As “mulas” dos bandidos que deram o golpe
“Mula”, na acepção do narcotráfico, do contrabando e do crime organizado, é a pessoa que transporta o objeto do crime – drogas, dinheiro sujo e mercadoria contrabandeada. A “mula” humana, enfim, é um personagem típico do mundo do crime. A “mula” ganhou notoriedade no noticiário político com a revelação de detalhes dos círculos criminosos de agentes do PMDB e do PSDB, diz o colunista Jeferson Miola, que aponta as "mulas" de Michel Temer, Eliseu Padilha, Aécio Neves e Eduardo Cunha; O Brasil não pode continuar nas mãos de “mulas” e da bandidagem que assaltou o Planalto. O Brasil só recuperará a credibilidade e conseguirá sair da crise com eleições gerais já, afirma ainda o colunista
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“Mula”, na acepção do narcotráfico, do contrabando e do crime organizado, é a pessoa que transporta o objeto do crime – drogas, dinheiro sujo e mercadoria contrabandeada.
A “mula” humana, enfim, é um personagem típico do mundo do crime.
A “mula” ganhou notoriedade no noticiário político com a revelação de detalhes dos círculos criminosos de agentes do PMDB e do PSDB.
Círculos comandados não por políticos menores e paroquiais, por ladrõezinhos de galinha dos grotões do Brasil; mas por ninguém menos que Michel Temer e Aécio Neves.
A “mula” do Eliseu Padilha para receber, guardar e distribuir a propina de R$ 10 milhões que Michel Temer cobrou de Marcelo Odebrecht no Palácio Jaburu atende pelo nome de José Yunes, um dos quatro assessores especiais do Temer afastados por corrupção e amigo de 50 anos do usurpador.
A “mula” do Aécio Neves, presidente licenciado do PSDB, é o primo dele, Frederico Pacheco de Medeiros, o Fred. Em abril passado, Fred entregou pessoalmente à assessoria do senador Zezé Perrella parte dos R$ 2 milhões da propina que Aécio mentiu para o dono da JBS que seria para pagar serviços de advogados.
O motivo para Aécio repassar dinheiro ao dono do helicóptero apreendido em 2013 com 450 kg de pasta base de cocaína é um aspecto obscuro que merece ser esclarecido. O noticiário especula que o aeroporto reformado ilegalmente com dinheiro público em terreno de familiares de Aécio na cidade mineira de Cláudio serve [ou serviu] de base operacional para o tráfico internacional de drogas.
É importante investigar esta denúncia com rigor. É fundamental, para a democracia brasileira, descartar-se totalmente a hipótese de que na eleição presidencial de 2014 o PSDB tenha oferecido ao Brasil a candidatura de um criminoso altamente perigoso e envolvido com máfias internacionais.
O deputado do PMDB/PR Rodrigo Rocha Loures é uma espécie de “Fred do Temer”. Em trabalho para Temer em março passado, o “mula” foi filmado na capital paulista conduzindo às pressas uma mala com R$ 500 mil reais que, soube-se depois, é parte da aposentadoria de R$ 600 milhões acertada por Temer com a JBS para os próximos 25 anos – R$ 500 mil semanais, R$ 2 milhões mensais, R$ 24 milhões anuais e R$ 600 milhões em 25 anos.
A “mala do Temer”, como ficou conhecida, tem lances rocambolescos. Por vários dias ficou sumida; seu destino foi um grande mistério. O suspense foi ainda maior porque Rocha Loures alegou não conhecer seu conteúdo! [sic].
Dois dias depois de receber a mala, Rocha Loures viajou com Temer de SP a Brasília. A dúvida que persiste é se esta mala com dinheiro roubado teria viajado de SP a Brasília no avião presidencial.
Em mais um lance misterioso, o mesmo Rocha Loures que, dias antes alegou ignorar o conteúdo da mala, entregou-a à PF com apenas R$ 465 mil, ou seja, faltando 35 mil reais.
Curiosamente, três dias depois, em 25/5, o “mula” do Temer entregou à justiça o conteúdo que faltava [e que ele alegava “desconhecer”]: os 35 mil reais faltantes.
Eduardo Cunha é outro destacado personagem do golpe que opera com “mulas”. Não está totalmente esclarecido quem são as “mulas” do Cunha, além do doleiro Lúcio Funaro. Sabe-se que Temer defende a entrega de propinas ao presidiário. Temer estimulou o dono da JBS a manter o pagamento de propinas a Cunha na prisão: “Tem que manter isso [a propina], viu?”.
Para sair desta dramática crise do Brasil, é importante separar os assuntos da política dos enredos policiais. Bandidos não devem fazer parte das equações políticas.
Bandidos devem ser julgados com justiça. Uma vez condenados pelos crimes cometidos, devem ser enviados à prisão – espera-se, à luz dos princípios da justiça e do Estado de Direito, que este seja o destino natural do Temer, Aécio, Padilha, Geddel, Moreira Franco e dos demais integrantes da cleptocracia que tomou de assalto o Palácio do Planalto.
O Brasil não pode continuar nas mãos de “mulas” e da bandidagem que assaltou o Planalto. O Brasil só recuperará a credibilidade e conseguirá sair da crise com eleições gerais já.
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