Ao se entregar, Zé Dirceu deixou um vazio entre a militância petista
Se tem alguém que nunca foi abandonado pela militância do PT, essa pessoa é o ex-ministro Zé Dirceu. Talvez por isso existiu no momento de sua prisão um clima de velório entre aqueles que, a despeito de receberem agressões diárias nas redes sociais, estiveram ao seu lado mostrando a perseguição que ele sofre de parte da justiça brasileira
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
Se tem alguém que nunca foi abandonado pela militância do Partido dos Trabalhadores, essa pessoa é o ex-ministro Zé Dirceu. Talvez por isso existiu no momento de sua prisão um clima de velório entre aqueles que, a despeito de receberem agressões diárias nas redes sociais, estiveram ao seu lado o defendendo e mostrando a perseguição que ele sofre de parte da justiça brasileira.
Milhares de pedidos foram postados na internet, milhares de mensagens foram enviadas diretamente a ele. Até sua ex-esposa pediu para que ele não se entregasse. Mas Dirceu tomou a sua decisão de cumprir a determinação da "justiça". Diferente do que a maioria esmagadora queria.
Pedidos de que fosse a uma embaixada e pedisse asilo, sair do país e até mesmo viver ilegalmente dentro do Brasil, foram feitos. Mas nada disso o fez mudar de ideia.
Dias antes de sua prisão eu enviei uma mensagem a uma pessoa bem próxima dele, onde dizia, “eu prefiro um líder na ilegalidade comandando a militância, que um líder preso e sem poder falar”. Recebi a resposta, “fique tranquilo, estamos preparados para o momento e para a consequência dele, sairemos maiores e vitoriosos”. Foi aí que lembrei da passagem do livro Papillon, que condenado na Guiana Francesa por um crime que não cometeu o advogado dele lhe fala, “Não há qualquer prova contra você, tenho confiança, seremos absolvidos. Acho graça nesse “seremos”. Como se ele, o Dr. Hubert, fosse comparecer perante o tribunal como culpado e, se houvesse condenação, também tivesse que sofrê-la”. René Belbenoît foi condenado a prisão perpetua. Na cadeia, na Ilha do Diabo, ele liderou um grupo de presidiários que fez várias tentavas de fugas. Logrando exito, vieram para o Brasil. Ele morreu em 1078 e está enterrado na Vila Surumú, no norte do Estado do Pará, hoje parte da Terra Indígena São Marcos.
Não satisfeito, pois já se percebia que a decisão seria por se entregar, no dia da sua prisão, eu enviei diretamente ao Zé um “boa tarde Comandante! Estou em oração hoje. Força!”. E recebi uma resposta em áudio de quem estava ciente da sua importância e do que deveria, por decisão própria, fazer. “Camarada Dimas, muito obrigado pela força, pelas orações. Estou precisando mesmo. Estou firme aqui”. Voz pausada e firme, de quem não estava se entregando, mas de quem usará a prisão para denunciar ainda mais a perseguição que ele e outros petistas estão sofrendo.
Durante alguns dias vi e li muitas mensagens de quem, até agora, não conseguiu entender o porquê do Comandante Zé Dirceu ter se entregado a polícia federal. Mas percebi, que mesmo preso político, ele não está abandonado. O impacto inicial já foi digerido e a hora é de Lula e Zé Dirceu Livres!
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247