As lições dos ataques terroristas-bolsonaristas ao Brasil

"Será preciso acumular forças para que se possa devolver os militares aos quartéis. É desarmar a bomba, com todo cuidado", diz Arnóbio Rocha

(Foto: ABR)


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Os ataques terroristas aos prédios centrais dos poderes da República no Brasil podem ter dois significados distintos:

1. Um novo método de insurreição Política (no Brasil, posto que é similar ao do Capitólio) foi inaugurado (se vencedor);

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2. Caso a narrativa das defesa das instituições por Lula seja vencedora, transformará o bolsonarismo num gueto, isolando-o da política e reduzirá seu protagonismo, depois de ter 49,10 dos votos há apenas dois meses.

No meio dessa duas questões, há uma profunda confusão de análises e de dedos apontados  para todas as direções, uma barafunda causada pela falta de equilíbrio, exageros, excessos e a necessidade de encontrar culpados, sem se preocupar com as consequências do que produz, inclusive, contra o governo que assume, nesse ambiente tão conturbado depois de quase sete anos do golpe e dos quatro anos sórdidos de Bolsonaro.

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È importante manter a calma, analisar objetivamente os fatos e dados dos eventos, não apenas do dia 08 de janeiro, mas a longa preparação que levaram ao caos em Brasília.

Aqui vale lembrar a fábula do menino que berrava que um tigre estava chegando na aldeia, as pessoas corriam, mas não acontecia nada. O menino gritava de novo, assustava a aldeia e nada, até que um dia o tigre veio de verdade, ninguém acreditou nele, a aldeia foi destruída.

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Tem anos que a esquerda grita sobre um possível GOLPE, sobre os métodos golpistas, as ameaças e os ensaios bolsonaristas (vários, não?), quantos 7 de setembros, ou manifestação convocadas por Bolsonaro, com alto nível de pressão sobre as instituições, emparedando a suprema corte e o parlamento? Como nada acontecia de fato, parecia fanfarronice.

Talvez, intui-se, que mesmo diante de tantas ameaças, no dia 08 de janeiro, de certa forma, se subestimou efetivamente a capacidade disruptiva do bolsonarismo, ainda que se soubesse da sua ideologia fascista, o completo desvalor à Democracia, às instituições. É um movimento irracional, que em nenhum momento poderia/deveria ser ignorado, inclusive, quando faz “acordos”, como o de não chegar até a Praça dos Três Poderes.

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Mas há contra restantes!

O governo está se instalando há menos de uma semana, nem o primeiro escalão tinha tomado posse. Alguns protocolos de segurança de conhecimento da máquina ainda estão em processo de compreensão, em fase inicial. Nem mesmo quais os interlocutores confiáveis se conhecia, ou como funcionava o botão de “pânico”, e mais, a máquina ainda está toda contaminada por bolsonaristas, esse conjunto de fatores explicam as possíveis falhas, não é que foram pegos de surpresa, mas por uma onda maior do que a esperada, o Tigre veio…

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Por outro lado…

Lula agiu rapidamente para unir as instituições e partir para o isolamento completo de Bolsonaro e seus seguidores mais radicais, as cenas dele no Palácio do Planalto destruído, a reunião com Rosa Weber, com os governadores, o passeio a pé das autoridades geram uma imagem poderosa sobre a necessidade de unir pela Democracia e reconstrução do Brasil, de suas instituições.

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As ações do Ministro Alexandre de Moraes, confirmadas pelo pleno do STF, os pedidos da AGU e o reposicionamento do Ministério da Justiça estão entre as medidas necessárias para ir para cima dos responsáveis e sua cadeia de comando e financiamento.

Nesse sentido, um pouco de generosidade do nosso lado se impõe, sem ter o domínio completo dos fatos, vê-se críticas duríssimas direcionadas aos ministros que pouco contribuirão, repisando, há uma semana tinham assumido, então não se pode exigir tanta eficiência, óbvio que algumas críticas são necessárias e que por certo ajudarão nos futuros enfrentamentos.

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Algumas questões delicadas precisam de melhor entendimento. Por exemplo, a relação com as FFAAs precisa ser melhor compreendida, os quatro anos de Bolsonaro foram de empoderamento, distribuição de cargos e benesses, não se quebrará tudo isso, por uma simples ordem de comando, ou ordens esdrúxulas: Lula assuma o comando. Será preciso acumular forças para que se possa efetivamente devolver os militares aos quartéis em plenitude, não é uma coisa imediata, é desarmar a bomba, com todo cuidado.

Não há solução simples para problemas complexos.

Todo apoio ao Governo Lula e aos seus ministros.

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