As classes dominantes brasileiras semeiam uma revolução política e social

A ofensiva golpista no Brasil é a mesma que no quadro latino-americano levanta-se como uma contrarrevolução neoliberal e conservadora. Mas, como toda crise, tem seu lado positivo. Inevitavelmente, desencadeia uma reação de igual intensidade, uma resistência democrática, uma mobilização popular como não se via há décadas



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Está em curso, em célere marcha, um golpe de Estado no Brasil. Os partidos de esquerda e os movimentos sociais devem denunciar como tal o processo de impeachment da presidenta Dilma, aprovado no domingo (17) pela Câmara dos Deputados e remetido nesta segunda-feira (18) ao Senado.

A sessão da Câmara dos Deputados, que sob uma direção corrupta e truculenta aprovou a admissibilidade do impeachment da presidenta Dilma revelou a extensão, a amplitude, a profundidade e a força das posições direitistas, reacionárias, obscurantistas e fascistas no Brasil.

Com o passo dado pela direita, o país ingressa em nova fase da luta. As amplas forças democráticas e progressistas mostram-se dispostos a cumprir seu papel na construção da unidade das forças democráticas e progressistas, para o surgimento de um forte polo de esquerda como há muito não se via no país.

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Em face da eventualidade de constituição de um governo liderado pelo vice-presidente Michel Temer, caso o Senado venha a confirmar a decisão da Câmara, as forças de esquerda já se proclamam em frontal oposição. Afinal, um governo oriundo de um golpe e de um atentado à Constituição não terá legitimidade. A corja de Michel Temer, Eduardo Cunha, Aécio Neves, FHC et caterva não governará. Haverá dura luta política e social. Para além disso, o movimento político e social polarizado pela esquerda tem a nítida compreensão de que do ponto de vista político, econômico e social, tal governo, se vier a ser formado, será um governo de traição nacional, autoritário, antidemocrático e antissocial.

São palavras ao vento os apelos à unidade nacional e à pacificação feitas pelo vice-presidente usurpador. O povo lhe dará as costas. Nenhum diálogo será possível com o governo emanado do golpe.

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A ampla e intensa resistência democrática das últimas semanas infunde confiança às organizações políticas e sociais e forja a convicção, a vontade e a decisão política de enfrentar os novos desafios. Em qualquer circunstância, passa à ordem do dia a tarefa de reorganizar as forças de esquerda, uní-las, produzir um novo padrão de formulação programática, praticar diferentes métodos, construir novas alianças, para imprimir novo rumo à luta, que é de longo fôlego.

A ofensiva golpista no Brasil é a mesma que no quadro latino-americano levanta-se como uma contrarrevolução neoliberal e conservadora. Mas, como toda crise, tem seu lado positivo. Inevitavelmente, desencadeia uma reação de igual intensidade, uma resistência democrática, uma mobilização popular como não se via há décadas.

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Milhões de brasileiros têm ido às ruas e ainda irão com maior razão para condenar o golpe, defender a democracia, o progresso social, o caminho escolhido pelo Brasil de se postar ao lado dos povos latino-americano por uma integração soberana. Setores democráticos dos mais variados estratos realizam manifestações políticas nos âmbitos trabalhista, estudantil, feminino, cultural, acadêmico, jurídico, desportivo, religioso nas quais se expressa a consciência democrática do povo brasileiro.

Numa cristalina divisão de campos na história do Brasil, a sociedade aparece nítida e irremediavelmente dividida em dois campos opostos. A historiografia oficial das classes dominantes elaborou e difundiu o falso mantra do país moderado, conciliador, imune a conflitos políticos e sociais. Uma mensagem bem pensada para escamotear a guerra declarada contra o povo, em que os acordos entre as elites sempre foram o achado adequado para alternar as soluções de força manu militari com golpes institucionais e midiáticos como agora. É algo que vem do DNA dessas classes, sempre mancomunadas com as potências imperialistas.

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Mais uma vez, as classes dominantes retrógradas e suas carcomidas representações políticas dão uma prova cabal de que não convivem com a democracia e a reforma social. Semeiam a revolução.

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