Argentina está sendo saqueada
Correspondente do 247 em Buenos Aires, Jeferson Miola diz que em meio às eleições presidenciais na Argentina, que devem confirmar vitória de Alberto Fernández, as reservas em dólares do país estão sendo derretidas na vã tentativa de conter o ataque especulativo contra o peso. "Maurício Macri e o grande capital internacional deixarão uma bomba armada para tentar inviabilizar a gestão Alberto Fernandez-Cristina Kirchner"
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A Argentina está sendo saqueada.
Com o resultado das PASO [eleições Primárias, Abertas, Simultâneas e Obrigatórias, ocorridas em 11 de agosto] e a expectativa de vitória de Alberto Fernandez e Cristina Kirchner neste domingo, 27/10, a rapinagem neoliberal vive um clima de fim de festa na Argentina; desencadeia estratégias destrutivas contra as finanças nacionais.
É fácil entender esse terrorismo especulativo em que o capital financeiro atua nas 2 pontas: por um lado, cria problemas e dificuldades para o país e, ao mesmo tempo, obriga o governo a atuar não para estancar as perdas, mas para perder ainda mais.
Trata-se de um verdadeiro desmanche das contas argentinas que tem no governo Maurício Macri o jogador principal.
Não bastasse a impressionante fuga de capitais de 304 bilhões de dólares acumulados no 2º trimestre deste ano [aqui], que representa mais de 30% do PIB do país, as reservas em dólares estão sendo derretidas na vã tentativa de conter o ataque especulativo contra o peso, a moeda nacional argentina.
O dólar estava cotado a 40 pesos argentinos há menos de 10 dias, e atingiu a cotação de 65 pesos na sexta-feira pré-eleitoral, 25/10 – uma subida de mais de 60% neste curto período.
Apesar da queima de reservas internacionais de mais de 400 milhões de dólares em média por dia no período de 6 de agosto a 25 de outubro, a cotação do dólar não pára de subir.
Em determinados dias, o Banco Central liquidou 600 milhões. Na última sexta-feira, 25/10, o BC esfumaçou 1,8 bilhão de dólares das reservas internacionais, que somavam 66,3 bilhões em 6 de agosto e passaram a 43,5 bilhões no dia 25 de outubro.
Isso significa que 22,8 bilhões de dólares das reservas internacionais do país foram queimados nessa jogatina, expondo o país a extrema vulnerabilidade.
Apesar dessa queima de capital nacional, contudo, analistas econômicos avaliam que nos próximos dias o dólar deverá valer 85 pesos, podendo inclusive alcançar a casa dos 100 pesos ou mesmo superá-la.
Trata-se, inegavelmente, de uma verdadeira pirataria financeira contra o Estado e contra o povo argentino.
O dramático é que a Argentina continuará exposta aos ataques especulativos patrocinados pelo seu próprio governo. Entre a eleição deste domingo, 27/10, e a posse do governo eleito em 10 de dezembro, o país poderá ser jogado no precipício pela sua oligarquia colonizada e vende-pátria.
Maurício Macri e o grande capital internacional deixarão uma bomba armada para tentar inviabilizar a gestão Alberto Fernandez-Cristina Kirchner.
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