Anotações para uma resistência possível em 2017
Subestimar o mal causado pela mídia brasileira, a esta altura do campeonato, não é mais estupidez ou cretinice. Estes adjetivos, que dedicamos generosamente aos governos e dirigentes petistas, já não valem mais. Hoje é uma questão de bom senso e honestidade. Vale para a esquerda e para a direita. A mídia brasileira está destruindo o país a uma velocidade recorde
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Em segundo lugar (porque em primeiro, vocês já sabem), iremos resistir, lutar e vencer.
Em terceiro lugar, desculpem, desculpem, desculpem, pela confusão incrível pela qual passou a programação visual do Cafezinho nos últimos dias. Apenas digo o seguinte: estamos trabalhando dia e noite para oferecer uma plataforma mais leve e mais agradável visualmente a todos. Foram dias turbulentos para o Cafezinho em termos de programação. O profissional que nos apoiava saiu, eu fiquei sozinho por uns dias e resolvi mexer em tudo, qual um macaco numa loja de cristais. Quase destruí o blog. Ao cabo, o bom senso prevaleceu, como sempre, e contratei uma empresa especializada que está reorganizando e limpando tudo. Tínhamos problemas acumulados ao longo de anos.
Daqui a um dia ou dois, tudo vai se estabilizar.
Assim como o Brasil.
O Brasil vai se estabilizar. Voltará a crescer e se tornará uma grande nação, próspera, justa e feliz.
Desculpem-me se pareço um pouco piegas, talvez até ridículo, com todas essas chamadas de auto-ajuda, sobre resistência, luta, vitória, todas essas profecias de estabilidade, justiça e crescimento, mas é que eu sinto que o momento pede isso.
O lado mais sombrio da crise vivida pelo Brasil é a sua ausência de esperança.
Não podia ser diferente após o golpe. As duas principais plataformas políticas da direita brasileira, cujo principal partido político é a grande mídia, são a desesperança e o medo.
A grande mídia nacional é uma arma imperialista de destruição em massa cujo único objetivo é nos transformar numa nação de escravos, submissos, medrosos, quietos.
A própria crise econômica tem uma função diabólica: ela tenta nos dominar pela pobreza. Quando todos estivermos na lona, sem um tostão no bolso, lojistas, sindicatos, pequenos empresários, empreendedores de comunicação alternativa, profissionais liberais, quando todo mundo estiver quebrado, desesperado, deprimido, então nos contentaremos (pensam eles) com qualquer migalha que nos jogarem.
É uma fórmula básica. Um sujeito com mil reais na carteira entra num bar. Em momento de prosperidade econômica, como vivíamos antes do golpe, esses mil reais são, naturalmente, um trunfo deste indivíduo. Ele pode beber quantas cervejas quiser. Pode pagar cervejas para quem quiser. Mas não é um deus. Há outras pessoas no bar com 100, 200, 500 reais no bolso. Há um outro cara que também tem mil reais. Enfim, há um ambiente mais democrático.
Em momento de profunda crise econômica, tudo muda. O mesmo sujeito entra no bar com os mesmos mil reais no bolso, mas o seu poder agora é infinitamente maior. Porque ele é o único.
Assim pensa o grande capital brasileiro.
Milhares de empresas brasileiras estão quebrando, inclusive as grandes companhias de construção pesada. Isso gera uma enorme transferência de poder para os setores que não são afetados pela crise: os grandes bancos, algumas firmas de seguro, agências de investimento, além, é claro, da Globo.
Para o investidor estrangeiro que não tinha apostado no crescimento do Brasil, ou seja, todos aqueles abutres que nunca acreditaram em nosso país, a crise econômica atual representa uma oportunidade de ganhar dinheiro fácil. Basta comprar os ativos ao preço mais baixo possível. Assim que estes se valorizarem, eles o venderão mais caro, produzindo outra crise econômica.
O atual governo brasileiro está fazendo tudo às avessas. A estabilidade de qualquer país só pode ser alcançada através do aumento do controle nacional, em especial do Estado, sobre os investimentos, infra-estrutura, energia. Esta é a fórmula do sucesso de todos os países ricos do mundo. O único país que usa um modelo diferente, com mais participação do setor privado, os Estados Unidos, o faz porque é o centro do novo imperialismo global. O banco central dos EUA controla as finanças mundiais através do dólar, e o Pentágono controla politicamente o planeta através da força das armas. É um caso à parte. Não se pode comparar nada com os EUA.
As empresas americanas de energia, por exemplo, são privadas, mas o governo americano trabalha para elas. A NSA espiona o mundo inteiro e lhes repassa as informações.
As empresas americanas de tecnologia são privadas, mas tem acordos de cooperação com o governo, pelos quais, segundo denunciou Snowden, elas implementam códigos dentro de seus softwares, para permitir a espionagem pela NSA.
A promiscuidade entre o setor privado e o governo americano é discutida em livros, filmes e séries. Tanto a direita como a esquerda norte-americanas, por razões opostas entre si, tem feito profundas críticas a esse modelo de desenvolvimento, que põe em xeque o livre empreendimento e as liberdades.
O sistema de comunicação norte-americano sempre foi profundamente contestado pela sociedade, desde Cidadão Kane, de Orson Welles.
No Brasil, a Globo conseguiu vencer facilmente o debate sobre liberdade de imprensa vendendo uma incrível mentira ao público, a de que ela, o maior monopólio de mídia do mundo, é a própria liberdade de imprensa.
Nos Estados Unidos, Bernie Sanders incluiu a questão da mídia corporativa e a ameaça que esta representa à democracia como central em sua plataforma política. Teve apoio da maioria esmagadora da juventude e da poderosa intelectualidade americanas. O partido democrata, no entanto, submeteu-se ao interesse das corporações e indicou Hillary Clinton.
Clinton perdeu as eleições para Donald Trump, que sempre desafiou a mídia corporativa, classificando seu jornalismo como puro lixo "liberal".
Os grandes jornais americanos, como New York Times e Washington Post, para dar dois exemplos mais famosos, tem um conteúdo infinitamente mais diverso do que qualquer jornalão brasileiro. Mas todos tem uma editoria de política um tanto sinistra, para dizer o mínimo.
O New York Times, por exemplo, vem apoiando todos os golpes sujos e guerras do governo americano desde sua fundação. Às vezes pede desculpas mais tarde, anos depois, como o Globo fez há pouco tempo em relação a seu apoio ao golpe de 64.
Recentemente, por exemplo, o New York Times está à frente de reportagens que mostram a "interferência" de hackers russos nas eleições dos Estados Unidos. As matérias não trazem prova nenhuma, a não ser afirmações de fontes anônimas da CIA e FBI. Trump tem descartado as denúncias simplesmente como "ridículas", porque é isso que elas são. Acusar um país tecnologicamente atrasado como a Russia de interferir no voto de um país com mais de 350 milhões de habitantes é simplesmente bizarro. Mas os EUA costumam fazer guerras, que matam milhões de pessoas, com base em denúncias ridículas como essa, em geral publicadas no New York Times.
O NYTimes foi contra o golpe no Brasil porque foi um golpe sujo demais. A Globo e as castas da burocracia fizeram o máximo que podiam para lavar branquinho o golpe, ou seja, para lhe dar uma cara democrática. Não conseguiram convencer nem a população brasileira, que deve ser menos politizada do mundo. As pesquisas de opinião, feitas por institutos pertencentes aos próprios golpistas, sempre disseram que mais de 40% da população entendia que o impeachment não seguiu os corretos trâmites democráticos.
Como podiam seguir trâmites democráticos, se o principal articulador do impeachment foi Eduardo Cunha, devidamente descartado depois de usado pela mídia e castas, conforme todos previam?
A participação do Supremo Tribunal Federal (STF) no golpe é uma parte particularmente triste da história, mas isso também foi costurado meticulosamente pela mídia. A cooptação dos ministros do Supremo foi brutal. Neste ponto, os nomes indicados pelos governos Lula e Dilma ajudaram bastante na operação. Parece que fizeram um concurso nacional para saber quem eram os mais covardes, e indicaram os vencedores.
A lógica dos conchavos políticos do PT no congresso sempre foi questionável, mas ali havia um sentido. Era necessário construir maioria para aprovar reformas e governar. Entretanto, o PT, por inexperiência e estupidez, levou a mesma lógica para a nomeação de ministros do Supremo, que detêm cargos vitalícios. Se Lula e Dilma tivessem escolhido um juiz, um só, com colhões para enfrentar a mídia, a história brasileira seria outra.
Entretanto, a nossa crítica, admito, não tem muito sentido. Como esperar que o PT escolhesse juízes com colhões para enfrentar a mídia se o próprio partido, com muito mais liberdade para tal, jamais os teve?
Os leitores sabem que tenho escrito há anos sobre esse tipo estranho de cretinice política, que assolava os ministros do governo Dilma e da própria presidenta, assim como da maioria dos parlamentares e dirigentes do PT. Era quase uma doença mental, se me permitam o deslize politicamente incorreto. Eles não sabiam o que dizer a respeito, como se a concentração da mídia não fosse um tema importante para a vida nacional.
A presidenta, apenas depois do golpe, descobriu que a mídia brasileira não era democrática. Depois do golpe, passou a dar entrevistas a blogs, imprensa internacional, a falar diariamente, ou seja, a fazer tudo que a gente vinha implorando, desesperadamente, que ela fizesse desde o primeiro dia de seu primeiro governo. Que fizessem o bom combate midiático, porque era a única maneira dela sobreviver.
Entretanto, com todos esses erros, o primeiro mandato da presidenta Dilma encerrou com o menor desemprego da história. Dilma elevou os investimentos em educação, infra-estrutura, saúde, ciência e tecnologia, a níveis jamais vistos antes na história brasileira. E não digam que foi exatamente isso que "quebrou o país". Os números macroeconômicos do país estavam excelentes até meados de 2014. As coisas degringolam com a Lava Jato, que iniciou o mais brutal processo de desestabilização econômica e política visto na história brasileira. Em pouco mais de dois anos, a operação destruiu a maior parte do setor de construção pesada, debilitou severamente toda a cadeia de petróleo e gás, derrubou o governo, levou ao Planalto os tipos mais corruptos da classe política, e fez o desemprego no Brasil saltar de menos de 5% para mais de 12%.
E tudo isso sob aplausos e panelaços de uma classe média profundamente idiotizada por décadas de lavagem cerebral midiática.
2017 não poderia começar mais infernal.
Um psicopata mata mulher, filho e dez parentes da mulher, após deixar uma carta em que repete chorumes típicos de um zumbi midiático. Em seguida, uma chacina num presídio em Manaus nos envergonha (se é que ainda nos resta este sentimento, após o golpe) perante o mundo. Pior: o secretário de juventude do governo afirma que "tinha que matar mais, fazer uma chacina por semana"...
O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, é a figura mais idiota que já pisou naquela pasta. O tratamento que Moraes, por exemplo, dá a questão da maconha não pode ser subestimado. Vamos relevar o sensacionalismo da Globo sobre a sua declaração, de que estaria determinado a erradicar a planta do continente. Segundo o próprio ministro disse, em contestação indignada à matéria, seu plano se limita ao Brasil e ao Paraguai. Não é menos idiota por causa disso.
No Uruguai, a maconha foi liberada. Os Estados Unidos estão liberando a maconha paulatinamente em todos os estados. Já são dezenas de estados onde se pode produzir, comercializar e consumir maconha livremente. Ao final de 2016, a Florida liberou a maconha. Mesmo nos estados, onde a maconha ainda sofre restrições, como em Nova York, a tolerância já é total. Nos mercados, vende-se semente de maconha, alardeada por famosas blogueiras de culinária como ingrediente mágico para acelerar o metabolismo e emagrecer, além do maravilhoso sabor que proporciona aos alimentos.
Nos filmes e séries que os jovens brasileiros assistem cada vez mais, os personagens fumam maconha livremente. Não é nem mais algo que desvie a atenção da narrativa. E, mais importante, na vida real, a maconha já se tornou, há muito tempo, uma droga social na vida dos jovens brasileiros. Nas universidades, já é tão comum que o consumo começou a cair, pois deixou de ser novidade.
Alguns setores da esquerda partidária, aqueles mais ligados às questões de economia e luta de classes, costumam ver essas micro-políticas, como a liberação da maconha, a agricultura orgânica, as questões de gênero e sexo, aborto, como algo menor, como uma agenda liberal que não os empolga muito. É um erro. E um erro que se agiganta nesse momento de golpe.
A esquerda brasileira, para sobreviver ao regime autoritário que se implementou no país desde o golpe, e que se torna, a cada dia que passa, mais brutal e violento, precisa abraçar as questões de micro-política, com as quais ela conquistará o coração da juventude e da intelectualidade.
Todas essas questões, naturalmente, estão misturadas à agenda social. A agricultura orgânica geraria emprego e prosperidade nos cinturões verdes das grandes cidades.
A questão da mobilidade urbana deve ser vista com lupa, e foi outro erro crasso dos governos petistas não terem dado mais atenção ao tema. Quer dizer, eles fizeram bem mais do que qualquer outro governo, mas mesmo assim, não fizeram suficiente e, sobretudo, não politizaram a questão.
Como é possível que um país como o Brasil não tenha uma grande projeto ferroviário, para ligar todas as capitas por trens de alta velocidade. Ao governo caberia, no mínimo, desenvolver estudos, gráficos, vídeos, com perspectivas de custos, de um lado, e de receitas advindas com o desenvolvimento trazido por essas ferrovias, de outro.
Historicamente, obras de mobilidade urbana são feitas em momentos de mão-de-obra ociosa, como na crise americana dos anos 30 e na China até hoje.
Como é possível que o Brasil não tenha até hoje construído uma ferrovia que nos ligue ao Pacífico, abrindo caminho para a exportação de soja, ferro, e todos os itens produzidos no Brasil, primários ou industriais, para a Ásia e a costa oeste dos Estados Unidos? Por acaso é um projeto bolivariano?
A pequenez mental da elite brasileira é uma aberração. Ela governa o Brasil como se governasse uma minúscula república da América Central. O controle midiático da Globo sobre a opinião pública nacional, em especial sobre as castas burocráticas e empresariais, é um fator de atraso econômico. O custo de publicidade no Brasil é mais caro por causa disso. Temos menos empregos no jornalismo, na publicidade, nas artes, na indústria criativa, em função dos monopólios.
Os jornalistas braileiros, em primeiro lugar, deveriam lutar pela democratizar a mídia, porque é a única maneira deles libertarem a categoria da horrível escravidão ideológica a que são submetidos pelo monopólio.
Não existe nada mais triste no mundo do que um jornalista brasileiro. Às vezes, notamos que ele tem instintos progressistas, que deseja falar alguma coisa diferente, mas não pode. Depois de um tempo, deixamos de sentir solidariedade e nos sentimos irritados, porque em sua opressão ideológica a gente se sente também oprimido, e este sentimento nos irrita e queremos que o jornalista dê um grito, que fale a verdade. Mas ele não pode falar nada porque vive apavorado com medo do próximo passaralho. E os jornais brasileiros, conscientes da necessidade de exercer um controle absoluto sobre seus profissionais, promovem demissões periodicamente. Após um tempo, o jornalista acaba se tornando amargo e cínico, despertando ainda mais antipatia do público, até o ponto em que alguns, percebendo a conjuntura, fazem do cinismo e da sordidez o seu maior trunfo. E passam a ser admirados por seus patrões por darem tão maravilhoso exemplo. Os jornalistas mais tímidos olham com perplexidade para seus colegas recebendo prêmios por seu mau caratismo.
Claro que sou parte interessada nisso e obviamente não tenho isenção neste assunto, mas é um tanto chocante que a primeira iniciativa política do governo Temer, sob aplausos da imprensa, tenha sido sufocar financeiramente os blogs, através da suspensão e cancelamento de contratos de publicidade em vigor entre estes e algumas agências de publicidade com contas de estatais.
A mesquinheza dos proprietários da grande imprensa não encontra limites. A Globo, não satisfeita de estar à frente do mais sinistro monopólio midiático do mundo, vem tentando, há tempos, silenciar as vozes da imprensa alternativa. Para isso, contam com a ajuda da casta golpista. Não deixa de ser instrutivo o que a Lava Jato fez há pouco com a Carta Capital, ao liberar um vazamento, devidamente manipulado, sobre um pagamento de publicidade adiantado feito pela Odebrecht à revista. Ora, poucos anos depois, a mesma Odebrecht fez adiantamentos muito maiores à Folha de São Paulo, mas isso não vem ao caso. A sordidez da grande imprensa brasileira, em sua obsessão maníaca e criminosa para destruir qualquer diversidade jornalística no país, é algo a ser estudado no mundo inteiro.
A intelectualidade e a academia estão observando isso. Menos do que deveriam, mas estão. Tenho sido convidado para conferências em universidades do Brasil em inteiro, para conversar com estudantes e professores de jornalismo, perplexos com o fato das principais empresas jornalísticas terem se tornado uma espécie de máfia, onde não há mais nenhum resquício de compromisso com a verdade, com o bem estar social, e agora nem mesmo com as liberdades individuais, como se vê por seu apoio ao código penal fascista que o Ministério Público, com apoio do Judiciário, quer empurrar goela abaixo da população brasileira.
A elite brasileira é mesmo escravocrata. Depois de passar séculos roubando o povo brasileiro, agora ela tenta convencê-lo a apoiar leis que supostamente ajudariam a luta contra a corrupção, mas que na verdade não passam de um mal disfarçado subterfúgio para ampliar o controle do Estado sobre as liberdades individuais. Ou seja, leis que nos escravizam, ao invés de nos libertar.
Sobre a barbárie no Amazonas, temos que atacar a raiz do problema, que é a mesma do massacre perpetrado pelo monstro de Campinas: a mídia.
Subestimar o mal causado pela mídia brasileira, a esta altura do campeonato, não é mais estupidez ou cretinice. Estes adjetivos, que dedicamos generosamente aos governos e dirigentes petistas, já não valem mais. Hoje é uma questão de bom senso e honestidade. Vale para a esquerda e para a direita. A mídia brasileira está destruindo o país a uma velocidade recorde. A Lava Jato jamais se tornaria tão monstruosamente corrupta, entreguista e arbitrária se houvesse denúncia contra seus crimes desde o início. Os elementos mais fascistas e corruptos da comunidade jurídica, em especial juízes e promotores, jamais teriam tanto poder se fossem, desde o início, submetidos ao saudável escrutínio crítico da imprensa.
Imprensa livre é sim, um elemento essencial para a democracia. A ausência dela (da imprensa livre) no Brasil, vítima de um monopólio criminoso e imperialista, mostrou isso.
A sociedade brasileira, portanto, e isso vale para todos os espectros ideológicos, precisa investir numa imprensa plural e descentralizada, que possa dar conta da complexa realidade política e social do nosso país. Sem isso, não haverá desenvolvimento e o país se tornará um lugar cada vez mais inóspito para se viver, como aliás já está se tornando. A nossa imprensa incita a violência, o racismo, a intolerância, o reacionarismo, e não apenas da população mais pobre, mas sobretudo de suas elites e classe média, que são as primeiras vítimas. Bolsonaro pontifica nas pesquisas não entre os mais pobres, mas entre os mais ricos.
O senhor de escravos, já ensinava Nietzsche, torna-se tão escravo quanto o próprio escravo, porque ambos obedecem à mesma lógica. A liberdade humana só existe numa relação livre.
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