Alckmin ou Haddad em 2026?

Haddad precisa de um ministério em que possa se destacar. Provavelmente haverá uma disputa entre ele e Alckmin pela acumulação de forças até 2026

Da esq. para a dir.: Luiz Inácio Lula da Silva, Geraldo Alckmin e Fernando Haddad
Da esq. para a dir.: Luiz Inácio Lula da Silva, Geraldo Alckmin e Fernando Haddad (Foto: Ricardo Stuckert)


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Sim, sei que é muito cedo para pensar nisso. Mas explicarei minha preocupação mais adiante.

Antes de iniciar sua campanha à eleição de 2022, Lula se empenhou em construir um diálogo harmônico com o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Consciente do antipetismo por parte da população conservadora, o ex-presidente levou adiante essa costura política que, embora no início desagradasse uma ala do PT, tinha como finalidade tornar mais fácil a digestão do partido pelo eleitorado de centro e de direita, além das elites. Lula enxergou muito à frente.

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O leque de alianças foi aumentando significativamente e os apoios de todos os lados começaram a ser bem-vindos.

Principalmente após o primeiro turno, a candidatura de Lula foi abrigando quase todo o espectro político, incluindo gente como a senadora Simone Tebet, importantíssima para a vitória, Marina Silva, até então brigada com Lula e João Amoedo do Novo.

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Apoios de última hora como o de FHC e alguns de seus ex-ministros, também vieram a fortalecer a campanha que, como afirmou Lula, já não era pela eleição do PT, mas do Brasil e de seu povo.

Lula, alertado pelas pesquisas e pelos trackings do PT, percebeu rapidamente que, apesar dos últimos escândalos envolvendo Bolsonaro, como a revelação de que ele era capaz de comer carne humana, de suas tendências pedófilas e do vazamento do plano de Paulo Guedes de congelar o salário-mínimo e o valor das aposentadorias logo após o fim das eleições, o presidente não perdia um ponto sequer. Era preciso um esforço maior.

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Foi aí que Lula passou a afirmar que, se eleito presidente, não se candidataria a uma reeleição em 2026. Estaria muito velho e desejoso de viver seus últimos dias curtindo a vida e sua esposa Janja.

A esperança venceu o medo novamente, derrotando um projeto de poder autoritário nos moldes de uma autocracia que projetava, como revelou a revista Piauí, 36 anos de governo Bolsonaro. Óbvio que, devido à idade, o capitão em algum momento passaria a faixa a um de seus filhos para dar continuidade à dinastia.

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Mas fica a pergunta: após 4 anos de governo Lula, quem seria seu sucessor?

Tecnicamente, a resposta mais lógica seria Alckmin. Mas, que Alckmin seria esse? O Alckmin dos tempos de Mário Covas, quando o PSDB era a social-democracia, ou dos tempos de Aécio e Doria, um partido de direita que inclusive, em muitas partes do Brasil apoiou Jair Bolsonaro?

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Alckmin, durante a campanha, se empenhou bastante e chamou a atenção sua empolgação em participar pela primeira vez de comícios junto a uma enorme militância popular, coisa que nos tempos de PSDB não havia presenciado.

Que Alckmin emergirá após a experiência de 4 anos num governo de Lula?

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Por outro lado, é possível que Lula esteja pensando num outro nome, afinal, entregar o país a outro partido que não seja o dos trabalhadores, pode significar para muitos uma traição às suas origens.

O nome pode ser Fernando Haddad. É óbvio que o projeto de Lula era eleger Haddad governador para que ele próprio se cacifasse para a presidência em 2022. Não deu.

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Haddad precisa de protagonismo em 2023. Precisa de um ministério em que possa se destacar. Um ministério importantíssimo como o da Educação, no qual ele já acumula muita experiência e êxito.

Provavelmente haverá uma disputa entre ele e Alckmin ao longo do governo pela acumulação de forças até 2026. Pode ser salutar e acredito que não desleal.

Qualquer um dos dois que for o escolhido terá a indigesta missão de derrotar a extrema-direita que veio para ficar. Provavelmente o adversário não será Bolsonaro que, se justiça for feita, deverá estar preso, mas outro nome forte. 

Em quatro anos de governo Lula, muita coisa mudará, afinal, os ares democráticos serão outros.

A interferência no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro que impediu que Flávio Bolsonaro fosse investigado no inquérito das rachadinhas deixará de existir, pois seu pai não poderá indicar mais nenhum ministro para o STF.

Além disso, as constantes trocas de delegados a cada aproximação da descoberta do mandante do assassinato da vereadora carioca, Marielle Franco, cessarão. Poderemos então comprovar fatos que impeçam que o filho 02 seja o nome da extrema-direita para 2026.

A ver. 

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