As lições do passado e a dura batalha da comunicação

"O governo Lula tem a obrigação de não se deixar desestabilizar, lançando mão de todos os instrumentos de comunicação disponíveis", diz Bepe Damasco

O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta, toma posse, no Salão Oeste do Palácio do Planalto
O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta, toma posse, no Salão Oeste do Palácio do Planalto (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)


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“Errar é humano, mas insistir no erro é burrice.” Este dito popular parece ter inspirado as primeiras sinalizações do governo Lula para a sensível, estratégica e decisiva área da comunicação.

No lugar do comportamento passivo de outrora diante do jornalismo de guerra da imprensa comercial, que culminou no golpe de estado de 2016 e na ascensão do fascismo, agora o mandato Lula 3 indica que  pode ter aprendido a lição. 

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O acerto do anúncio por parte do novo ministro da Secom, deputado Paulo Pimenta, de que sua pasta pretende criar uma secretaria de políticas digitais, pode ser medido pelo ataque irado do jornal O Estado de São Paulo à nova estrutura.

Combater as políticas de ódio nas redes e a desinformação criminosa estão entre as missões prioritárias da secretaria de políticas digitais, segundo Pimenta, ele próprio um lutador pela democratização das comunicações em nosso país.

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Cabe lembrar que as fake news têm feito estrago nas democracias de inúmeros países ao redor do planeta. Esse fenômeno preocupa governos e mobiliza sociedades.

Contudo, para o jornal da família Mesquita, antecipando posição que, provavelmente, será endossada pelo conjunto do cartel da mídia, “não cabe a governos a definição do que é desinformação e muito menos ter estrutura para combater discurso de ódio.”

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A discussão aqui é sobre o truque embutido nessa crítica. Como se os governos do PT não tivessem dado em passado recente sobejas e inequívocas demonstrações de compromisso democrático, lançam a suspeita de que o “lulopetismo” pode tornar elástico o conceito de desinformação para abafar posições contrárias aos projetos e ações de governo.

Chega a ser ridículo e velhaco esse temor. Nos governos Lula e Dilma, o país desfrutou da mais ampla liberdade de imprensa e de expressão. E por mais que sofresse uma campanha insidiosa e ataques abaixo da linha da cintura, jamais sequer esboçou qualquer ação voltada para garrotear a imprensa livre.

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Além do combate civilizatório às fake news e à disseminação do ódio e do preconceito, cujo efeito corrosivo atinge até as políticas públicas, o governo tem o direito de disputar democraticamente as narrativas.

Acabo de ler na manhã desta sexta-feira (6) uma longa entrevista do presidente do Chile, Gabriel Boric, concedida à Monica Bergamo, da Folha de São Paulo. Boric defende que o ideal para enfrentar a desinformação é a criação de um ecossistema plural de comunicação.

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Tem razão o jovem mandatário chileno. Mas, para que isso se torne realidade seria necessário, no caso brasileiro, a aprovação pelo Congresso Nacional de um projeto de regulação da mídia, algo cada vez mais distante devido à ampliação do conservadorismo nas bancadas da Câmara e do Senado.

Enquanto isso, o governo Lula tem a obrigação perante o povo brasileiro de não se deixar desestabilizar, lançando mão de todos os instrumentos de comunicação disponíveis.

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