As prévias do Partido Republicano começam a se desenhar
Ultra conservador e polêmico, DeSantis é visto como o maior adversário de Donald Trump nas prévias do Partido Republicano
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Ontem, o governador da Flórida, Ron DeSantis, oficializou a sua candidatura à presidência. O anúncio aconteceu, pela primeira vez na história, em uma rede social - mais especificamente em uma conversa mediada pelo dono do Twitter, o bilionário Elon Musk.
Ultra conservador e polêmico, DeSantis é visto como o maior adversário de Donald Trump nas prévias do Partido Republicano. Ele foi eleito governador em 2018 com uma vantagem de 0.4% sobre o adversário democrata. Em 2022, durante sua reeleição, a diferença subiu para quase 20%. Um grande sucesso, sobretudo em um estado que, até então, era visto como “em disputa”. DeSantis foi a cara que fez a Flórida o mais novo bastião republicano do país.
Ainda que o anúncio oficial tenha acontecido ontem, o governador já está em campanha há muito tempo. Durante seu governo, projetos que ditam desde a censura de livros até as regras imigratórias mais duras do país viraram leis. Tudo, claro, sinalizando ao eleitor mais fascista do Partido Republicano.
No discurso, ele se assemelha muito a Trump, mas com uma postura mais presidenciável, uma cara jovem e uma rejeição menor. É um fascista soft. Sua maior vantagem é o voto útil, capturar aqueles que querem ver Trump no poder mas sabem que o ex-presidente não conseguirá derrotar Joe Biden.
Ainda assim, o caminho de DeSantis não é simples. Em março, ele aparecia com 15,6 pontos percentuais a menos que Trump na média das pesquisas. Hoje, e principalmente depois do indiciamento do ex-presidente, a diferença entre os dois subiu para 33,7 pontos. É possível que a diferença caia agora com o lançamento oficial, mas não será uma tarefa fácil.
Além de DeSantis, entenda quem são as outras figuras principais que devem disputar a vaga do Partido Republicano para a eleição presidencial de 2024 nos EUA:
DONALD TRUMP
Dispensa introduções. O ex-presidente é o grande favorito na corrida e o candidato dos sonhos (ainda que secretos) dos democratas. Hoje ele aparece com 54,3% das intenções de voto nas prévias na média das pesquisas organizada pela FiveThrityEight. Em uma disputa contra Biden, as pesquisas mostram que ele perderia por uma diferença ainda maior. Por isso a torcida dos democratas pela sua vitória.
MIKE PENCE
Ex-presidente durante o governo Trump, Pence se tornou o grande inimigo dos seguidores do ex-presidentes que gritavam “enforque Pence!” durante a invasão do Capitólio, em 6 de janeiro de 2021. Isso porque Pence não cedeu às pressões de Trump para que ele, na função de presidente do Senado, vetasse a contagem oficial dos delegados da eleição do ano anterior. Pence não anunciou sua candidatura ainda, mas isso deve acontecer no mês que vem. Na média das pesquisas, ele aparece com 5,1% das intenções de voto.
NIKKI HALEY
Filha de imigrantes indianos, Haley foi a primeira a anunciar a candidatura contra Trump nas prévias do Partido Republicano. Ela foi governadora da Carolina do Sul, um dos estados mais conservadores do sul do país, e foi embaixadora dos EUA na ONU durante o governo Trump. Diferentemente de como agiu com o anúncio de DeSantis, Trump não atacou Haley após seu anúncio, o que alguns vêm como uma indicação de que ele poderia pensar nela como vice no ano que vem, o que poderia ajudar com o voto feminino. Hoje ela pontua com 4,3% na média das pesquisas.
TIM SCOTT
Único senador negro do Partido Republicano, Scott, como Haley, também é da Carolina do Sul. Ele anunciou sua candidatura nesta segunda-feira. Durante seu discurso, o senador afirmou que os EUA são “a terra da oportunidade” e não “a terra da opressão”, e ainda que os Estados Unidos não são um país racista. O Partido Republicano, porém, com suas bandeiras confederadas e supremacistas brancos, parece que sim. Scott pontua na médias das pesquisas com apenas 1,5%.
VIVEK RAMASWAMY
Multimilionário do ramo da biotecnologia, Ramaswamy é um outsider que vem crescendo nas pesquisas. Filho de indianos, ele anunciou sua candidatura em fevereiro e destaca que os EUA vivem uma crise de identidade e que o clima político atual é uma forma de “escravidão psicológica”. Ele defendeu, recentemente, que a idade mínima para votar nos EUA passe de 18 para 25 anos. A imensa maioria dos eleitores jovens são democratas. Ramaswamy aparece na média das pesquisas com 3,5%.
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