Árvore que nasce torta morre torta
Não existe exemplo recente de uma administração que tenha revertido suas ações para limpar a trilha da omissão de um governo Federal tão rapidamente como de Bolsonaro
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O reino encantado do qual o presidente acha que o Brasil está vivendo está durando cada vez menos. Não adiante querer criar uma rede de TV que só fale notícias boas ou não divulgar os dados de contaminação e morte por COVID. Quanto mais esteja tentando apagar seus rastros, mais a CPI cavuca mais irregularidades. É como se puxasse aquele cabelo no ralo, que com dificuldades, você acaba retirando mais e mais detritos que estavam atrapalhando o fluxo natural da água. E por isso, é possível que a CPI prorrogue seus trabalhos por mais 45 dias pelo menos.
Os servidores concursados, que lutam pela sua estabilidade de emprego, do qual o presidente quer retirar, foram basicamente responsáveis pelas provas cabais de no mínimo prevaricação. Que é crime. No último escândalo anunciado pelos irmãos Miranda, da qual a PF negocia com servidor para incluí-lo em programa de proteção a testemunhas, temos o fio da meada que vai complicar verdadeiramente o presidente. Se todas as atitudes morais, economia pífia, destruição da natureza, problemas com comércio exterior não incomodaram Bolsonaro, pelo menos o último pilar de sustentação de seu discurso não estava comprometido. Até agora. Afinal, a corrupção é a última defesa do governo perante a direita no país.
Este último pilar de sustentação está durando por breve momento. A Covaxin ainda está em fase de testes, menos eficaz que as outras vacinas e é muito mais cara do que todos as outras vacinas. Porém, sem aprovação da Anvisa e rapidamente, com emprenho de todos, foi acertado a compra. Por que? Por que foram apenas 97 dias de empenho a 15 dólares a dose? E ainda, todas as 20 milhões de doses deveriam ter sido entregues ao Brasil até maio. Se não podemos falar de incompetência logística no mínimo, temos que ver o por que do interesse, se a Pfizer levou 330 dias para ser aprovada a compra.
Como esse país no imaginário de Bolsonaro, com inflação controlada sem recessão, se descarta compras com doses a metade do preço, prefere comprar a mais cara até o momento. Na verdade, outra compra maior foi descoberta em pior situação. A indicação do servidor é de compra suspeita e é aí que tudo aparenta a corrupção clara, que deu já notícia crime que já está protocolada. A intermediação por uma empresa, a Precisa Medicamentos, com o sócio da Precisa, Francisco Maximiano, ligado a Flávio Bolsonaro, responde por diversos escândalos na área da saúde tanto no governo federal quanto no governo do Distrito Federal.
Nessa Camelot imaginária de Bolsonaro, ninguém protestaria. Mas como a corda rompe do lado mais fraco, mesmo um bolsonarista ficaria com medo dos resultados finais. Ricardo barros, da qual o presidente prevaricando e não se importando com a situação já mostrada pelo deputado Luis Miranda, falando que “É coisa do Ricardo Barros!”. Aquele mesmo que foi Ministro de Temer e que defendia a imunização de rebanho. Não admira que o governo troque as versões a todo o momento, pois a cada minuto acerta o presidente de uma forma ou de outra. Um discurso que atinge apenas ao público do presidente de seu reino encantado.
E mais, as vacinas da Covaxin iriam chegariam com a validade vencida. Não existe exemplo recente de uma administração que tenha revertido suas ações para limpar a trilha da omissão de um governo Federal tão rapidamente como de Bolsonaro. Já foram mais de 4 versões diferentes apresentadas e o “rolo” fica cada vez mais enrolado. Lembrando que antes foi mostrado que o documento tinha sido forjado em coletiva mostrado por Onix.
Justamente quando a fantasia desmorona, tenta-se achar uma nova narrativa para a lenda da compra da Covaxin.
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