Antes de sessão, Renan indica caminho político

Vale reafirmar que Calheiros, até o último momento, não havia embarcado na estratégia de tomada do poder colocada em prática por Temer e sua turma. Acabou empurrado pela decisão de Waldir Maranhão, presidente em exercício da Câmara, de anular a sessão que admitiu a denúncia contra Dilma

Plenário do Senado durante sessão deliberativa ordinária. À mesa, presidente do Senado Federal senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Fotos: Jefferson Rudy/Agência Senado
Plenário do Senado durante sessão deliberativa ordinária. À mesa, presidente do Senado Federal senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Fotos: Jefferson Rudy/Agência Senado (Foto: Voney Malta)


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Minutos antes do início da sessão no Senado Federal que deve ou não decidir se a presidente Dilma será afastada, Renan Calheiros concedeu uma entrevista em que tratou sobre quais caminhos políticos deverão ser seguidos por deputados e senadores.

Ele defendeu que os políticos deverão se debruçar sobre questões que estão deturpando o sistema político brasileiro. E citou que é preciso discutir a reforma política e o financiamento de campanhas eleitorais.

Também disse que é preciso que os políticos revejam a lei do impeachment, que é da década de 50, porque fatos como os afastamentos de ex-presidentes vão ficar sendo repetidos, fomentados pela crise política, pela perda de base parlamentar.

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Renan anunciou que é parlamentarista e, certamente, tal tema será discutido após a saída de Dilma Rousseff. De fato, quando o chefe de governo balança o sistema parlamentarista estabiliza e estanca a crise indicando um novo nome.

No entanto, é preciso que mudanças importantes passem e sejam discutidas pela sociedade. Afinal de contas, foi a maioria do eleitorado que elegeu e reelegeu Dilma. Além disso, após a Constituição de 1998 os brasileiros decidiram, em 1993, através de plebiscito, pela manutenção do presidencialismo.

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Lembro, ainda, que o Brasil já foi parlamentarista por duas vezes. Caso o adote é preciso que seja discutido com profundidade reforma política, financiamento de campanha, participação popular, entre outras questões. Porque o país não pode ficar refém de políticos como os que temos, majoritariamente, no Congresso Nacional. Aliás, qualquer sistema só daria certo com mudanças profundas na sociedade.

Bom, mas esse é um tema que será aprofundado mais adiante. Vamos voltar ao senador Renan Calheiros, que na entrevista afirmou que os parlamentares terão que dar apoio ao governo Temer. Nisso tem razão, pois foram deputados e senadores que optaram pela queda da presidente.

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Vale reafirmar que Calheiros, até o último momento, não havia embarcado na estratégia de tomada do poder colocada em prática por Temer e sua turma. Acabou empurrado pela decisão de Waldir Maranhão, presidente em exercício da Câmara, de anular a sessão que admitiu a denúncia contra Dilma.

Durante essa crise Renan e Temer só conversaram pessoalmente duas vezes. O alagoano diz que não vai participar da formação do governo, não quer cargos e quer atuar apenas como presidente do Congresso.

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Entretanto, o senador Eduardo Braga, que foi líder e ministro do governo Dilma, e é amigo e aliado de Renan Calheiros, deverá ocupar o cargo de ministro da Integração Nacional.

A partida começa a chegar ao fim, mas não será o último jogo. O Senado vai afastar Dilma. Ela sai por conta das pedaladas fiscais, não por ter recebido ou participado do esquema de propinas, ou por ter cometido crime de responsabilidade. Na verdade, ela será 'impichada' porque perdeu a sua base política, semelhante ao que ocorreu com Collor.

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Antigos aliados do PMDB e de outros partidos, alagoanos como Maurício Quintella (PR), ao que tudo indica futuro ministro de Michel Temer, entre tantos outros que se lambuzaram com o poder compartilhado nos últimos 13 anos e que depois traíram o governo, serão julgados pela história e pelos eleitores.

Simples assim.

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No mais, vida que segue.

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