Armínio puxa tapete de Guedes

(Foto: World Economic Forum / Benedikt von Loebell)


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Golpe armado

Os jogadores de pôquer, os compradores de títulos do governo, que vivem de especulação, que aplicam no fundo financeiro internacional de Armínio Fraga, ex-presidente do BC, na Era FHC, discípulo de George Soros, jogaram a toalha.

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Estão com medo do que Armínio está falando nesses dias, que a desigualdade social não ajuda os aplicadores, representando alto risco para eles.

Sonham com volta de Lula, que combateu desigualdade e deu tranquilidade ao mercado.

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Os jogadores têm pavor da desigualdade virar convulsão social.

Capital especulativo, sem âncora na realidade, é vendaval.

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Sua propensão é a fuga, quando a coisa começa a feder borracha queimada.

Quem vai deixar dinheiro no fogo?

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O programa ultraneoliberal de Paulo Guedes é fogo puro.

Carrega a mão demais na concentração da renda e na exclusão social.

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Olha o lance do salário mínimo!

Ele quer porque quer excluir o mínimo da correção pela inflação.

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Isso bota povão na rua!

Coisa mais pavorosa que isso, para especulador, não existe.

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Guedes quer, também, desvincular gastos sociais, fixados na Constituição, da mesma correção.

Os mais pobres são, por Guedes, condenados à morte.

A deforma da Previdência é isso aí: tira dos mais pobres R$ 1 trilhão da circulação em dez anos.

Destrói poder de compra dos salários e gastos sociais, em nome de austeridade fiscal a qualquer custo.

Capa renda disponível para o consumo.

Eleva insuficiência de demanda global, cujas consequências são salário zero ou negativo.

Do ponto de vista do empresário, egoísta e individualista, é uma boa, porque reduz seus custos operacionais e aumenta lucros, mais vália etc.

Para economia, como um todo, porém, é uma merda geral.

A insuficiência crônica de consumo leva ao subconsumismo, à deflação, à queda da taxa de lucro, à miséria absoluta.

Os jogadores, aí, começam a temer pelo futuro de suas poupanças.

O incêndio social pode pegar fogo nelas e tudo virar fumaça.

Tucanos pulam do barco

O fato é que Arminio Fraga está puxando o tapete de Guedes.

Considera que exagera no seu ultraliberalismo e espanta a banca internacional.

Só funciona com ditadura, com Pinochet, do qual Guedes é apóstolo.

Os tucanos, como Armínio, estão mudando de posição.

Primeiro foi o economista André Lara Resende, banqueiro de calça curta.

Expoente do tucanato, cérebro do Plano Real, disse que o processo de desigualdade tem origem na fixação, pelo Banco Central, da taxa de juros acima – bem acima – do crescimento do PIB, desde 1996.

Acertou em cheio em Armínio Fraga, ex-titular do BC, que faz, agora, mea culpa.

Propõe o que os BCs dos países desenvolvidos estão fazendo: jogar dinheiro novo em cima de dinheiro velho, podre.

Com isso, derrubam taxa de juros para zero ou negativa.

Evita impacto destrutivo sobre dívidas públicas, que paralisam governo, empresas e famílias endividadas.

Essa estratégia salva, temporariamente, os rentistas e desmentem diagnósticos neoliberais segundo os quais inflação é fenômeno monetário.

Rola, justamente, o oposto: expansão monetária reduz juros e inflação, em meio à guerra comercial global.

Capitalismo não suporta mais juro positivo.

Os ultraliberais insistem no receituário falido.

Mansueto Almeida, secretário de Política Econômica, prega que o essencial é cortar gasto não financeiro, enxugar dinheiro e deixar solto gasto financeiro, especulativo, para pagar dívida.

Feito isso, garantindo superávit primário, haveria equilíbrio entre dívida/PIB, permitindo redução dos juros e retomada sustentável da economia.

Há três anos, essa receita, ancorada no congelamento de gastos sociais, por vinte anos, está em cena.

O resultado é desastre total: 13 milhões de desempregados, 60 milhões de inadimplentes e 30 milhões de desalentados.

Configurou-se capitalismo sem consumidor.

Cai juro, cai inflação e, como dizem los Hermanos, “todo lo más”, mas desemprego sobe, espetacularmente.

Esse quadro motiva meas-culpas tucanas generalizadas.

Tiro pela culatra

O senador Tasso Jereissati, bilionário empresário do setor de supermercados, relator da deforma da Previdência, na qual não acredita, diz, agora, que o PSDB errou feio ao apoiar o golpe de 2016.

Ao romper o processo democrático, com denúncia vazia do resultado eleitoral de 2014, o PSDB jogou o país no buraco, reconhece o parlamentar cearense.

Reconheceu, também, o golpe, outro dia, no Roda Viva, o ex-presidente golpista, Michel Temer.

Na cara dura, disse que era contra o golpe, que estava conversando com Lula, para ele assumir a Casa Civil, no governo Dilma.

Teria sido surpreendido pela Operação Lavado, comandada por Sério Moro, que virou a mesa, com espionagem criminosa, apoiada pela Rede Globo e o STF.

Tenta tirar o dele fora.

Outra golpista arrependida, a ex-senadora Marta Suplicy, PMDB-SP, passou a defender Lula Livre.

Vai se vendo que o golpe representou tremenda roubada.

Parece, até, que Guedes, também, está dando jeito de pular fora do barco.

Sua estratégia de retirada seria a de insistir com o que Bolsanaro já disse que não aceita: o imposto sobre pagamentos, reedição da CPMF.

Há duas semanas, o secretário da Receita, Marcos Cintra, homem de Guedes, foi, espetacularmente, despachado pelo capitão presidente.

Nessa segunda feira, Guedes, sem se preocupar com a reação do capitão, insiste na mesma estratégia, continuar defendendo a CPMF.

Estaria forçando a barra para ser mandado embora?

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