Ao elogiar Bolsonaro, Romário se iguala a Pelé e imortaliza a sua boca na calçada da lama
A academia dos poetas calados está em festa para receber o seu mais novo imortal
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Sem dúvidas, ele é um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos. Entre os brasileiros, talvez, só fique atrás de Pelé. Ou, pelo menos, ficava até declarar que “antes de Bolsonaro, o nosso país estava uma merda”. Romário, o baixinho artilheiro que fez mais de mil gols na carreira e ajudou a seleção brasileira de futebol a conquistar o tetracampeonato mundial depois de 24 anos, marcou o seu primeiro gol contra durante uma entrevista ao canal do youtube “Tapa na cara”, comandado pelo jornalista Rica Perrone.
A fama de gênio da pequena área conquistada nos tempos em que infernizava os zagueiros e os goleiros adversários deve agora ser estendida à sua visão política. Apenas alguém com uma genialidade impar e surreal consegue enxergar as “muitas coisas positivas” que Jair Bolsonaro fez para o país. Como jogador, Romário sempre antevia as jogadas e quase sempre as concluía em gol. Pode ser que o seu faro de gol da época de atleta, esteja percebendo algo que 64% dos brasileiros que hoje rejeitam o atual governo, ainda não conseguiram perceber. Talvez, Romário consiga nos fazer mudar de opinião.
Ao dizer também que Bolsonaro “erra em alguns momentos” e que durante a pandemia “deixou de fazer algumas ações e falou algumas coisas que não deveria ter falado”, Romário se iguala a Pelé e imortaliza a sua boca na calçada da lama. A academia dos poetas calados está em festa para receber o seu mais novo imortal. O atual senador da República tem todo o direito de gostar de Bolsonaro, como fez questão de deixar claro na entrevista, elogiando o que ele entende como “personalidade” na postura do presidente. Afinal, as almas afins se reconhecem pela energia e não pela aparência. E nesse momento em que o uso de máscara é obrigatório, estamos vendo algumas caindo e revelando a verdadeira face de pessoas que imaginávamos conhecer.
Bolsonaro não tem personalidade forte. Ele é um caráter putrefato, mau, pérfido, nocivo, o pior que a política brasileira já teve o desprazer de oferecer ao povo. Gostar disso é revelar-se igual e dizer-se semelhante. Não é que ele tenha coragem e não tenha medo de se posicionar, como Romário quis defini-lo. É que Bolsonaro é um psicopata, e, como tal, ele não tem respeito e nem empatia por ninguém. O que o leva a se apresentar como um herói e a falar como um jumento. Ainda bem que a genialidade de Romário permite que ele entenda a linguagem equina do mito da falácia.
Lembrando que poderia levar “porrada” da esquerda ou ser “cancelado” após as suas “decagações”, o baixinho reclamou que está chato falar de política hoje em dia. Ou seja, incorporou o bolsonarismo no seu pior nível e mais baixo degrau. Romário parece ter esquecido de uma frase que ele mesmo imortalizou em uma das várias entrevistas polêmicas que já concedeu. “Quem é ruim se destrói sozinho”, disse ele certa vez. A porrada que ele vai levar não será da esquerda, nem da direita. Será da sua vida política. Que o seu cancelamento venha das urnas, por manifestar apoio a um projeto político genocida e destruidor da dignidade humana.
O menino pobre e favelado da Vila da Penha, que se não fosse pelo futebol, poderia muito bem ter sido mais um jovem preto morto pela necropolítica que Bolsonaro representa e que ele agora defende chamando de corajosa, prova o quanto Paulo Freire estava certo ao dizer que “quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor” Se Deus um dia apontou para Romário e disse “Você é o cara! ”, hoje ele deve estar triste e arrependido. Como eu e milhões de torcedores que também acreditávamos que você era o cara. E quem um dia disse que Deus não dá asas a cobra, errou. Se esqueceu de que cobra, depois de criada, voa mesmo sem ter asas.
Romário que sempre fez questão de sentar na janela, parece que dormiu na viagem e não percebeu que estava na hora de descer do ônibus. Passou do ponto, mas não corre o risco de ficar a pé no meio da estrada, assim como milhões de brasileiros que hoje estão passando fome ou em situação de rua, graças a personalidade e a coragem do presidente que ele gosta e defende. O baixinho marrento, na verdade, é um bolsonarista seboso.
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