Às Forças Armadas, tudo. Ao povo, nada
A farra com o dinheiro público no governo Bolsonaro parece não ter fim
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A farra com o dinheiro público no governo Bolsonaro parece não ter fim. Desta vez, a baderna aconteceu nas Forças Armas, organização que o capitão reformado tanto defende e se vangloria de ter integrado. Fomos bombardeados com tantas notícias sobre a algazarra que mal nos chocavam com uma e lá vinha outra.
Logo no início da semana, veio à tona o escândalo da compra de 35 mil comprimidos de viagra, pílulas azulzinhas popularmente utilizadas para tratamento da disfunção erétil. Desse total, 28 mil comprimidos serão destinados à Marinha, 5 mil ao Exército e outros 2 mil, à Aeronáutica. O caso chegou a ser noticiado no maior jornal da Inglaterra, o The Guardian.
Quando questionado sobre a compra descabida, Bolsonaro respondeu: “É nada!”. É nada para ele, que vive à custa do dinheiro do povo há mais de 30 anos. É nada para ele, que, nessas três décadas, engordou sua conta e a dos seus filhos com dinheiro do nosso suor. Para eles, é nada. Mas, para nós, é o desperdício absurdo do erário público, num momento em que a economia está quebrada e a população passando fome.
Nem bem nos refizemos do escândalo do viagra, fomos surpreendidos pela notícia de que o Exercito Brasileiro teria usado R$ 3,5 milhões na compra de 60 próteses penianas infláveis. Os documentos disponíveis no Portal da Transparência e no Painel de Preços do governo federal mostram que as próteses têm comprimento entre 10 e 25 centímetros e cada unidade custa entre R$ 50 mil e R$ 60 mil. Seria cômico se não fosse tão trágico.
Mas engana-se quem acha que parou por aí! Quando achávamos que o show de horrores tinha chegado ao fim, reportagem do Portal Metrópoles apurou que o Ministério da Defesa reservou R$ 546 mil para a compra de botox entre os anos de 2018 e 2020. A toxina botulínica é conhecida por ser usada em procedimentos estéticos. O mesmo ministério aprovou ainda a compra de dois outros medicamentos: a finasterida e o minoxidil ─ usados para o tratamento da calvície e para o crescimento de pêlos faciais em homens.
O que mais me assusta é que assistimos a todos esses acontecimentos inertes, sem esboçar qualquer reação. Nas redes sociais, a farra com o dinheiro público até foi comentada, mas não passou disso. Não fomos às ruas, não paramos o país, não pintamos a cara, não fizemos absolutamente nada que pudesse por fim à lambança. Até quando aceitaremos situações como essas? Até quando deixaremos que militares e a corja bolsonarista faça farra com nosso dinheiro? Quando sairemos dessa pasmaceira que tomou conta do país?
Enquanto isso, milhares de brasileiras e brasileiros não têm o que comer e vivem à margem da sociedade sem o mínimo de dignidade. E essa realidade permanecerá se, em outubro, não virarmos esse jogo.
Se não quiser, não precisa fazer estardalhaço. Será entre você e a urna, ao apertar um botão que pode salvar o Brasil ou condená-lo definitivamente. A escolha é simples e ela é sua.
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