Ao sacrossanto deus mercado

A camarilha Temer pune a classe trabalhadora e privilegia a elite. Usa dinheiro público para veicular mentira e tentar convencer a população da necessidade de reformar a Previdência, sem uma profunda discussão com a sociedade. Uma reforma mercadológica, que favorece o mercado de saúde e de previdência privados, em detrimento de 70% da população, cuja renda não é superior a dois salários mínimo

Bolsa de valores e Michel Temer .2
Bolsa de valores e Michel Temer .2 (Foto: Enio Verri)


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Uma nação assiste, submissa, dócil e inerte, ao seu sacrifício e à destruição e entrega do País, em nome do sacrossanto senhor deus mercado. Em nome dele, uma elite escravocrata condena os pobres a morrer trabalhando em empregos precários, temporários e terceirizados, vários ao mesmo tempo, que não deixará tempo livre para estudar e superar sua condição. Em nome desse deus, essa mesma elite covarde cessa a soberania e a autodeterminação brasileira de se desenvolver, a países centro de poder. Isso tem nome: sabujice e traição.

A camarilha Temer pune a classe trabalhadora e privilegia a elite. Usa dinheiro público para veicular mentira e tentar convencer a população da necessidade de reformar a Previdência, sem uma profunda discussão com a sociedade. Uma reforma mercadológica, que favorece o mercado de saúde e de previdência privados, em detrimento de 70% da população, cuja renda não é superior a dois salários mínimos.

O conjunto de fontes financiadoras da Seguridade Social, estabelecido na CF de 1988, garante sua condição superavitária. Porém, ela é ameaçada pelo constante avanço dos valores pagos a banqueiros, aproximadamente 45% do Orçamento da União. Dívida esta que carece de uma urgente auditoria. A EC 95 e a reforma trabalhista são partes adiantadas da reforma da Previdência. O trabalho intermitente, terceirizado e precário ocasionará queda no recolhimento para o INSS, diminuindo o seu impacto na produção do PIB. Segundo a lógica do congelamento, por 20 anos, quanto menos PIB, menos investimento.

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No entanto a reforma da Previdência é apenas mais uma medida do absoluto e profundo liberalismo instalado no Brasil, com o golpe de 2016, financiado especialmente pelo mercado financeiro. O investimento de bilhões em compra de apoio parlamentar para aprovar as medidas e livrar Temer da cassação é um jogo pesado, de corporações que movimentam bilhões, diariamente. Entre as 100 maiores receitas do mundo, no ano de 2015, 69 eram corporações e 31 governos. A soma do arrecadado pelas 10 maiores empresas do mundo, no mesmo ano, foi cerca de 90% do arrecadado pelos EUA.

Estaria mais feliz e menos angustiado se pudesse usar deste nobre espaço, pelo qual agradeço, para exaltar a resistência da rua ocupada que já deveria estar acontecendo no País, ou debatendo sobre as táticas e estratégias para avançar no enfrentamento para derrubar o golpe de 2016. Mas não, estou escrevendo para expressar a perplexidade de ver milhões de brasileiros pobres e remediados não se importarem com a completa entrega do País e a escravização da população. É como se o Brasil não fosse do interesse dos brasileiros. Parece que tudo está acontecendo em outro país, e não aqui.

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O mercado é feroz e alcança todos os níveis e qualificações da classe trabalhadora. Desde o atendente de supermercado, ou da lanchonete, contratado a aviltantes R$ 4,50, a hora, aos mais de mil professores universitários demitidos por uma universidade privada, para contratar professores mais baratos. Os sindicatos das bases onde vivem os parlamentares que participaram do golpe e são a favor ou indecisos à reforma devem promover, periodicamente, manifestações na cidade, no reduto eleitoral do parlamentar e no aeroporto do qual se serve.

Quantas diretorias tem um sindicato médio? Quantos diretores e assessores não podem se organizar em comitivas para recepcionar e se despedir da/os parlamentares, nos aeroportos? Pretensos candidatos à reeleição devem estar cientes de que não voltarão, em 2018, se participou, em nome de deus e da família, do golpe de 2016, votou a favor da EC 95, da entrega da Petrobras, do pré-sal e das reformas trabalhista e da Previdência. Essas atitudes devem ser consideradas traição à nação, e como tal deve ser combatida. Às ruas.

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