo neoliberal, há relativa estabilidade política, se sucedem diferentes partidos, que mantém esse modelo, mesmo com distintos matizes. Onde não há lideranças e partidos que desafiem os interesses do capital financeiro, onde não se coloca em prática políticas que enfrentam as desigualdades sociais, não há turbulências políticas.
Porque a América Latina, que teve os principais governos deste século, é também o continente em que se concentra a contraofensiva conservadora. Por isso o Lula está preso, se ameaça com condenar a Cristina, Rafael Correa teve que se asilar na Bélgica, querem tirar o mandato de senador de Petro e impedi-lo de ser candidato de novo à presidência da Colômbia.
Os governos de direita não conseguem estabilizar os países em que voltaram a governar, nem Macri na Argentina, nem Temer no Brasil. De Piñera a Duqye tampouco se pode esperar governos estáveis, com apoio popular e folêgo longo. O governo do Peru já é um governo instável, com a substituição do presidente eleito.
A América Latina é o continente em que a luta de classes se encontra no seu auge no mundo, porque, mesmo quando derrotada a esquerda, sua capacidade de resistência, de liderar o movimento popular na luta pelos seus interesses, se mantém. Por isso é que a América Latina seguirá sendo uma região de turbulências. É onde se seguem dando as maiores disputas entre direita e esquerda, entre forças neoliberais e antineoliberais.
Como será o Brasil, se o melhor presidente da sua história foi impedido de ser eleito no primeiro turno e, no seu lugar, está um político de extrema direita, que se valeu de todo tipo de ilegalidades para se eleger? Que tipo de legitimidade terá seu governo, que grau de estabilidade poderá ter um governo encabeçado por uma pessoa desequilibrada, que acha que pode mandar no país? O Brasil não será um país estável, nem de paz social, nem de prestígio internacional.
Como a Argentina poderá decidir democraticamente o seu futuro se pretende tirar a possibilidade de Cristina, líder nas pesquisas, ser candidata? Como o Equador poderá se recuperar da sua crise atual sem contar com Rafael Correa, o melhor presidente que o país já teve? O que será da democracia colombiana se o principal líder opositor ficar impedido de ser candidato?
O que será da América Latina se se mantém governos que aprofundam a recessão e o desemprego, ao mesmo temo que a guerra híbrida tenta impedir que governos que possam retomar o crescimento econômico com distribuição de renda, possam voltar a dirigir os seus países?
É um futuro aberto. O modelo neoliberal condena os governos da direita ao fracasso. As forças de esquerda terão que superar a nova estratégia do imperialismo, encontrar as formas de enfrentar a judicialização da política e o uso da internet como instrumento da mentira e do terror. Depois da primeira década do século XXI, positiva, a América Latina enfrenta a uma segunda década de duros enfrentamentos abertos entre direita e esquerda. Como chegará o continente ao fim desta década é ainda uma via aberta, de disputa, de turbulências.
iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247