Aloysio Nunes presta contas ao Tio Sam
O golpe é bem maior do que tirar a presidenta Dilma do poder. Esta é a hora da resistência contra os golpistas, traidores e entreguistas do Brasil e de nossas riquezas
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A crise econômica e política pela qual passa o Brasil tem, no mínimo, um ponto positivo. A verdade nua e crua salta aos olhos, forçando os brasileiros a analisar melhor as causas e consequências da situação.
Quando a esquerda diz que existiu em 64 um golpe no Brasil com o dedo dos EUA, e que agora no processo de impeachment de Dilma existe uma aliança entre políticos brasileiros entreguistas e os interesses do capital internacional, não é teoria da conspiracão inventada por fanáticos, não, é a mais pura verdade.
A grande mídia nacional, aliada do golpe, não diz nada mas a imprensa internacional vem dando o seu recado.
É claro que não se trata de mera coincidência o fato do pré-candidato democrata à presidência dos EUA, senador Bernie Sanders, dizer esta semana que "os Estados Unidos não podem continuar intervindo na América Latina e derrubando governos ou tentando desestabilizá-los por razões econômicas".
Sander confessou, em vídeo divulgado na internet, o que nós da esquerda brasileira sempre alertamos:"Temos que ser honestos. A história dos Estados Unidos em relação à América Latina sempre foi a de uma nação poderosa, com o exército mais forte do mundo, dizendo, não gostamos deste governo, vamos derrubá-lo”.
Enquanto isso o entreguista tucano senador Aloysio Nunes, presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, viaja aos EUA em missão um tanto obscura.
Se colocando como figura de poder decisório num eventual futuro governo do traidor golpista Michel Temer, Aloysio diz em entrevista à BBC que “queremos mudar o alinhamento do Brasil com países do Mercosul como Venezuela, Equador, Bolívia, porque nosso grande parceiro tem que ser os EUA.”
O senador confessa que prometeu ao vice-presidente antes de viajar que tudo faria para desmontar diante das autoridades americanas a tese de que há um golpe em curso no país.
Deixe-me rir. É um golpe, ele sabe muito bem disso e seus interlocutores americanos também, sejam lá quem forem. O que ele foi fazer lá é passar o relatório de como tramar e com que rapidez para fazer aprovar o impeachment de Dilma no Senado.
A exemplo da hipocrisia que reinou no dia da votação do impeachment na Câmara quando a família e Deus era claramente a senha pelo SIM, Aloísio menospreza a importância dos Brics e,comparando-os conosco, afirma que “noBrasil, instituições democráticas funcionam normalmente, os direitos são respeitados, a imprensa é livre, e há segurança juridica.”
Além de cometer uma terrível gafe diplomática com países parceiros, sugerindo que lá estes quesitos não funcionam, o senador demonstra que está na contramão da história e desconhece a importância estratégica destes paises dentro do quadro da economia mundial.
Ninguém avisou para o tucano que os EUA não tem parceiros, só tem vassalos. Se seu complexo de vira latas o deixa feliz, no entanto, é problema dele, o povo brasileiro não vai mais aceitar ser explorado pelo imperialismoamericano.
Estamos fartos de ver os EUA invadir países, desestabilizar governos e depois instalar suas multinacionais nos territórios ocupados para explorar suas riquezas e seu povo.
Aloysio não fugiu ao seu perfil de direitista raivoso de sempre. Além de atacar os Brics, o Mercosul, confessar seu amor incondicional ao Tio Sam ecriticar a direção da OEA, defendeu descaradamente o corrupto mor do Brasil, Eduardo Cunha, afirmando que não via nada de errado no fato dele ter comandado o impeachment de Dilma e garantindo que ele ficará na presidência da Câmara até o final de seu mandato.
O inconformado Aloysio, vice na chapa de Aécio Neves nas últimas eleições, é processado pelo STF com base na delação do dono da UTC, Ricardo Pessoa, de que o senador recebeu dinheiro de propina para sua campanha.
A ingerência externa no golpe em curso no Brasil foi insinuada também pelo governo russo em nota da chancelaria daquele país.
Segundo o documento, “A Rússia está ligada ao Brasil por laços de parceria estratégica, por uma experiência bem-sucedida de cooperação em várias plataformas — ONU, G20, BRICS e esperamos que os problemas que possam surgir neste período complexo para nosso parceiro sejam solucionados no âmbito do Direito Constitucional, sem intervenções externas”.
Nos exemplos citados a situação é bem clara : enquanto um governo de estado parceiro como a Rússia insinua ingerência externa; e um candidato à presidência dos EUA reconhece como usual este tipo de comportamento dos governos americanos; um senadoropocionista - a favor do golpe no Brasil e defensor incondicional da entrega do pre sal e da Petrobras - vai aos EUAdizer que aqui não tem golpe mas que o novo governo é contra o Mercosul, os Brics, e a OEA e a favor de ter os EUA como parceiro número um.
Devemos estar, portanto, atentos e alertas. O golpe é bem maior do que tirar a presidenta Dilma do poder. Esta é a hora da resistência contra os golpistas, traidores e entreguistas do Brasil e de nossas riquezas.
Vamos ocupar as ruas e praças deste país em defesa da democracia, pela prisão dos verdadeiros corruptos e por eleições diretas e gerais, de vereador a presidente da república, ainda este ano.
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