"As canalhices suprimidas, as rosas voltarão a florir"

Sérgio Moro nunca foi de fato um Juiz, representou esse papel em seu beneficio, em beneficio de seu projeto pessoal e em beneficio de interesses que se opõe ao interesse público

(Foto: Marcelo Camargo - ABR)


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Temos que olhar para o passado, pois conhecer a História desata nossas mentes, nossos corpos, nossa disposição para nos mexermos, para enfrentar a vida ao invés de contemplá-la como alguém de fora. 

A História pode fazer isso alargando nossa visão para incluir as vozes silenciosas do passado, para olharmos além do silêncio do presente. Ela pode ilustrar a tolice de depender de outros para resolver os problemas do mundo - seja o estado, a igreja, ou outros benfeitores autoproclamados. Ela pode revelar como ideias são empurradas para cima de nós pelos poderes de nossa época, e então nos leva a ampliar nossa mente além do que é dado. Ela pode nos inspirar ao relembrar aqueles poucos momentos no passado em que os homens de fato se comportaram como seres humanos, para provar que é possível, que tudo é possível.

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Sérgio Fernando Moro, atualmente ministro da Justiça e da Segurança Pública, tornou-se conhecido no papel de Juiz, como representante da lei, contudo ele nunca passou de uma fraude, um simulacro, representação, imitação, ele nunca foi de fato um Juiz, representou esse papel em seu beneficio, em beneficio de seu projeto pessoal e em beneficio de interesses que se opõe ao interesse público.

O The Intercept Brasil, a Folha, o jornalista Reinaldo Azevedo e outros veículos ao divulgarem as mensagens de aplicativo entre diversos Procuradores da República e Moro colocou fim ao mito e o apresentou com o que ele é: um Santo do pau oco, ou seja, um indivíduo de caráter duvidoso, que protagoniza ações fraudulentas, uma pessoa mentirosa, falsa ou hipócrita. Graças ao bom jornalismo, ao verdadeiro jornalismo o mundo sabe que Moro conduziu processos cujo resultado estava definido previamente; graças à liberdade de imprensa, que Curitiba tentou relativizar, revelou-se um Estado-Juiz parceiro e comandante da Procuradoria da República, órgão acusador; revelaram-se violações ao Processo Penal e a direitos constitucionais fundamentais; revelou-se a delinquência em movimento sob odiosa proteção da 13ª Vara Federal de Curitiba. Moro é uma vergonha para o Poder Judiciário, é simulacro de Juiz, Moro é um delinquente que será em breve levado ao banco dos réus e será julgado também pela História. 

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Meu pai fez um paralelo entre Moro e Moshe Laudan (presidente do júri que decidiu a sorte de Adolf Eichmann, alemão raptado na Argentina e levado a julgamento e Israel, em razão dos crimes que teria cometido e por seu papel na questão da “solução final dos judeus”). Que comparação seria possível, eu perguntei a ele? Ele me respondeu dizendo que, segundo Hannah Arendt, o juiz Moshe Landau demonstrou notável independência diante da opinião pública de Israel, fazendo “o máximo, o máximo do máximo” para evitar que aquele julgamento fosse transformado num espetáculo “por obra da paixão do promotor pela teatralidade”. Ao contrário de Landau, Moro foi o roteirista e o diretor do espetáculo, um espetáculo de horrores que destruiu reputações e vidas, feriu de morte diversos direitos e corrompeu o processo penal.

Ao contrário de Landau, que segundo Hannah Arendt serviu à Justiça com fidelidade, Moro transformou o julgamento de Lula em especial, num espetáculo tão caro a esses tempos de consumo irrefletido das versões e opiniões travestidas de informações.

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Fato é que os tempos nesses sombrios, Gleen Greenwald nos revelou que as atitudes de Moro e dos procuradores são canalhas.

Mas tempos melhores se anunciam e em breve poderemos falar de coisas boas. 

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Há um fato que ilustra essa esperança e indica a nossa tarefa para esse momento e além: numa das viagens que Maiakóvski fez pela União Soviética para recitais e conferências, um espectador lhe perguntou por que ele não abordava em seus poemas os temas belos, “como as rosas”. O poeta respondeu que havia muitos traços de canalhices a serem vencidos e quando: “as canalhices [forem] suprimidas, as rosas voltarão a florir”. Nossas rosas voltarão a florir e nossos corações se alegrarão com #LulaLivre, pois a sua liberdade representa esperança de uma democracia restaurada.

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