Arthur Lira ataca pesquisas, mas apoiou o golpe, distorce a realidade e afronta a razão
"Arthur Lira ataca as pesquisas que derrotam Bolsonaro, mas apoiou o golpe, distorce a realidade e afronta a razão. É isso aí", escreve Davis Sena Filho
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Por Davis Sena Filho
O presidente da Câmara dos Deputados, deputado bolsonarista Arthur Lira (PP/AL), superou, e muito, a capacidade de qualquer sujeito do naipe dele em ser um cara de pau, que se utiliza de palavras turvas, que intencionalmente propagam a dúvida e a suspeição contra as pesquisas eleitorais realizadas por inúmeros institutos. Lira é o verdadeiro cara de aço, porque a prova de cupim, quando ao mesmo tempo se comporta como indivíduo que faz do cinismo e da hipocrisia seu método de fazer a política e presidir uma das três instituições mais importantes do País.
Lira é, por sinal, um dos principais atores que efetivam a péssima política neste País maltratado por gente como ele, pois aprendeu seu “ofício” em meio aos coronéis das Alagoas, sendo que ele mesmo se tornou um deles, a dar sequência a uma política nepotista, fisiológica e centralizadora de recursos financeiros provenientes do Estado, de maneira a controlá-lo e tirá-lo da população, que fica à míngua e em situação de pobreza e dependente das vontades de um coronel perverso como o é Arthur Lira e seus aliados, que recebem os benefícios provenientes do dinheiro estatal, ou seja, do contribuinte brasileiro.
Por sua vez, o bolsonarista Arthur Lira, um dos chefes do famigerado Centrão, tornou-se um dos piores presidentes que a Câmara teve em sua história em todos os sentidos, além de ser um dos autores intelectuais do obscuro e lamentável “Orçamento Secreto”, uma das maiores pilhagens ocorridas no Brasil nos últimas décadas, no que é relativo ao Congresso controlar grande parte dos orçamentos pertencentes a inúmeros ministérios do Governo Federal, por intermédio de Emendas de Relator de Orçamento, conhecidas como RP-9.
Tais emendas foram criadas em 2019 e executadas em 2020, ou seja, com a aquiescência e a assinatura de Jair Bolsonaro, que as autorizou por meio de conchavos eleitorais, a fim de também, evidentemente, ter o apoio dos parlamentares, que formam a maioria nas casas legislativas por meio do fatídico Centrão. O orçamento secreto, na verdade, permite que deputados e senadores destinem recursos financeiros que são provenientes dos cofres da União. O problema é que não há transparência e por isso fica quase impossível saber o destino do dinheiro, de onde ele saiu e para onde ele vai, porque também não são especificados nomes, destino e limites das Emendas de Relator.
Esse processo vergonhoso somente foi implementado no Governo Bolsonaro, sendo que o Supremo chegou a suspender esses tipos de emendas no fim de 2021, ou seja, bloqueou os repasses, mas por causa da enorme pressão política, com a aproximação das eleições presidenciais, o STF recuou e autorizou os repasses mediante seu pedido por mais transparência. Seria cômico se não fosse trágico, perdulário e sórdido...
Afinal, todo mundo sabe, até os recém-nascidos, os extraterrestres, os que estavam em coma por 30 anos, os alienados e, pasmem, também os bolsonaristas que votam no Bolsonaro compreendem que pedir transparência aos políticos historicamente golpistas, fisiológicos e nepotistas do Centrão é como pedir para que uma hiena não coma a carcaça que ela achou ou a caça que ela roubou de outro predador. Dá licença ou durma-se com um barulho desses!
Porém, que fique claro, foi no Governo Bolsonaro que se criou esse tipo de emenda que está a fazer a festa nababesca e rocambolesca dos políticos do Centrão, grupo de políticos de onde saiu Jair Bolsonaro, diga-se de passagem. O presidente essencialmente fascista, de apelido Bozo, é filhote legítimo do baixo clero da Câmara dos Deputados, ou seja, do Centrão, que hoje se lambuza com o poder e tripudia da cara do povo brasileiro desde o golpe de estado de 2016, quando Dilma Rousseff, a primeira mulher presidente da história do Brasil, foi levada à deposição por verdadeiros canalhas e covardes. E deu no que deu: o Brasil de hoje destruído em todos os sentidos e, irremediavelmente, dividido.
Acontece que nesta semana a ex-presidente Dilma obteve imensa vitória em relação às “pedaladas fiscais”, pois o Ministério Público Federal arquivou o inquérito civil movido contra o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega. A verdade é que Dilma e Mantega jamais ocorreram em irregularidades e as tais “pedaladas” foram apenas um meio sujo e criminoso efetivado pela direita política e burguesia brasileiras para levar à deposição de uma presidente honesta e eleita legalmente e legitimamente pelo povo brasileiro. Para a casa grande escravocrata deste País é aquela coisa: se não conquisto o poder pelo voto, o conquisto pelo golpe. E assim foi feito.
Porém, voltemos ao Arthur Lira, um dos piores políticos produzidos por este País. Lira é um grande ruralista das Alagoas, representante do coronelismo de raiz, cujo modelo político e econômico adequado para ele e seus aliados é algo próximo ao feudalismo, em um esforço em que se possa ressuscitar os tempos de vassalagem e suserania. O pensamento sociológico e antropológico de Lira remonta ao feudalismo ou quiçá à pré-revolução industrial.
E digo por quê: é inacreditável que tenhamos na presidência da Câmara um indivíduo que apoie um regime fascista implementado por Jair Bolsonaro e a pior geração de longe de oficiais generais, da ativa e da reserva, que compuseram o governo ultraliberal e militarista, que tem como única finalidade desmontar o estado brasileiro em todos seus setores e segmentos, de maneira a impedir que o Estado seja o indutor do desenvolvimento econômico e o fiscalizador de setores como indústria, comércio, agronegócio, ciência e tecnologia, cultura, meio ambiente e terras.
O governo fascista e ultraliberal de Jair Bolsonaro, que tem o apoio e a cumplicidade de Arthur Lira, que também tem sistematicamente sabotado os interesses dos trabalhadores, estudantes e aposentados, bem como impedido de proteger os interesses legítimos de grupos étnicos e sociais, a exemplo de índios, quilombolas, ribeirinhos, moradores pobres de favelas e periferias, mas também de pequenos agricultores, pescadores, pessoas e grupos que tiram seus sustentos das florestas. E tudo para que o Estado seja tirado do povo brasileiro, como disse o fundamentalista do mercado financeiro — o ultraliberal e banqueiro perverso, Paulo Guedes.
De pensamento tacanho, o que o leva à iniquidade e a políticas toscas, Arthur Lira, sem sombra de dúvida, é uma das vergonhas de tantas vergonhas do Brasil. Medíocre como político, além de comprovar ser um analista intelectualmente de má-fé, Lira ataca as pesquisas eleitorais porque sabe que será muito difícil para o Bolsonaro reverter os índices e números eleitorais que colocam Lula em primeiro lugar.
Se Arthur Lira fosse um cidadão sério, ele avaliaria melhor as pesquisas e seguraria sua língua, que está a falar um monte de bobagens. Lula é um político fora da curva da história deste País. Ele é do tamanho de Getúlio Vargas, sendo que passou e enfrentou com temperança e muita coragem a perseguição do Estado perpetrada por uma Justiça, PF e MPF burgueses, pois que garantidores dos interesses da grande burguesia proprietária da casa grande escravocrata, endereço do qual Lira faz parte como inquilino, lá em seu estado de Alagoas.
Contudo, Lira é político experiente e deveria saber, e ele sabe, pois finge não saber, que desde o meio do ano passado, quando as pesquisas se iniciaram com mais frequência, Lula lidera de forma ESTÁVEL. Então é um tempo de 14 meses ou pouco mais. Coloquei a palavra estável em caixa alta porque essa é a razão inexorável da liderança de Lula no que tange à corrida presidencial.
E não se trata de qualquer estabilidade, porque os índices de Lula são estáveis por alto e não por baixo, no que diz respeito aos seus números, à sua liderança, sendo que agora no sprint final a candidatura Lula, de maneira sistemática, cresce de forma sedimentada, pois ele e o PT estão a consolidar mais e mais apoios em segmentos da sociedade que não votavam em Lula ou no PT, mas compreenderam que essa eleição é a mais importante desde a redemocratização, a se equiparar à eleição de 1989, que foi a primeira após 21 anos de ditadura.
Na verdade, a eleição presidencial de 2022 se tornou um plebiscito, porque o Brasil se encontra em uma terrível encruzilhada, porque está a ser vítima de violência, miséria, pobreza, desmonte do Estado nacional, desemprego, falta de investimentos públicos e descaso com o meio ambiente, educação, saúde, além da presença de incontáveis pessoas que apoiam um político incompetente, perverso, mal educado, ignorante, autoritário, agressivo, violento, desprovido de empatia e francamente apoiador dos interesses financeiros e econômicos dos ricos. Trata-se de um governo ultraliberal e militarista que tão somente serve aos ricos, além de ser criminosamente entreguista e subserviente e subalterno aos interesses de potências estrangeiras.
E Arthur Lira vem com essa conversa mole, para boi dormir, ao afirmar que as pesquisas não retratam a realidade e que tem a finalidade de favorecer o Lula. Ele não citou o Lula diretamente, mas é o Lula que o incomoda, como incomoda toda a burguesia nacional e parte grande da classe média golpista e usurpadora, que apoiou o golpe de 2016 e a prisão injusta, irresponsável e injustificável de Lula. Arthur Lira é, sem dúvida, a fina flor da burguesia nacional, totalmente estúpida, de essência escravocrata e vendilhona inconsequente e irresponsável do País. Arthur Lira ataca as pesquisas que derrotam Bolsonaro, mas apoiou o golpe, distorce a realidade e afronta a razão. É isso aí.
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