Arruda e a política dos subterrâneos
A população de Brasília vem acompanhando o julgamento de todos esses processos e agora na hora final, não vai aceitar mais uma tentativa de fraude, muito menos por meio da Justiça
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O cidadão brasiliense está perplexo com mais uma demonstração de que o ex-governador José Roberto Arruda continua a se utilizar de meios torpes e sujos – regra em sua trajetória política- para tentar chegar de novo ao governo do Distrito Federal, de onde foi retirado em fevereiro de 2010, por decisão do Superior Tribunal de Justiça, indo direto para a prisão.
Hoje, dia do julgamento de recurso de Arruda pela manutenção de sua candidatura pelo TSE, a imprensa divulgou, e o Ministério Público já está analisando, vídeos nos quais ele afirma ter já votos garantidos de ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) favoráveis a sua candidatura, dentre eles o do ministro João Otávio de Noronha.
Na conversa do vídeo Arruda diz também que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de quem foi líder do governo no Congresso, estaria trabalhando para convencer também o ministro Gilmar Mendes, que atua no TSE, a fim de liberá-lo para disputar um novo mandato de governador.
A nota divulgada por FHC tentando explicar sua atuação não convence nem mesmo a uma criança e apenas prova mais uma vez a política de subterrâneos que sempre foi feita pela direita neste país.
Arruda mudou de partido de acordo com as necessidades, muitas vezes, (PSDB, PFL, DEM, PR ) mas sempre esteve do mesmo lado dos que lutam contra a democracia e contra os reais avanços sociais deste país.
A sociedade brasiliense e a brasileira foi as ruas para dizer não à corrupção e à impunidade. Não podemos mais aceitar absurdos como esses. Arruda já foi condenado por mais de uma razão e em várias instâncias.
Nas investigações da Operação Castelo de Areia, apurou-se que Arruda teria recebido 637,6 mil dólares ilegalmente para sua campanha em 1998. Na ocasião ele informou que não se lembrava de doações da empreiteira Camargo Corrêa para sua campanha em 1998.
Depois veio o escândalo do painel eletrônico, em que Arruda jurou em nome de seus filhos não ter pedido ao Prodasen a lista de senadores que votou secretamente na votação da perda de mandato do ex senador Luiz Estevão. Dias depois chorou no plenário e confessou o contrário.
Nas eleições de 2002, existem denúncias de que teria sido novamente beneficiado, desta vez por uma empresa coligada à Camargo Correa.
Em 2006, Brasília inteira viu as imagens de Arruda onde aparece recebendo maços de dinheiro. Na época defendeu-se afirmando que os 50 mil reais que embolsou foram usados para comprar panetones para os pobres de Brasília.
Em 27 de novembro de 2009, a Polícia Federal executou a Operação Caixa de Pandora, com o cumprimento de mandados de busca e apreensão na residência oficial do então governador Arruda, em secretarias do governo e em gabinetes de deputados na Câmara Legislativa. Foram apreendidos computadores, arquivos de mídia e documentos, além de 30 mil dólares, cinco mil euros e 700 mil reais.
Segundo as denúncias Arruda comandava uma rede de pagamentos a parlamentares do Distrito Federal, com dinheiro oriundo de empresas que faziam negócios com o governo.
Em agosto de 2010 a Polícia Federal concluiu o relatório final da Operação Caixa de Pandora, que aponta o ex-governador José Roberto Arruda como chefe de uma organização criminosa para desviar recursos públicos por meio de empresas contratadas por seu governo.
A população de Brasília vem acompanhando o julgamento de todos esses processos e agora na hora final, não vai aceitar mais uma tentativa de fraude, muito menos por meio da Justiça.
A situação é grave, vergonhosa, inaceitável. Caberá ao Conselho Nacional de Justiça se posicionar a respeito de prováveis posicionamentos dos ministros do STF contra as determinações da Lei da Ficha Limpa que é clara : políticos condenados pela Justiça não podem se candidatar. Tudo que esperamos é que o TSE demonstre o que cabe a uma alta corte: justiça, seriedade e independência.
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