As eleições deste ano podem se transformar em batalha campal

"Mas há sinais fortes do judiciário e das forças armdas de que a Constituição será cumprida, garantidas as eleições e a posse do eleito", diz Laurez Cerqueira

Lula, Bolsonaro, Moro e Ciro
Lula, Bolsonaro, Moro e Ciro (Foto: Stuckert | ABr)


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Por Laurez Cerqueira 

As bombas da semana estremeceram o chão da Praça dos Três Poderes, em Brasília, indicam que a campanha eleitoral pode se transformar numa batalha campal.

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O TCU quebrou o sigilo do processo que investiga a participação do ex-juiz Sérgio Moro em contratos com a empresa Alvarez & Marsal, com sede nos Estados Unidos.

A montanha de dinheiro apareceu. Só das empresas alvo da Lava-Jato, a Alvarez & Marsal levou R$ 42,5 milhões de reais.

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Dessa montanha de dinheiro, feitas as contas em miúdos, Moro embolsou mais ou menos R$10 mil reais por dia, por serviços prestados.

Que trabalho tão valioso é esse que Moro fez para receber, por serviços de consultoria, US$ 45 mil dólares (R$ 240 mil reais por mês), mais bônus de US$ 150 mil dólares (R$750 mil reais)?

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No contrato inicial com a Alvarez & Marsal, Moro aparece como sócio da empresa, mas, depois que o TCU abriu o processo, o contrato foi mudado e ele passou a figurar como empregado. Estranho, não?

Apenas para refrescar a memória, nesse calor de janeiro, o Tribunal de Contas da União foi quem legitimou a farsa das “pedaladas fiscais” que acabou sendo a peça jurídica de sustentação do impetchment da presidenta Dilma. Na época, Aécio Neves arrebanhou um grupo de parlamentares golpistas e foi ao TCU, em comitiva, buscar o tal relatório das “pedaladas fiscais”.

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No mesmo dia da quebra de sigilo do processo do ex-juiz Sérgio Moro, o ex-presidente Lula foi inocentado pela juíza morista Pollyana Alves, da 12° Vara da Justiça Federal, no “caso triplex”, e o processo foi arquivado definitivamente. O manto moralista que cobria a “Operação Lava-jato” está se esfarrapando. Não dá mais para encobrir o escândalo.

A juíza Pollyana Alves é uma da turma de magistrados que assinou um manifesto de apoio a Sérgio Moro, quando ele era mandatário da Lava-jato. Isso é sinal de que a percepção de quem realmente Sérgio Moro é está mudando. Moro e seus processos forjados estão expostos na praça ao sol do meio dia. A Vaza-jato também contribuiu para que os falsarios de Curitiba fossem desmascarados.

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O ex-presidente Lula vê a verdade triunfar, entra na campanha como vítima da perseguição de uma organização criminosa chefiada por um juiz não apenas parcial, como o STF o condenou, mas como juiz venal.

Ou seja, o golpe que derrubou a presidenta Dilma deu numa tragédia política, econômica, social, e os golpistas não têm projeto para tirar o país da crise, não têm candidato para concorrer às eleições, não têm lideranças nem articulação orgânica. O negócio dessa gente é negócio.

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Também, no mesmo dia, Bolsonaro se recusou a depor na Polícia Federal, no inquérito do STF que investiga o vazamento, por ele, de dados sigilosos de um processo em segredo de justiça.

Diante do descumprimento da decisão judicial, o ministro Alexandre de Moraes poderia determinar a condução coercitiva do presidente, mas optou por levar o caso ao plenário do STF. Bolsonaro perdeu a oportunidade de, no depoimento, se defender. Sem o depoimento, o tribunal dará a sentença de acordo com os elementos de que dispõe.

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Tudo indica que essa decisão de Bolsonaro foi calculada. Ele pode transformar isso numa bandeira de mobilização dos seus seguidores para manifestações contra o STF e o TSE. Pode dizer que está sendo perseguido e que não aceitará qualquer decisão do TSE, inclusive o resultado das eleições. Seria estertores de um derrotado.

Condenado em última instância, Bolsonaro torna-se “ficha suja” e impedido de registrar a candidatura no Tribunal Superior Eleitoral.

A campanha começa a dar ares de uma batalha campal. Não vão querer o país nos trilhos da democracia. Mas há sinais institucionais fortes do judiciário e das forças armdas de que a Constituição será cumprida, garantidas as eleições, a posse do eleito, e o enquadramento dos fora da lei.

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