Amazônia, fonte de vida
É inegável que o governo decidiu reduzir a fiscalização realizada pelos agentes do Ibama e do ICMBIO, decisões criminosas que os transformam em responsáveis pelo caos instalado pois, desde o início do ano, vêm desarticulando as estruturas ambientais de fiscalização e controle se não responderem nos tribunais, a História e o Tempo cuidarão de julgá-los implacavelmente
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A imprensa noticiou recentemente que incêndios criminosos são um negócio rentável. Uma força-tarefa do Ministério Público Federal calcula que queimada de 1.000 ha custa cerca de um milhão no mercado negro da região amazônica e a Procuradora Geral Raquel Dodge vê ação orquestrada nas queimadas desse ano, mas ambas silenciaram acerca de os alertas sobre o crime, alertas ignorados pelo governo Bolsonaro.
O MPF tem afirmando que desmatamento ilegal de grandes proporções é praticado, sim, por agentes do crime organizado, inclusive pela capitalização, explicou que “As queimadas são reflexo do aumento do desmatamento. A queimada aumenta porque a fronteira agrícola está sendo expandida”.
A Igreja Católica está atenta, tanto que no Sínodo dos Bispos em que foi discutida a vida do território amazônico e de seus povos, a vida da Igreja e a vida do planeta produziu um documento magnífico denominado Instrumentum Laboris. O documento reflete as consultas às comunidades amazônicas, a vida na Amazônia se identifica, entre outras coisas, com a água e merece ser conhecido por todos.
O documento afirma que o rio Amazonas é apresentado ou descrito como “uma artéria do continente e do mundo”, que “flui como veias da flora e fauna do território, como manancial de seus povos, de suas culturas e de suas expressões espirituais”, quando a floresta queima na proporção que vem ocorrendo ao longo dos anos e, especialmente, neste ano, toda a natureza sofre, pois, ela é nascente de vida é ligação entre suas diferentes manifestações de vida, na qual tudo está interligada.
A floresta e suas riquezas não deveriam nos separar, mas nos unir e ajudar-nos a conviver entre diferentes culturas e línguas, a bacia do rio Amazonas e as florestas tropicais que a circundam nutrem os solos e, através da reciclagem de umidade, regulam os ciclos da água, energia e carbono a nível planetário.
Pesquisas indicam que o rio Amazonas lança sozinho todos os anos no oceano Atlântico 15% do total de água doce do planeta. Em sendo assim, a Amazônia é essencial para a distribuição das chuvas em outras regiões remotas da América do Sul e contribui para os grandes movimentos de ar ao redor do planeta, o mundo deve respeito ao Brasil e o Brasil deve respeito à humanidade, pois essa nossa riqueza alimenta a natureza, a vida e as culturas de milhares de comunidades indígenas, camponesas, afrodescendentes, tanto ribeirinhas como urbanas.
O Instrumentum Laboris registra que, segundo peritos internacionais, no que diz respeito à mudança climática de origem antropogênica, a Amazônia é a segunda área mais vulnerável do planeta, depois do Ártico. Essa vulnerabilidade, cientificamente verificada, não pode ser ignorada ou relativizada por governos e governantes.
Apesar dessa vulnerabilidade o ministro do Meio Ambiente e o Presidente da República nos últimos meses abriram mão de receber cerca de 280 milhões de reais mensais do Fundo Amazônia – um projeto bancado principalmente pela Noruega e pela Alemanha, uma irresponsabilidade, tendo em vista que o valor era destinado para fiscalização ambiental.
É inegável que o governo decidiu reduzir a fiscalização realizada pelos agentes do Ibama e do ICMBIO, decisões criminosas que os transformam em responsáveis pelo caos instalado pois, desde o início do ano, vêm desarticulando as estruturas ambientais de fiscalização e controle se não responderem nos tribunais, a História e o Tempo cuidarão de julgá-los implacavelmente.
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